Evento trouxe profissionais de plataforma educacional em vídeo.
Método bem humorado quer inovar e combater a distração dos alunos.
Sem pipoca e com lápis e caderno a postos, dezenas de estudantes do ensino médio se reuniram nesta quarta-feira (17) em um cinema na Avenida Paulista, em São Paulo, para uma aula com professores saídos diretamente do YouTube, em uma experiência analógica bastante divertida e voltada para candidatos do Enem.
Batizada de “Aulão Pré-Enem”, o evento contou com professores de física, química, matemática e técnicas de redação, e divulgou uma plataforma de estudos no YouTube voltada para quem procura conteúdo confiável na internet e deseja ir além da tradicional sala de aula.
Todos os professores que participaram da aula coletiva mantêm canais distintos no serviço de vídeos do Google, e fazem parte de um corpo de profissionais especialmente selecionados dentro da plataforma YouTube Edu, proeminente de uma parceria entre a Fundação Lemann e o próprio YouTube Brasil.
“Nem toda aula que você encontra [no YouTube] é precisa ou correta”, explicou o animado professor de física alagoano Ivys Urquiza, de 41 anos, dono do “Física Total” e um dos embaixadores da plataforma, que realiza uma curadoria com profissionais especializados para escolher os canais no YouTube que farão parte do projeto. “Com esse filtro, o estudante tem a garantia de que vai receber informações corretas”, contou, pouco antes da sessão começar na sala de cinema.
O time de docentes foi composto, além de Ivys, de Pâmela Brandão, de 25 anos, à frente do “Redação e Gramática Zica”, Palo Valim, de 30 anos, responsável pelo “Química em Ação” e Rafael Procópio, de 31 anos, fundador do “Matemática Rio”. No total, o quarteto tem mais de 250 mil inscritos no YouTube.
Dedicação
O primeiro a chegar no aulão, antes mesmo de alguns dos professores foi o estudante Luiz Otávio Correia, de 16 anos, aluno da Etec Ribeirão Pires, em São Paulo. Após uma viagem de 1h30 até o cinema, Luiz, que deseja cursar biomedicina, contou que foi ao encontro para que tivesse a oportunidade de ver os professores que “o salvaram” diversas vezes na escola.
O primeiro a chegar no aulão, antes mesmo de alguns dos professores foi o estudante Luiz Otávio Correia, de 16 anos, aluno da Etec Ribeirão Pires, em São Paulo. Após uma viagem de 1h30 até o cinema, Luiz, que deseja cursar biomedicina, contou que foi ao encontro para que tivesse a oportunidade de ver os professores que “o salvaram” diversas vezes na escola.
O jovem contou também como funciona sua rotina de estudos, seguida à risca durante a semana a partir de um cronograma dividido por matérias e complementado pelas videoaulas, e que totaliza cerca de 8 horas por dia. Uma das dicas do jovem é desligar o wi-fi para evitar receber notificações o tempo todo e compreender que mesmo as matérias não consideradas favoritas geram um repertório importante.
“Para ter foco, você precisar saber o que quer. É preciso focar agora no que você não gostar e saber que, depois, não precisa ter mais contato com aquilo”, explicou Luiz, que gosta de fotografia nas horas vagas. “Mesmo você não gostando, você acaba ganhando uma formação”, destacou o Correia, revelando sua dificuldade em geopolítica.
Com todo o clima comum de aulas de cursinho, as apresentações contaram com exercícios comentados, violão e músicas, vídeos e piadas de sobra, além dos clássicos momentos de gritos para extravasar e tentar tirar a tensão colocada sobre os ombros dos vestibulandos. “Parem de dar desculpas”, disparou Pâmela durante sua aula na sessão de cinema.
Didática
“O maior inimigo é a distração. Podemos tornar o conteúdo o mais atrativo possível, mas isso depende do aluno. É muito da preparação, saber da importância do estudo. Nosso serviço é complementar, já que o YouTube não gera certificado”, pontuou Paulo Valim, de 30 anos, que costuma apelidar seus alunos de “gases nobres” e aconselha que os estudantes tenham sempre planos de estudo bem estabelecidos.
“O maior inimigo é a distração. Podemos tornar o conteúdo o mais atrativo possível, mas isso depende do aluno. É muito da preparação, saber da importância do estudo. Nosso serviço é complementar, já que o YouTube não gera certificado”, pontuou Paulo Valim, de 30 anos, que costuma apelidar seus alunos de “gases nobres” e aconselha que os estudantes tenham sempre planos de estudo bem estabelecidos.
Para exemplificar outra maneira de deixar as disciplinas mais atraentes para essa geração, Valim comentou a respeito da “gameficação” das plataformas, transformando o processo de aprendizagem virtual em uma espécie de jogo entre os estudantes - algo que pretende fazer no próprio site, voltado para o ensino de química. “O aluno poderá competir, acumular pontos, ganhar medalhas para vencer os amigos”, apontou o professor.
Ensino democrático
A ação, feita pela rede ProjectHub, empresa que ajuda a intermediar investidores e empreendedores, também tem a importante de missão democratizar a educação e permitir que alunos de todo o país possam obter maneiras alternativas de incrementar e expandir o aprendizado em sala de aula.
A ação, feita pela rede ProjectHub, empresa que ajuda a intermediar investidores e empreendedores, também tem a importante de missão democratizar a educação e permitir que alunos de todo o país possam obter maneiras alternativas de incrementar e expandir o aprendizado em sala de aula.
Para Flávia Goulart, gerente de projetos na Fundação Lemann, a plataforma do YouTube é uma forma de romper barreiras sociais, e funcionar como um canal de distribuição de conteúdo educacional, que conta com mais de 15 mil vídeos selecionados pela organização. “O projeto permite que os alunos no Brasil inteiro tenham acesso a professores, e quem escolhe esses professores são os próximos alunos”, sublinhou Flávia.
Além do conteúdo voltado para estudantes do ensino médio, um dos objetivos do projeto é expandir o conceito e atrair cada vez mais professores que enviem conteúdos para o YouTube, trazendo mais pessoas para a plataforma e, por fim, possibilitando que esse tipo de abordagem seja adotada também chegue aos profissionais do ensino fundamental.
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