Eu poderia tranquilamente dizer que vivemos realmente uma experiência de “Sínodo”, um percurso solidário, um “caminho juntos”, disse Francisco no pronunciamento conclusivo.
As discussões acaloradas representaram por vezes tentações, que o Papa classificou em pelo menos quatro categorias: a do enrijecimento hostil, isto é, fechar-se dentro da lei; a do “bondosismo” destrutivo, que enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; a tentação de descer da cruz para contentar as pessoas; e a tentação de negligenciar o “depositum fidei”, considerando-se seus proprietários.
Pessoalmente, ficaria muito preocupado e triste se não houvesse estas tentações e estas discussões animadas. Pelo contrário, vi e escutei discursos e pronunciamentos repletos de fé, de zelo pastoral e doutrinal, de sabedoria, de franqueza, de coragem. Agora temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concretas às tantas dificuldades e inumeráveis desafios que as famílias devem enfrentar; dar respostas aos tantos desencorajamentos que circundam e sufocam as famílias, prosseguiu.
Nessas duas semanas de Sínodo, o Programa Brasileiro entrevistou diariamente os representantes brasileiros. Agora, abrimos espaço para um representante lusófono: o Presidente da Conferência Episcopal de Angola e do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar, Dom Gabriel Mbilingi.
Para o Arcebispo do Lubango, um conceito que cada vez mais ganha espaço é o de pensar a Igreja como família de famílias. Portanto, o conceito de “família alargada”, próprio do continente africano.
Dom Mbilingi também reconhece que houve certa dificuldade durante os debates entre doutrina e pastoral, mas que o Sínodo abriu uma nova dinâmica de ver as coisas e responder aos problemas com uma atitude de misericórdia. E faz votos de ver essa mesma atitude nas Conferências e dioceses. Ouça clicando acima.
(BF)
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