quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma diz que não vai fazer 'carta de intenção' para combate à corrupção

14/10/2014 19h53

'Tenho palavra', disse, ao defender punição para 'corruptos e corruptores'.

Petista se disse tranquila para debate e que vai cobrar explicação de Aécio.

Tahiane StocheroDo G1, em São Paulo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em entrevista à imprensa em São Paulo (Foto: Tahiane Stochero/G1)Dilma em entrevista à imprensa em São Paulo
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (14) em São Paulo que, ao contrário do seu adversário na disputa à presidência, Aécio Neves (PSDB), que divulgou uma carta de compromissos sociais, que não fará o mesmo em relação a compromissos para combater a corrupção e os desvios dos cobres públicos.
"Eu não pretendo fazer carta de intenção nenhuma. Eu tenho palavra. Eu sou presidente da República e todos que me conhecem sabem que eu luto para cumprir. No caso específico da corrupção, o Brasil tem que resolver este problema institucionalmente, ou seja, não é possível que nós não investiguemos, julguemos e devemos punir exemplarmente corruptos e corruptores. É fundamental discutir a impunidade", afirmou Dilma.

A declaração foi feita em meio à revelação de um suposto esquema de propina paga a partidos políticos a partir de contratos na Petrobras. Em depoimento à Justiça, o ex-diretor Paulo Roberto Costa disse que 3% dos valores pagos pela estatal a empreiteiras eram desviados para abastecer o caixa do PT, PMDB e PP, que negam as acusações.
Em entrevista à imprensa em São Paulo, onde para o primeiro debate do segundo turno, a presidente disse discordar de declaração do ministro Gilberto Carvalho, segundo quem a campanha enfrentaria um "momento delicadíssimo". Ela disse estar "bastante tranquila em relação ao debate" e que agora será a hora de "ter uma discussão séria", em que cobrará de Aécio respostas sobre sua atuação no governo mineiro.
"Eu estou bastante tranquila em relação ao debate, é melhor porque ele fica mais igual né, não é mais sete contra um, ou sei contra um, nem lembro quantos eram. É um e daí é diferente a situação", disse."Agora nós vamos ter uma discussão a sério. E agora nós vamos cotejar não só o meu governo, mas o governo dele, porque ele teve um governo, que ele fez em Minas e tentar entender porque ele não for eleito em Minas Gerais", completou depois.
Dilma disse que Aécio "terá que explicar" o motivo de Minas ter a segunda maior dívida entre os estados brasileiros e o porquê do governo tucano ter tido a necessidade de fazer, segundo ela, um termo de ajustamento de gestão com o Tribunal de Contas em relação à falta de investimentos em saúde e educação.
Segundo turno
A presidente disse que, no segundo turno, o ex-presidente Lula irá participar ativamente da sua campanha. "Ele não está ausente [da campanha presidencial] não. Eu vivo falando  com ele por telefone, pelo contrário. O presidente Lula não só já fez uma grande plenária muito boa, esta fazendo uma série de atividades, e iremos fazer várias atividades juntos, podem ficar descansados".
Sobre as pesquisas de intenção de voto, que mostram uma pequena margem de diferença em relação a Aécio, Dilma explicou que "nunca comentei pesquisa na vida, nem quando sobe, nem quando desce, nem quando fica estável. De jeito nenhum comento pesquisa. A pesquisa é imporatnte, mas é uma amostra. As coisas mudam hoje, amanhã, às vésperas das eleições. Só tem uma pesquisa infalível: é o voto na urna".

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