Ao G1, ele falou de turnê que passa por 9 cidades brasileiras; ouça trechos.
Cantor faz piadas com Gilberto Gil, vinho brasileiro e jornalistas.
O cantor espanhol Julio Iglesias, 70 anos, é mesmo um sedutor profissional – ou um fanfarrão, a depender do ponto de vista. Prestes a iniciar neste sábado (13), em Brasília, sua suposta última turnê por aqui, ele concedeu ao G1 uma entrevista por telefone na qual primeiro se mostrou preocupado com o estado de saúde de seu interlocutor ("você parece gripado"). Perguntado o que faria se parasse de cantar, respondeu: "Virava um jornalista do site da Globo". Ao comentar sobre a morte (tema do qual fala em entrevistas, mesmo quando não perguntado), foi franco: "A morte é uma merda". Num surto de sinceridade, falou de Gilberto Gil ("melhor cantor que ministro") e questionou a qualidade do vinho brasileiro.
Em outro surto, agora de modéstia, recusou o status de um dos maiores cantores românticos do mundo ("estou entre melhores dois milhões"). Por fim, ousado, inverteu os papéis e questionou: "É a sua mãe ou o seu pai que gosta de mim?". E ele mesmo responde: "A mãe gosta, com certeza". Nada de estranho na indagação. Como todo bom sedutor, Julio diz isso para todos (clique aqui para ver a prova). Ouça, no vídeo acima, trechos da entrevista por telefone. E leia a conversa abaixo:
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G1 - Oi, como vai?
Julio Iglesias - Tudo bem? Tem certeza que está bem? Sua voz está como se estivesse com uma gripe, constipado (risos).
Julio Iglesias - Tudo bem? Tem certeza que está bem? Sua voz está como se estivesse com uma gripe, constipado (risos).
G1 - E o senhor, como está? Parece bem humorado.
Julio Iglesias - Estou maravilhoso. Estou em casa, no Caribe. Feliz de falar com os brasileiros e brasileiras. Vou cantar no Brasil. É um país que eu adoro, gosto das pessoas. Os rios e os mares são quase os mesmos no mundo inteiro. As pessoas são diferentes.
Julio Iglesias - Estou maravilhoso. Estou em casa, no Caribe. Feliz de falar com os brasileiros e brasileiras. Vou cantar no Brasil. É um país que eu adoro, gosto das pessoas. Os rios e os mares são quase os mesmos no mundo inteiro. As pessoas são diferentes.
G1 - Vai ser sua última turnê no Brasil?
Julio Iglesias - Não sei. Mas com certeza, depois de quase 20 anos, é a primeira vez que faço uma turnê grande. Vão ser 12 shows. Vou cantar com muitos grandes artistas brasileiros [Alexandre Pires e Paula Fernandes estão convidados] – adoro a música brasileira, amo.
Julio Iglesias - Não sei. Mas com certeza, depois de quase 20 anos, é a primeira vez que faço uma turnê grande. Vão ser 12 shows. Vou cantar com muitos grandes artistas brasileiros [Alexandre Pires e Paula Fernandes estão convidados] – adoro a música brasileira, amo.
G1 - Recentemente, o Roberto Carlos disse: 'Eu me vejo cantando para sempre'. O senhor também se vê cantando para sempre?
Julio Iglesias - Eu nasci para cantar. Não sabia que ia cantar. Não quero viver sem cantar. Minha vida não tem sentido sem cantar – nenhum sentido. Não sou um cantor de uma língua e de uma cor. Sou um cantor de muitas cores. E não tenho tempo de parar(risos).
Julio Iglesias - Eu nasci para cantar. Não sabia que ia cantar. Não quero viver sem cantar. Minha vida não tem sentido sem cantar – nenhum sentido. Não sou um cantor de uma língua e de uma cor. Sou um cantor de muitas cores. E não tenho tempo de parar(risos).
G1 - Mas se o senhor, por acaso, tivesse de parar, o que faria? Voltaria a jogar futebol, talvez ou o quê?
Julio Iglesias - (Risos) Se eu parasse, virava um jornalista do site da Globo.
Julio Iglesias - (Risos) Se eu parasse, virava um jornalista do site da Globo.
Em 1943, era a guerra mundial, e os franceses não faziam vinho – as pessoas se esqueceram de fazer o vinho e faziam a guerra. Em 1973, o vinho começou a ser feito maravilhosa-mente... Os brasileiros começaram a fazer vinho – até brasileiros!"
Julio Iglesias, cantor
G1 - Mas o senhor foi goleiro e jogou no Real Madrid, não?
Julio Iglesias - Fui um goleiro não muito bom, mas de uma equipe maravilhosa.
Julio Iglesias - Fui um goleiro não muito bom, mas de uma equipe maravilhosa.
G1 - Se não era um goleiro muito bom, então fez certo ao mudar para música, não?
Julio Iglesias - Eu tive um acidente muito grave, quando eu tinha 19 para 20 anos. Quase encontrei a morte.
G1 - É mesmo?
Julio Iglesias - Estive quase morrendo, mas revivi, aprendi, senti outras cores da vida, outras circunstâncias. Me forcei, com vontade e disciplina, [a ter] uma nova vida. E a nova vida trouxe o violão. E o violão trouxe a música. Escrevi canções, escrevi, escrevi, escrevi... E, depois, cantei. E cantei muito mal, era um mau cantor.
Julio Iglesias - Eu tive um acidente muito grave, quando eu tinha 19 para 20 anos. Quase encontrei a morte.
G1 - É mesmo?
Julio Iglesias - Estive quase morrendo, mas revivi, aprendi, senti outras cores da vida, outras circunstâncias. Me forcei, com vontade e disciplina, [a ter] uma nova vida. E a nova vida trouxe o violão. E o violão trouxe a música. Escrevi canções, escrevi, escrevi, escrevi... E, depois, cantei. E cantei muito mal, era um mau cantor.
G1 - Tem algum arrependimento nesses 45 anos de carreira?
Julio Iglesias - Ter nascido muito cedo (risos).
Julio Iglesias - Ter nascido muito cedo (risos).
G1 - Mas por quê? Como assim?
Julio Iglesias - Tenho de falar com meu pai e minha mãe (risos). Nasci em 1943, e eu poderia ter nascido em 1973, que foi o ano do bom vinho (risos). Em 1943, era a guerra mundial, e os franceses não faziam vinho – as pessoas se esqueceram de fazer o vinho e faziam a guerra. Em 1973, o vinho começou a ser feito maravilhosamente... Os brasileiros começaram a fazer vinho – até os brasileiros! É muito difícil o Brasil fazer vinho (risos).
Julio Iglesias - Tenho de falar com meu pai e minha mãe (risos). Nasci em 1943, e eu poderia ter nascido em 1973, que foi o ano do bom vinho (risos). Em 1943, era a guerra mundial, e os franceses não faziam vinho – as pessoas se esqueceram de fazer o vinho e faziam a guerra. Em 1973, o vinho começou a ser feito maravilhosamente... Os brasileiros começaram a fazer vinho – até os brasileiros! É muito difícil o Brasil fazer vinho (risos).
G1 - Qual foi o primeiro momento em que o senhor entendeu que iria ser um dos maiores cantores românticos de todos os tempos? Teve algum fato, algum episódio?
Julio Iglesias - Não. Eu não sou um dos maiores cantores românticos da história.
Julio Iglesias - Não. Eu não sou um dos maiores cantores românticos da história.
G1 - Então, o que o senhor é?
Julio Iglesias - Estou entre os melhores dois milhões, com certeza. Estou certo disso. Mas a alegria de um artista nasce todos os dias. Todo dia vem uma coisa diferente, todo dia aprendo um pouquinho mais. Uma coisa que é certeza: se eu não cantasse melhor do que há 20 anos, os brasileiros não iriam me ver cantar. Essa é a verdade da vida. Se eu não precisar ser modesto, mas sincero, digo: canto mil vezes melhor do que cantava há 20 anos. Mil vezes – não uma, duas vezes melhor. É por isso que é muito emocionante para mim, depois de cantar com Zezé, com Simone, com Roberto, cantar de novo, no Brasil, com artistas que eu não conhecia 20 anos atrás. São uma maravilha, estão reinando no país. Estou feliz de cantar, colaborar com Alexandre Pires, com Paula Fernandes, possivelmente com Ivete. Vou cantar com Gilberto Gil, que adoro. O ministro da Cultura é muito melhor cantor do que ministro (risos). Não fale isso.
Julio Iglesias - Estou entre os melhores dois milhões, com certeza. Estou certo disso. Mas a alegria de um artista nasce todos os dias. Todo dia vem uma coisa diferente, todo dia aprendo um pouquinho mais. Uma coisa que é certeza: se eu não cantasse melhor do que há 20 anos, os brasileiros não iriam me ver cantar. Essa é a verdade da vida. Se eu não precisar ser modesto, mas sincero, digo: canto mil vezes melhor do que cantava há 20 anos. Mil vezes – não uma, duas vezes melhor. É por isso que é muito emocionante para mim, depois de cantar com Zezé, com Simone, com Roberto, cantar de novo, no Brasil, com artistas que eu não conhecia 20 anos atrás. São uma maravilha, estão reinando no país. Estou feliz de cantar, colaborar com Alexandre Pires, com Paula Fernandes, possivelmente com Ivete. Vou cantar com Gilberto Gil, que adoro. O ministro da Cultura é muito melhor cantor do que ministro (risos). Não fale isso.
G1 - Em 2011, numa entrevista para o G1, o senhor falou que os crooners cantam melhor conforme se aproximam da morte.
Julio Iglesias - Depois da morte cantamos melhor. Quando escuto Nat King Cole, Sinatra, Elvis Presley, sempre penso que cantam melhor. Agora que morreram, ninguém canta melhor do que eles.
Julio Iglesias - Depois da morte cantamos melhor. Quando escuto Nat King Cole, Sinatra, Elvis Presley, sempre penso que cantam melhor. Agora que morreram, ninguém canta melhor do que eles.
G1 - Mas o que senhor tem feito para escapar da morte?
Julio Iglesias - A morte é uma merda, não? É uma merda. É o final para mim que nunca existiu. Eu sempre estou começando. Com 70 anos, ainda posso ter uma voz de 20 anos. Ainda posso cantar para uma geração três vezes mais jovem do que eu.
Julio Iglesias - A morte é uma merda, não? É uma merda. É o final para mim que nunca existiu. Eu sempre estou começando. Com 70 anos, ainda posso ter uma voz de 20 anos. Ainda posso cantar para uma geração três vezes mais jovem do que eu.
G1 - Qual foi o primeiro disco que o senhor comprou na vida?
Julio Iglesias - O primeiro disco que comprei foi "It's now or never", de Elvis Presley [canta trecho da música]. Beautiful! Você sabe que cantar não é tão difícil. Difícil é encantar, fazer com que escutem. É comoe escrever. Você pode escrever maravilhosamente e de repente não vão ler. E você pode escrever de uma maneira diferente e vão ler.
Julio Iglesias - O primeiro disco que comprei foi "It's now or never", de Elvis Presley [canta trecho da música]. Beautiful! Você sabe que cantar não é tão difícil. Difícil é encantar, fazer com que escutem. É comoe escrever. Você pode escrever maravilhosamente e de repente não vão ler. E você pode escrever de uma maneira diferente e vão ler.
G1 - Qual é o seu segredo para encantar, então?
Julio Iglesias - Se eu tivesse uma lógica para explicar o meu sucesso, eu teria mil vezes mais sucesso. Agora, última pergunta. Faça a última. Foi uma entrevista bonita, adorei.
G1 - Também estou gostando. Qual o maior orgulho da sua carreira?
Julio Iglesias - Ter nascido. Ter vivido. Você sabe que nós nascemos com diferentes situações. Uns nascem pobres, outros nascem ricos. Uns nascem desamparados, outros nascem amparados. Uns nascem na selva, outros nascem no meio da cidade... O mais importante, ao final, é a vontade, o esforço. Se o esforço é máximo, a recompensa é máxima. Você entende isso? O êxito, o sucesso da vida não tem por que ser público. Há pessoas que têm um sucesso maravilhoso e não são sucessos públicos – estão muito felizes com o seu sucesso. O mais importante do sucesso, para mim, é tê-lo. Meu querido amigo, estou, estou muito feliz. Quantos anos você tem?
Julio Iglesias - Se eu tivesse uma lógica para explicar o meu sucesso, eu teria mil vezes mais sucesso. Agora, última pergunta. Faça a última. Foi uma entrevista bonita, adorei.
G1 - Também estou gostando. Qual o maior orgulho da sua carreira?
Julio Iglesias - Ter nascido. Ter vivido. Você sabe que nós nascemos com diferentes situações. Uns nascem pobres, outros nascem ricos. Uns nascem desamparados, outros nascem amparados. Uns nascem na selva, outros nascem no meio da cidade... O mais importante, ao final, é a vontade, o esforço. Se o esforço é máximo, a recompensa é máxima. Você entende isso? O êxito, o sucesso da vida não tem por que ser público. Há pessoas que têm um sucesso maravilhoso e não são sucessos públicos – estão muito felizes com o seu sucesso. O mais importante do sucesso, para mim, é tê-lo. Meu querido amigo, estou, estou muito feliz. Quantos anos você tem?
G1 – 33.
Julio Iglesias – É a sua mãe ou o seu pai que gosta de mim? A mãe gosta, com certeza (risos).
Julio Iglesias – É a sua mãe ou o seu pai que gosta de mim? A mãe gosta, com certeza (risos).
Julio Iglesias no Brasil
13 de setembro, Brasília, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães
19 de setembro, São Paulo, no Citibank Hall
20 de setembro, São Paulo, no Citibank Hall
26 de setembro, Rio, no Citibank Hall
27 de setembro, Balneário Camboriú, no Music Park
1º de outubro, Curitiba, no Teatro Guaíra
3 de outubro, Porto Alegre, no Araujo Vianna
4 de outubro, Passo Fundo, no Grand Palazzo
8 de outubro, São José do Rio Preto, no Centro Regional de Eventos
11 de outubro, Ribeirião Preto, no Centro de Eventos
13 de setembro, Brasília, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães
19 de setembro, São Paulo, no Citibank Hall
20 de setembro, São Paulo, no Citibank Hall
26 de setembro, Rio, no Citibank Hall
27 de setembro, Balneário Camboriú, no Music Park
1º de outubro, Curitiba, no Teatro Guaíra
3 de outubro, Porto Alegre, no Araujo Vianna
4 de outubro, Passo Fundo, no Grand Palazzo
8 de outubro, São José do Rio Preto, no Centro Regional de Eventos
11 de outubro, Ribeirião Preto, no Centro de Eventos
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