Ela grava covers acústicos vistos 42 milhões de vezes e nunca fez um show.
Garota é disputada por gravadoras e tem agência para gerenciar Instagram.
Mariana Nolasco, 16 anos, nunca pisou em um palco, não tem gravadora e aprendeu a tocar violão pela internet. Sozinha, vai longe. Com covers caseiros de funk a MPB, tem 43 milhões de visualizações no YouTube. É quase o dobro do canal de Claudia Leitte. Com mais 3 milhões, iguala o de Ivete. Os vídeos surgiram em 2011, "de brincadeira". A audiência foi crescendo. O estouro veio em setembro de 2012, com versão de “Como é bom ser vida loka”, do MC Rodolfinho. "Em dois dias teve mais de 1 milhão de views", diz Mariana Nolasco.
Mariana faz parte do especial do G1 "Pop de menor", sobre músicos brasileiros rumo ao estrelato sem idade nem para dirigir. Com pequenas idades e grandes fã-clubes, eles têm cifras que superam veteranos nas redes sociais. Os famosinhos contam como é se dividir entre aulas de matemática e milhões de cliques somados no YouTube. Veja letras e vídeos de Mariana Nolasco.
Fãs 'tremem', Instagram rende
Mariana nasceu em Campinas e mora em Mogi Guaçu (SP), onde cursa o 2º ano do Ensino Médio. Seu canal no YouTube desafia as noções de ecletismo de gerações anteriores. Ser eclético é uma coisa. Emendar um cover de MC Pikeno com System of a Down, seguido por Renato Russo, One Direction e Jorge e Matheus é outra questão - para a qual Mariana não está nem aí. "Procuro me inspirar um pouquinho em cada um deles", resume.
Mariana nasceu em Campinas e mora em Mogi Guaçu (SP), onde cursa o 2º ano do Ensino Médio. Seu canal no YouTube desafia as noções de ecletismo de gerações anteriores. Ser eclético é uma coisa. Emendar um cover de MC Pikeno com System of a Down, seguido por Renato Russo, One Direction e Jorge e Matheus é outra questão - para a qual Mariana não está nem aí. "Procuro me inspirar um pouquinho em cada um deles", resume.
O único estilo que ela segue é o de maquiagem. Sempre com muita base e rímel para marcar os olhos, as fotos no Instagram repercutem tanto quanto os vídeos musicais no YouTube. Não é difícil achar tutoriais de "make à Mari Nolasco" na web, feitas por meninas que ela nem conhece. Mariana virou uma espécie de "it girl que canta”, com fãs fervorosas. "A reação que mais surpreende é quando não acreditam que sou eu mesma, tremem, choram", diz.
Há três meses ela contratou uma agência para gerenciar suas redes sociais. A Conteúdo Digital vende posts patrocinados no Instagram de Mariana, do filme "Tartarugas Ninja" a marcas de roupa. "A procura é muito grande", diz a diretora Tatiana Diniz. A empresa que já cuidou de famosos como Tatá Werneck agora investe em "influenciadores da internet". Elas não revelam os lucros atuais de Mariana. "Tenho uma poupança e guardo lá", diz a jovem.
Convites de gravadoras
Mariana já tem convites de gravadoras e estuda propostas. Mas prefere estudar para o vestibular primeiro. Publicidade, direito e psicologia são opções. Ela já está preocupada com o terceiro ano e se diz “focada” no colégio. Também não quer desviar o foco dos colegas como “webcelebridade” no recreio. "Como eu já estou na mesma escola faz muito tempo, a maioria deles acompanhou tudo isso - já são acostumados.”
Mariana já tem convites de gravadoras e estuda propostas. Mas prefere estudar para o vestibular primeiro. Publicidade, direito e psicologia são opções. Ela já está preocupada com o terceiro ano e se diz “focada” no colégio. Também não quer desviar o foco dos colegas como “webcelebridade” no recreio. "Como eu já estou na mesma escola faz muito tempo, a maioria deles acompanhou tudo isso - já são acostumados.”
Os pais dela, aposentados, ficam de olho na filha, de provas a redes sociais. "Vim de uma família conservadora. Pode ser artista, mas tem que estudar", diz o pai Heitor, economista. "Não me considero uma profissional, estou cuidando e me preparando pra um dia se tornar uma. Tudo com calma e no seu devido tempo", acalma a filha. Ela tem um irmão de 19 anos, que toca violão clássico e foi inspiração para os primeiros arroubos musicais.
Pisar em um palco também é objetivo secundário. "Pretendo terminar a escola primeiro. E aí, mais pra frente, quero fazer shows sim, como consequência do trabalho que desejo desenvolver". Ela já ganha dicas do produtor Rick Bonadio, companheiro de agência que trabalhou com Mamonas Assassinas e Charlie Brown Jr. "Ele tem dado instruções. A gente quer amadurecê-la. Não lançar só por lançar. Um tijolo de cada vez", pondera Tatiana. A colega da Conteúdo Digital e “musa do YouTube” Gabi Luthai assinou com a Sony.
O pai quer pé no freio, mas entende o encanto da filha pelos vídeos. "No início não gostei muito. Mas é uma forma de se expressar. Não gostava dessa exposição. A gente saía, ela era reconhecida. Mas ela gosta de cantar, eu não vou reprimir". A mãe, Filomena, ex-professora de inglês, também é precavida. "Ela fica bem exposta, e a gente tem que cuidar da imagem dela como pessoa. Tem que ter um tempo, ver o que ela vai fazer."
Enem virou questão
Como toda famosa de verdade, Mariana tem seus "haters". Detratores na web a acusam de usar Photoshop para retocar fotos. "Dou risada ou ignoro, já me estressei muito à toa. Não, eu não faço isso (usar Photoshop)", diz. "Quando tinha uns 13 anos começaram a fazer várias críticas. Ficava chateada, claro. Xingava de volta", lembra a garota, que tem 3 milhões de fãs na rede social de perguntas Ask.fm.
Como toda famosa de verdade, Mariana tem seus "haters". Detratores na web a acusam de usar Photoshop para retocar fotos. "Dou risada ou ignoro, já me estressei muito à toa. Não, eu não faço isso (usar Photoshop)", diz. "Quando tinha uns 13 anos começaram a fazer várias críticas. Ficava chateada, claro. Xingava de volta", lembra a garota, que tem 3 milhões de fãs na rede social de perguntas Ask.fm.
Um anúncio de TV que Mariana gravou para o Governo Federal em maio de 2014, divulgando o Enem ao lado do cantor Mumuzinho, causou rebuliço pelo visual diferente. A voz afinada e o violão estavam lá, mas faltava a marca registrada: os famosos cílios alongados. Foi um choque para fãs e "haters". "No Enem a produção da maquiagem não é o tanto que estou acostumada a usar. As pessoas ficaram meio chocadas pelo costume de me ver bem maquiada", explica.
Polêmica anterior, em 2013, foi a discussão com outra famosinha do YouTube, a “vlogger” gaúcha Raquel Cardozo. A briga começou com uma promoção que daria uma festa de 15 anos à garota que tivesse mais curtidas no Facebook. Raquel fez campanha para uma fã, e Mariana quis ajudar outra menina a ganhar a promoção. A fã da gaúcha venceu. Depois disso, Mariana e Raquel começaram a falar mal uma da outra em vídeos que tiveram milhões de visualizações. Hoje, Mariana prefere ignorar críticas: "Não vale ficar retrucando", ensina.
Mesmo com tanta exposição na web, Mariana quer reservar parte da vida pessoal. "Nunca namorei. Mas se um dia me envolver seriamente com alguém, certamente vou preferir não expor isso", diz. Mas os covers e fotos vão continuar lá: "Gravo porque amo fazer. Não tem como você desistir de algo que ama. Já duvidei (do meu potencial) sim, várias vezes, imagino que faça parte desta construção. Mas os elogios e críticas construtivas me incentivam”.
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