Gonzaga Mota*

Possuia várias fábricas de tecidos instaladas pelo Brasil. Conversaram bastante e o bom Ismael convidou Pascoal para trabalhar no escritório central da empresa, na avenida Rio Branco, como auxiliar da diretoria. Passaram-se alguns meses e Pascoal cumpriu rigorosamente suas obrigações, impressionando o antigo colega Ismael. Até que um dia foi nomeado tesoureiro da empresa: passou a morar no Leblon, comprou um carro importado, frequentava restaurantes de luxo, passava fins de semana em Búzios e tentava seduzir mulheres bonitas, inclusive Isolda, senhora distinta, séria e o pior, esposa do patrão Ismael. Era evidente que o ingrato Pascoal estava desviando dinheiro. Uma auditoria externa constatou a roubalheira e para agravar a situação Isolda contou ao marido a perseguição que vinha sofrendo.
No dia seguinte, Ismael exonerou o vilão da empresa, por justa causa, comunicou o fato à Polícia, dando-lhe uma surra em razão da falta de respeito para com sua correta Isolda. O canalha, sem alternativa, jogou-se do 10º andar do prédio onde funcionava a sede da empresa. A vida é assim, infelizmente.
*Integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, poeta, escritor, professor da UFC e ex-governador do Ceará
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