Segundo "Veja", ex-diretor da Petrobras citou aliados em suposto esquema.
Petista reiterou que só tomará providências ao ser comunicada oficialmente.
Candidata à reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (7) que as denúncias publicadas neste final de semana pela revista "Veja", que citam políticos da base aliada que teriam sido beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da Petrobras, não "lança suspeita" contra seu governo. Em entrevista no Palácio do Alvorada, a petista reiterou que só tomará providência em relação ao assunto no momento em que for comunicada do conteúdo dos depoimentos do ex-diretor da petroleira Paulo Roberto Costa por meio de órgãos oficiais.
"[A denúncia revelada pela revista] não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado. E, quero dizer, o governo tem tido, em relação a esta questão, uma posição extremamente clara. Aliás, foram órgãos do governo que levaram a essa investigação, foi a PF [Polícia Federal], não caiu do céu", disse Dilma durante a entrevista na residência oficial da Presidência.
Reportagem da edição deste final de semana da revista "Veja" afirma que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal do petróleo revelou em depoimentos ao Ministério Público Federal (MPF), na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal.
Segundo a publicação, Costa citou, entre outros políticos, os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagem negam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.
Em meio a entrevista deste domingo no Alvorada, Dilma afirmou que ainda não conversou com Lobão, o único integrante do primeiro escalão citado na reportagem de "Veja". Indagada sobre se o titular de Minas e Energia permanecerá no cargo após a menção do nome dele na reportagem, a chefe do Executivo destacou que não fará mudanças antes de ter acesso ao conteúdo dos depoimentos.
Ela ainda ressaltou que gostaria “muito” de ter acesso, "de forma oficial", às informações publicadas pela revista. A presidente disse que nem precisa de todos os dados, mas espera ter acesso, pelo menos, aos trechos que citem membros do governo.
“E eu acredito que ninguém tem acesso a esses dados [informações relatadas pela revista]. Eu não posso tomar nenhuma providência enquanto não tiver todos os dados oficialmente entregues e não acredito que os dados da reportagem sejam oficiais. Ao ter os dados, tomarei todas as providências cabíveis, todas as medidas, inclusive, se tiver de tomar medidas mais fortes”, enfatizou.
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Marina Silva
Questionada durante a entrevista sobre críticas da candidata do PSB ao Palácio do Planalto,Marina Silva, em torno do tom que PT adotou contra ela nas propagandas eleitorais, Dilma disse “lamentar” que alguém interprete seu programa como ataques à ex-senadora. Ela alegou que apresenta em seu espaço no horário eleitoral propostas do plano de governo.
Questionada durante a entrevista sobre críticas da candidata do PSB ao Palácio do Planalto,Marina Silva, em torno do tom que PT adotou contra ela nas propagandas eleitorais, Dilma disse “lamentar” que alguém interprete seu programa como ataques à ex-senadora. Ela alegou que apresenta em seu espaço no horário eleitoral propostas do plano de governo.
“Sinto muito [se Marina Silva avalia as propagandas eleitorais como ataques]. Esse não é nosso interesse, não é, de maneira alguma. Nós não queremos agredir, nós queremos fazer um debate qualificado. Eu lamento que debate qualificado seja visto como agressão", ponderou a presidente.
“E eu considero que o meu programa tem sido um programa da defesa das minhas ações, das ações e posições do governo. Eu não posso concordar em ver uma série de questões, como é o caso do petróleo do pré-sal, descoberto a 7 mil metros de profundidade, uma riqueza do país que é o passaporte para o futuro, ser comprometido”, complementou a petista, ao se referir aMarina Silva.
Sem citar nomes, a presidente criticou indiretamente a adversária do PSB, dizendo que ela não muda de opiniões – após divulgar o programa de governo, Marina Silva alterou pontos referentes à energia nuclear e à defesa ao casamento gay.
“O debate tem de ter, porque vivemos numa democracia. Ninguém pode falar sem externar opinião. O que acontece comigo é que não mudamos de opinião todos os santos dias. Quando a gente diz uma coisa agora, repetimos às 18h do dia seguinte”, ironizou.
Guido Mantega
Nos últimos dias, Dilma tem sido questionada pela imprensa sobre eventual troca no comando de sua equipe econômica, caso seja reeleita. A presidente chegou a sinalizar, na última semana, que faria mudanças no primeiro escalão em um eventual segundo mandato, sem dizer diretamente as pessoas que seriam substituídas.
Nos últimos dias, Dilma tem sido questionada pela imprensa sobre eventual troca no comando de sua equipe econômica, caso seja reeleita. A presidente chegou a sinalizar, na última semana, que faria mudanças no primeiro escalão em um eventual segundo mandato, sem dizer diretamente as pessoas que seriam substituídas.
“Eu sempre digo que um governo novo fará uma equipe nova. As pessoas que vão compor essa equipe podem vir do governo anterior, mas é uma equipe nova. Eu não vou discutir minha equipe de governo nem vou escalá-la nessa altura do campeonato. […] Não vou escalar ninguém, não vou indicar ministros antecipadamente e acho que isso é sentar na cadeira antes do tempo”, ressaltou a presidente.
Após a entrevista deste domingo, a presidente se reuniu no Palácio da Alvorada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A assessoria da Presidência não divulgou a pauta do encontro.
Reforma política
Antes de falar com a imprensa na residência oficial, Dilma Rousseff se reuniu no Alvorada com lideranças de movimentos da juventude para discutir propostas para a reforma política. A audiência com 22 entidades serviu para que a candidata do PT ouvisse sugestões de propostas para alterar o sistema político e eleitoral do país. No encontro, a petista voltou a defender a realização de um plebiscito no país para promover a reforma política.
Antes de falar com a imprensa na residência oficial, Dilma Rousseff se reuniu no Alvorada com lideranças de movimentos da juventude para discutir propostas para a reforma política. A audiência com 22 entidades serviu para que a candidata do PT ouvisse sugestões de propostas para alterar o sistema político e eleitoral do país. No encontro, a petista voltou a defender a realização de um plebiscito no país para promover a reforma política.
Com apoio de PT e PC do B, um grupo formado por representantes de 402 entidades busca assinaturas para pedir a convocação de um plebiscito em que a população decida se quer ou não a formação de uma assembleia constituinte exclusiva para implementar uma reforma política, com mudança nas regras eleitorais em vigor no país. Ao longo da última semana, um plebiscito foi realizado no país de forma simbólica pelas entidades que apoiam o projeto.
“Eu tenho escutado muita gente dizer que o plebiscito seria uma forma de implantar no Brasil o bolivarianismo [termo usado para se referir a Simon Bolívar, líder político venezuelano]. Acho absolutamente estranha essa fala e essa manifestação. Porque o plebiscito, o referendo e as manifestações são típicos de democracia”, destacou Dilma.
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