sábado, 11 de outubro de 2014

Nasa anuncia que águas profundas dos oceanos pararam de esquentar

em 06/10/2014 18h36

Cientistas tentam entender queda, mesmo com maiores emissões de gases.

Temperatura em águas superficiais continua aumentando lentamente.

Da France Presse
Calor que irradia do Oceano Pacífico é visto em imagem de satélite divulgada pela NASA em 6 de outubro. As regiões azuis indicam camadas espessas de nuvens (Foto: AFP Photo/NASA/Handout)Calor que irradia do Oceano Pacífico é visto em
imagem de satélite divulgada pela NASA em 6 de
outubro. As regiões azuis indicam camadas
espessas de nuvens (Foto: AFP Photo/NASA/
Handout)
A temperatura média das águas frias dos oceanos parou de aumentar desde 2005, o que traz novos questionamentos aos cientistas sobre por que o aquecimento global parece ter diminuído nos últimos anos, apesar do aumento das emissões de gases causadores de efeito estufa.
Uma das principais hipóteses apresentadas até agora para explicar este paradoxo é que o calor acumulado pelos oceanos desceu a grandes profundidades.
Os cientistas da Nasa, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) em Pasadena (Califórnia, oeste), analisaram a temperatura dos oceanos entre 2005 e 2013, com base em medições realizadas com satélites e diretamente em águas oceânicas, com 3 mil boias distribuídas por todo o mundo.
"Descobriram que sob os 1.995 metros praticamente não houve mudanças de temperatura durante este período", destacaram no trabalho publicado na revista britânica Nature.
Apesar disso, "o nível dos oceanos continuou subindo", principalmente devido ao degelo no Polo Norte e na Groenlândia, destacou Josh Willis, da missão JPL e co-autor da pesquisa.
No entanto, o especialista considera que o fenômeno inexplicável não põe em dúvida a realidade do aquecimento global. "Estamos apenas tentando entender este mecanismo", acrescentou.
No século 21, os gases de efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono (CO2) produzido pela queima de combustíveis fósseis, continuaram se acumulando na atmosfera, como aconteceu no século anterior.
A temperatura das águas superficiais nos oceanos (até 700 metros de profundidade) continua aumentando, mas não muito rapidamente.
Um estudo publicado em 21 de agosto na revista Science já tinha mencionado essa tese, destacando que uma corrente cíclica que se desloca lentamente no Atlântico e transporta o calor entre os polos, ganhou intensidade no começo do século 21, fazendo com que o calor seja absorvido pelas águas a 1.500 metros de profundidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário