18/10/2014 | domtotal.com
Cidade do Vaticano, 18 out (SIR) - "Estudo, pesquisa, fronteira": são as três palavras que o Papa Francisco confia à Fuci, Federação Universitária Católica Italiana, por ocasião do Congresso extraordinário organizado em Arezzo – região italiana da Toscana – em vista da Beatificação do Papa Montini, este domingo, 19 de outubro. O encontro, que quer recordar Paulo VI nos anos em que foi assistente central da Fuci (1925-1933), se realiza com o tema: "In spiritu et veritate. O testemunho de Giovanni Battista Montini na universidade e na cultura contemporânea".
A primeira palavra que o Papa confia aos jovens da Fuci é studium. "O essencial da vida universitária – escreve – reside no estudo, na fadiga e paciência do pensar que revela uma inclinação do homem à verdade, ao bem, à beleza." "Não se contentem com verdades parciais ou ilusões asseguradoras – exorta –, mas acolham no estudo uma compreensão sempre mais plena da realidade. Para fazer isso são necessárias a humildade da escuta e a perspicácia do olhar. Estudar não é apropriar-se da realidade para manipulá-la, mas deixar que ela nos fale e nos revele algo, muitas vezes também sobre nós mesmos; e a realidade não se deixa compreender sem uma disponibilidade a afinar a perspectiva, a olhá-la com olhos novos. Portanto, estudem com coragem e esperança."
A segunda palavra é pesquisa. "O método de estudo de vocês seja a pesquisa, o diálogo e o cotejamento. Que a Fuci experimente sempre a humildade da pesquisa, aquela atitude de silencioso acolhimento do desconhecido, do outro, e demonstre sua abertura e disponibilidade a caminhar com todos aqueles que são impelidos por uma inquieta inclinação à Verdade, crentes e não-crentes, estrangeiros e excluídos."
"A pesquisa se interroga continuamente, torna-se encontro com o mistério e se abre à fé: a pesquisa torna possível o encontro entre fé, razão e ciência, permite um diálogo harmônico entre elas, um intercâmbio fecundo que na consciência e na aceitação dos limites da compreensão humana permite uma pesquisa científica feita na liberdade da consciência. Através deste método de pesquisa é possível alcançar um objetivo ambicioso: recompor a fratura entre Evangelho e contemporaneidade através do estilo da mediação cultural, uma mediação itinerante que sem negar as diferenças culturais, aliás, valorizando-as, se coloque como horizonte de um projeto positivo".
"A cultura de nosso tempo – recorda o Papa Francisco aos jovens – tem fome do anúncio do Evangelho, precisa ser reanimada por testemunhos firmes e fortes." Em seguida, cita as palavras de Montini: "É a ideia que guia o homem, que gera a força do homem. Um homem sem ideia é um homem sem personalidade".
A terceira palavra é fronteira. "A Universidade – escreve o Santo Padre na mensagem – é uma fronteira que cabe a vocês, uma periferia na qual acolher e cuidar das pobrezas existenciais do homem." "Procurem sempre encontrar o outro, colher o 'cheiro' dos homens de hoje, até ficarem impregnados de suas alegrias e esperanças, de suas tristezas e angústias. Jamais oponham barreiras que, querendo defender a fronteira, excluam o encontro com o Senhor". Ao invés – exorta o Pontífice –, "levem esperança a abram o trabalho de vocês sempre aos outros, abram-se sempre à partilha e ao diálogo. Na cultura, sobretudo hoje, precisamos colocar-nos lado a lado de todos. Vocês poderão superar o confronto entre os povos somente se conseguirem alimentar uma cultura do encontro e da fraternidade. Exorto-os a continuar levando o Evangelho para a Universidade e a cultura para a Igreja!".
No apelo final: "tenham os olhos sempre voltados para o futuro. Sejam terreno fértil em caminho com a humanidade, sejam renovação na cultura, na sociedade e na Igreja. Para dar expressão à renovação é preciso coragem, humildade e escuta".
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