domingo, 5 de outubro de 2014

Brasileiros em Miami votam com camisa da seleção e bandeira nacional

 Atualizado em 05/10/2014 14h52

Cidade dos EUA tem maior zona eleitoral fora do país: 22,2 mil eleitores.

'Amor à nossa pátria começa na hora da votação', diz engenheiro.

Carolina CamargoEspecial para o G1, em Miami (EUA)
Família de brasileiros foi votar com a camisa da Seleção em Miami (Foto: Carolina Camargo/G1)Larissa, Francisco e a pequena Lara foram uniformizados para votar em Miami (Foto: Carolina Camargo/G1)
Muitos brasileiros que vivem na Flórida, nos Estados Unidos, usaram camisas com as cores do Brasil para votar no Miami Dade College, em Miami, local da maior zona eleitoral no exterior com 22.294 mil eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Teve até família uniformizada de seleção brasileira e eleitora com a bandeira nacional. Ao todo, são quase 354,2 mil eleitores aptos a votar fora do Brasil, em 120 países ao redor do mundo.
O engenheiro Francisco Otero, 42, a mulher, a psicóloga Larissa Otero, e a filha, Lara, de 7 meses, vieram vestidos à caráter. "Temos muito orgulho de ser brasileiros. É a primeira vez que a minha filha veste uma camisa do Brasil. Queremos que ela aprenda desde pequena. O amor à nossa pátria começa na hora da votação", afirmou.
A arquiteta Andrea Lulsdorf veio de Naples, a 200 km de Miami, com o marido, Antônio, e os filhos João Pedro e Gregory (Foto: Carolina Camargo/G1)A arquiteta Andrea Lulsdorf veio de Naples, a 200
km de Miami, com o marido, Antônio, e os filhos
João Pedro e Gregory (Foto: Carolina Camargo/G1)
A família veio de Boca Raton, cerca de 80 km de Miami, para participar da eleição. "Tem de ter muita vontade para votar! A maior parte da comunidade brasileira fica mais ao norte, por isso, deveriam ter outros postos de votação. Eu tenho tripla nacionalidade. Voto para os Estados Unidos, Espanha e Brasil. Quando teve eleição na Espanha, o governo mandou a cédula para a minha casa. Isso sim é democracia", reclamou. 

"Faço de tudo pelo meu voto", declarou Andrea Lulsdorf, 40 anos, arquiteta, vestindo uma camisa verde e amarela. Na companhia do marido, Antônio, 44, e dos filhos, João Pedro, 11, e Gregory, 6, ela veio de Naples, a 200 km de Miami, para poder votar. "Acordamos cedo e vamos fazer um bate e volta. São quatro horas de viagem ao todo. Senti necessidade de vir e dar minha contribuição. Mesmo morando fora do país, nosso coração, tradição e cultura são brasileiros. Quis mostrar para os meus filhos a importância de votar e escolher nossos governantes. Não pode só reclamar. Tem de fazer algo", disse.

Morando nos Estados Unidos desde 2005, essa foi a segunda vez que o diretor de arte Eduardo Guzman, 50, levou as filhas, Marina, 9, e Siena, 7, para votar com ele. "Decidimos usar as camisas do Brasil porque hoje é o dia de mostrar nosso patriotismo. Votar é um jeito de me manter conectado ao meu país e de cumprir meu dever como cidadão. Elas têm dupla nacionalidade e sempre que podemos vamos ao Brasil", falou.
Bandeira do Brasil
Brasileira levou a bandeira do país para o consulado na votação em Miami (Foto: Carolina Camargo/G1)Lia Maia levou a bandeira do país para o consulado na votação em Miami (Foto: Carolina Camargo/G1)
No entanto, ninguém caprichou mais do que a professora Lia Maia, 55 anos. Ela chegou para votar usando colar e brincos com a bandeira brasileira, boné verde e amarelo e a bandeira nas costas. "Quero mostrar que eu sou brasileira e amo meu país. O Brasil nunca sai do brasileiro", afirmou.
A babá Nanci Johnson, 60, foi justificar o voto com um chimarrão nas mãos. "Não importa aonde eu vá, pode ser na praia ou em um passeio, sempre levo minha cuia. Sou do Rio Grande do Sul e nunca deixei de lado essa tradição", contou.

Selfie nas eleições
Com 30 salas para votação e 55 urnas, quem procurou o Miami Dade College para votar na parte da manhã não enfrentou filas. Até sexta-feira (3) 13.200 títulos ainda estavam à disposição para serem retirados. Dentro do Miami Dade College uma grande sala foi montada para a retirada, mas tudo transcorria tranquilamente. A única espera mesmo era para fazer fotos em frente das placas com indicações da eleição dentro da universidade.
"Estamos fazendo fotos para mostrar para os nossos parentes que são de Ipatinga, em Minas Gerais. Queremos mostrar que viemos votar", afirmou o marceneiro José Onofre Soares, 51, na companhia da mulher, a balconista Maria dos Anjos Soares, 46. "Minha família é de Florianópolis e estamos sempre em contato pela Internet. Eu vim de Naples para votar e vou mostrar a foto para eles", disse a veterinária Suzana Kroeff Katila, 48 anos.
O marceneiro José Onofre Soares e a mulher, a balconista Maria dos Anjos Soares, fizeram questão de tirar fotos nas placas que indicavam as salas para votação  (Foto: Carolina Camargo/G1)O marceneiro José Onofre Soares e a mulher, a balconista Maria dos Anjos Soares, fizeram questão de tirar fotos nas placas que indicavam as salas para votação (Foto: Carolina Camargo/G1)

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