Dilma Rousseff deu início às conversas com os partidos aliados sobre a montagem da equipe do segundo governo, mas um gesto dá uma pista sobre como vai funcionar o Palácio do Planalto a partir de janeiro: ao designar Aloizio Mercadante para conversar com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, sobre a pauta do Congresso que aumenta os gastos públicos, fica claro que Mercadante continuará a ter papel de destaque. Ou seja, ele continuará sendo o homem forte do governo no Palácio do Planalto. Por outro lado, está descartada a ideia de ele ser transferido para o Ministério da Fazenda – uma preocupação do mundo financeiro e econômico.
A tarefa de conversar com o presidente da Câmara poderia ter sido dada ao ministro da Articulação Política do governo, Ricardo Berzoini. Ao preteri-lo nesta tarefa, Dilma pode já estar pensando na transferência dele para outra pasta – o PT quer tê-lo no Ministério das Comunicações. Mas não parece ser este o destino preferido por Dilma. Como ele abriu mão de disputar o mandato para continuar no governo, é de se supor que alguma missão terá no segundo mandato. Mas pode ser noutro local que não seja o Planalto ou a Esplanada dos Ministérios.
A derrota logo no primeiro dia de funcionamento do Congresso após a vitória da reeleição de Dilma demonstra que os aliados vêm com força para cima do governo, cobrando as faturas da campanha. A presidente já começou a fazer as consultas, mas o desenho da nova equipe, só na semana que vem. Está claro que a margem de manobra da presidente vai se estreitando: não poderá reduzir significativamente o número de ministérios pois, assim, não teria como acomodar tantos aliados e com apetite tão grande.
Por mais que exista esse puxa-daqui-e-de-lá entre os aliados, o que importa mesmo é quem será o ministro da Fazenda. Uma coisa já está demonstrada: pela primeira vez, entrou na lista de nomes analisados pela presidente alguém que vem do mercado, e não só dos quadros do PT. Um dos nomes da lista é o do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Pode até não vingar, mas cogitado, está sim.
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