Marcus Eduardo de Oliveira
Nos últimos trezentos anos a economia mundial usou mais recursos naturais que em toda a história da humanidade. Nos últimos 150 anos foram extraídos a exaustão minério de ferro, de manganês, bauxita, cassiterita e enxofre. Nas últimas sete décadas foram extraídas mais cobre, vanádio, nióbio, grafita e tântalo desde que a vida grassou na Terra, há 3,5 bilhões de anos. Apenas nos últimos cinquenta anos foram poluídos mais rios, lagos e mares desde que o animal racional homem colocou seus pés na Terra. Na última metade de século, 60% dos vinte e quatro principais serviços ecossistêmicos foram dilapidados.
O ar nunca esteve tão poluído como no último quarto de século. A água, hoje, escasseia; o clima piora a cada momento e os alimentos há muito deixaram de ser “puros” – hoje predomina os transgênicos, regados a agrotóxicos e outros componentes químicos.
Ainda que a economia convencional trate com menosprezo esse “enxugamento” de recursos naturais feito sem critérios e ignore, sobremaneira, a questão ecológica, isolando o processo econômico das interações com os processos ecológicos, defendendo pontualmente a premissa de que não há nenhum conflito entre o desenvolvimento da lógica econômica (expansão da atividade produtiva) e o respeito pela lógica da biosfera, é fato irretocável que essas duas disciplinas (Economia e Ecologia) possuem entre si fina sintonia.
O ato econômico (produção/consumo) carrega em si uma dimensão ecológica. Não por acaso, a mesma palavra grega (“oikos”, eco), que significa “casa” e que dá origem à Economia, também está na raiz da palavra Ecologia.
Essa semelhança não se deve ao acaso. O biólogo Ernst Haeckel (1834–1919) que cunhou o termo Ecologia declarou em 1879 que entendia a ecologia como “a área do conhecimento concernente à economia da natureza – o estudo de todas as relações do animal com seu meio ambiente orgânico e inorgânico”.
Assim, a ecologia sempre foi pensada como uma “economia da natureza”. Franck-Dominique Vivien, economista francês, em “Economia e Ecologia”, escreve que nos anos 1930, quando se torna uma disciplina acadêmica, os primeiros professores se referiam à ecologia como uma extensão da economia para todo o mundo vivo.
Nos anos 1940, “os conceitos econômicos de rendimento e produtividade vão entrar no campo da ecologia teórica, abrindo, assim, perspectiva de pesquisa – particularmente para a análise ecoenergética – que ainda hoje são exploradas”, diz Vivien.
A economia (atividade produtiva) sempre esteve dentro da ecologia, dentro da biosfera que serve de suporte ao processo econômico (extração de recursos naturais para a produção de mercadorias). O sistema econômico sempre esteve inserido no sistema ecológico.
Por isso é importante o desenvolvimento da noção de que a economia mantém íntima relação com a ecologia. "Sem recuperar o meio ambiente, não se salva a economia; sem recuperar a economia, não se salva o meio ambiente", contextualizou o ecologista norte-americano Berry Commoner (1917-2012).
Sem a natureza, não há economia. O fluxo de benefícios produzidos por um ecossistema inclui funções essenciais para a sobrevivência dos humanos e de outras espécies. Quem sustenta a vida na Terra são os ecossistemas. Sem esses serviços ecossistêmicos (disponibilidade de água potável, regulação do clima, biodiversidade, fertilidade do solo etc), não há produção de absolutamente nada. Sem energia, não há trabalho. Sem o sistema ecológico, não há sistema econômico; sem a natureza não há produtos, não há economia e não há sistema produtivo.
O ar nunca esteve tão poluído como no último quarto de século. A água, hoje, escasseia; o clima piora a cada momento e os alimentos há muito deixaram de ser “puros” – hoje predomina os transgênicos, regados a agrotóxicos e outros componentes químicos.
Ainda que a economia convencional trate com menosprezo esse “enxugamento” de recursos naturais feito sem critérios e ignore, sobremaneira, a questão ecológica, isolando o processo econômico das interações com os processos ecológicos, defendendo pontualmente a premissa de que não há nenhum conflito entre o desenvolvimento da lógica econômica (expansão da atividade produtiva) e o respeito pela lógica da biosfera, é fato irretocável que essas duas disciplinas (Economia e Ecologia) possuem entre si fina sintonia.
O ato econômico (produção/consumo) carrega em si uma dimensão ecológica. Não por acaso, a mesma palavra grega (“oikos”, eco), que significa “casa” e que dá origem à Economia, também está na raiz da palavra Ecologia.
Essa semelhança não se deve ao acaso. O biólogo Ernst Haeckel (1834–1919) que cunhou o termo Ecologia declarou em 1879 que entendia a ecologia como “a área do conhecimento concernente à economia da natureza – o estudo de todas as relações do animal com seu meio ambiente orgânico e inorgânico”.
Assim, a ecologia sempre foi pensada como uma “economia da natureza”. Franck-Dominique Vivien, economista francês, em “Economia e Ecologia”, escreve que nos anos 1930, quando se torna uma disciplina acadêmica, os primeiros professores se referiam à ecologia como uma extensão da economia para todo o mundo vivo.
Nos anos 1940, “os conceitos econômicos de rendimento e produtividade vão entrar no campo da ecologia teórica, abrindo, assim, perspectiva de pesquisa – particularmente para a análise ecoenergética – que ainda hoje são exploradas”, diz Vivien.
A economia (atividade produtiva) sempre esteve dentro da ecologia, dentro da biosfera que serve de suporte ao processo econômico (extração de recursos naturais para a produção de mercadorias). O sistema econômico sempre esteve inserido no sistema ecológico.
Por isso é importante o desenvolvimento da noção de que a economia mantém íntima relação com a ecologia. "Sem recuperar o meio ambiente, não se salva a economia; sem recuperar a economia, não se salva o meio ambiente", contextualizou o ecologista norte-americano Berry Commoner (1917-2012).
Sem a natureza, não há economia. O fluxo de benefícios produzidos por um ecossistema inclui funções essenciais para a sobrevivência dos humanos e de outras espécies. Quem sustenta a vida na Terra são os ecossistemas. Sem esses serviços ecossistêmicos (disponibilidade de água potável, regulação do clima, biodiversidade, fertilidade do solo etc), não há produção de absolutamente nada. Sem energia, não há trabalho. Sem o sistema ecológico, não há sistema econômico; sem a natureza não há produtos, não há economia e não há sistema produtivo.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista e especialista em Política Internacional | prof.marcuseduardo@bol.com.br
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