Nunca as pessoas foram tão sozinhas dentro de suas tecnologias, aparelhos e aplicativos.
Por Ricardo Soares*
"Minha filha", diriam os personagens de Nelson Rodrigues na aflição do dia a dia. E eu modestamente responderia: "minha filha, nenhum homem é uma ilha". Talvez até devesse ser, nesses tempos de emoções baratas, linchamentos éticos sumários e outros rituais ligeiros onde todos querem se inserir pra não ficar fora do contexto.
Ninguém quer ficar por fora dos notáveis lançamentos tecnológicos como a nova versão do Iphone ou o aplicativo que te diz onde encontrar beterrabas maduras nas cercanias de sua casa. É como se não pudéssemos mais viver sem isso. É como se nossas vidas estivessem enraizadas nos nossos aparelhos, como bem retratou o artista gráfico Banksy em ilustração recente.
Nenhum homem é uma ilha e precisa ser cada vez mais esse arquipélago universal para se sentir inserido. Daí vem o paradoxo. Nunca as pessoas foram tão sozinhas dentro de suas tecnologias, aparelhos e aplicativos. A doença coletiva faz todo mundo ficar plugado sem olhar pro lado, sem desejar bom dia, sem enxergar o próximo tão próximo. Uma nova e plugada versão do anarquismo seria um movimento coletivo para renunciar a essa globalização plugada. Os governos prometem todo mundo plugado, internet livre e turbinada, carros nas estradas. E, assim, o planeta escoa pelo ralo, carente de recursos.
Não faz muito tempo, li finalmente a versão completa de “Robinson Crusoe” de Daniel Defoe. O homem e sua ilha. Sobrevivendo com o que a natureza lhe dá. Uma velha e idílica fantasia já usada até como miolo de um filme onde Tom Hanks faz propaganda da Fedex. Ok, a felicidade não é uma propaganda da Fedex mas poderia ser uma volta às origens. A busca do homem por sua ilha. “Minha filha” você acha que eu estou exagerando? Será apenas delírio de um cavaleiro de meia idade, cansado de pegar montarias erradas?
"Minha filha", diriam os personagens de Nelson Rodrigues na aflição do dia a dia. E eu modestamente responderia: "minha filha, nenhum homem é uma ilha". Talvez até devesse ser, nesses tempos de emoções baratas, linchamentos éticos sumários e outros rituais ligeiros onde todos querem se inserir pra não ficar fora do contexto.
Ninguém quer ficar por fora dos notáveis lançamentos tecnológicos como a nova versão do Iphone ou o aplicativo que te diz onde encontrar beterrabas maduras nas cercanias de sua casa. É como se não pudéssemos mais viver sem isso. É como se nossas vidas estivessem enraizadas nos nossos aparelhos, como bem retratou o artista gráfico Banksy em ilustração recente.
Nenhum homem é uma ilha e precisa ser cada vez mais esse arquipélago universal para se sentir inserido. Daí vem o paradoxo. Nunca as pessoas foram tão sozinhas dentro de suas tecnologias, aparelhos e aplicativos. A doença coletiva faz todo mundo ficar plugado sem olhar pro lado, sem desejar bom dia, sem enxergar o próximo tão próximo. Uma nova e plugada versão do anarquismo seria um movimento coletivo para renunciar a essa globalização plugada. Os governos prometem todo mundo plugado, internet livre e turbinada, carros nas estradas. E, assim, o planeta escoa pelo ralo, carente de recursos.
Não faz muito tempo, li finalmente a versão completa de “Robinson Crusoe” de Daniel Defoe. O homem e sua ilha. Sobrevivendo com o que a natureza lhe dá. Uma velha e idílica fantasia já usada até como miolo de um filme onde Tom Hanks faz propaganda da Fedex. Ok, a felicidade não é uma propaganda da Fedex mas poderia ser uma volta às origens. A busca do homem por sua ilha. “Minha filha” você acha que eu estou exagerando? Será apenas delírio de um cavaleiro de meia idade, cansado de pegar montarias erradas?
* Ricardo Soares é diretor de TV, escritor, roteirista e jornalista. Titular do blog Todo Prosa (www.todoprosa.blogspot.com) e autor, entre outros, dos livros Cinevertigem, Valentão e Falta de Ar. Atualmente diretor de Conteúdo e programação da EBC- Empresa Brasil de Comunicação.
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