quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Polícia identifica suspeito de agredir gay, e trabalha com hipótese de roubo

Atualizado em 03/09/2014 11h45

Jovem de 19 anos foi agredido no domingo (31) em Telêmaco Borba, no PR.

De acordo com o delegado, suspeito tem passagens pela polícia.

Alana FonsecaDo G1 PR
Dawan diz que, antes de ser espancado, foi sufocado (Foto: arquivo pessoal)Jovem gay foi espancado por dois homens
(Foto: Dawan Santos/arquivo pessoal)
O delegado que investiga o caso do jovem gay espancado no domingo (31) em Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais doParaná, afirmou ao G1 nesta quarta-feira (3) que já identificou um dos suspeitos do crime. Ainda segundo o delegado, não é possível afirmar que o rapaz foi vítima de homofobia, de forma que a polícia trabalha com suspeita de roubo. Além da agressão, duas pessoas são suspeitas de terem levado dinheiro e celular da vítima.
"A hipótese de homofobia não está descartada. Vamos continuar investigando o caso, ouvir os suspeitos e a vítima, e depois tirar uma conclusão", explica o delegado Rubens Miranda Junior, que informou ainda que o suspeito identificado tem passagens pela polícia. “Sendo assim, é possível que os criminosos não tenham ido atrás do jovem por causa da opção sexual dele", conclui.
Na manhã desta quarta-feira, Dawan Bueno dos Santos, de 19 anos, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal de Ponta Grossa, também nos Campos Gerais.
Antes de ser espancado, Dawan foi sufocado (Foto: Alex Durski/arquivo pessoal)Antes de ser espancado, Dawan foi sufocado
(Foto: Alex Durski/arquivo pessoal)
Entenda o caso
Dawan foi abordado na madrugada de domingo (31) por dois homens. Ele retornava para casa, por volta das 2h, quando começou a ser seguido pela dupla. “Eu disse que eles podiam levar qualquer coisa, mas pedi para não me machucarem. Os dois me mandaram calar a boca e o tempo todo me chamavam de ‘viadinho’”, lembra.
O jovem afirma que foi sufocado e, só depois de perder a consciência, apanhou dos criminosos. “Quando eu acordei, já era de manhã, perto das 7h. Aí percebi que estava todo ensanguentado e dolorido. Provavelmente, eles me bateram muito enquanto eu estava desacordado. Foi aí que, meio tonto e sem voz, fui atrás de ajuda”, relata.
Ele foi levado para o hospital e ficou internado até o fim da tarde de segunda-feira (1º). “Levei vários pontos na cabeça. Um dos meus olhos está roxo, minha garganta dói e meu nariz ainda está inchado”, conta. Agora, Dawan se recupera dos ferimentos em casa.
Ele garante que foi vítima de homofobia. “Todos os dias, eu acordo já sabendo que vou ter que enfrentar algum tipo de preconceito. Já faz parte da minha rotina. Para mim, é tão certo quanto acordar, lavar o rosto e escovar os dentes”, explica.
jovem gay agredido em telêmaco borba (Foto: Arquivo Pessoal / David Weslley Chezini)"As pessoas tem raiva da aparência dele. Não é
porque eu o amo, mas ele é um amor de pessoa",
declara o namorado de Dawan
(Foto: /David Weslley Chezini/arquivo pessoal)
Apoio
A tia de Dawan, Sílvia dos Santos, conta que morou durante anos com o sobrinho. “Ele é um bom menino. É difícil lidar com o preconceito que a nossa sociedade tem”, desabafa. Sílvia diz que ela e a família ficaram horrorizadas ao ver o jovem inteiro machucado. “Nós amamos Dawan. Está sendo horrível ter que vê-lo passar por uma situação assim”, afirma. Entretanto, para a tia do jovem, a pior parte não são as agressões físicas. “Os machucados, uma hora, saram, não é? Mas e o trauma? É uma coisa que ele não vai esquecer assim tão cedo, tenho certeza”, afirma.
namorado do jovem, David Weslley Chezini, de 17 anos, disse que chegou a passar mal quando viu a foto do namorado machucado na internet. Eles moram em cidades diferentes e estavam sem se ver há três semanas. “As pessoas têm raiva da aparência dele. Não é porque eu o amo, mas ele é um amor de pessoa. Ainda bem que o Dawan é forte”, declara.
“Quando eu acordei, já era de manhã, perto das 7h. Aí percebi que estava todo ensanguentado e dolorido. Provavelmente, eles me bateram muito enquanto eu estava desacordado. Foi aí que, meio tonto e sem voz, fui atrás de ajuda”, conta o jovem (Foto: Alex Durski/arquivo pessoal)“Quando eu acordei, já era de manhã, perto das 7h. Aí percebi que estava todo ensanguentado e dolorido. Provavelmente, eles me bateram muito enquanto eu estava desacordado. Foi aí que, meio tonto e sem voz, fui atrás de ajuda”, conta o jovem (Foto: Alex Durski/arquivo pessoal)

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