Ele foi detido em meio a investigação sobre fraude fiscal.
Ex-premiê é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
O ex-primeiro-ministro português José Sócrates, detido na sexta-feira (21) em meio a uma investigação por fraude fiscal e corrupção, teve a prisão preventiva decretada nesta segunda (24), após um longo interrogatório, anunciou a Justiça portuguesa.
Sócrates, 57 anos, é acusado de "fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro", revela a decisão do juiz de instrução lida à imprensa.
Esta decisão é "profundamente injusta e injustificada", disse João Araújo, advogado do ex-chefe de governo português, afirmando que recorrerá da decisão.
A detenção contra este polêmico político, que governou o país entre 2005 e 2011 e cujo nome aparece em vários casos, abalou Portugal.
Sócrates foi detido na tarde de sexta-feira no Aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, em meio a uma operação contra a corrupção que também levou três de seus colaboradores para a cadeia: o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista do ex-premier, João Perna.
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Diversas batidas foram realizadas nos últimos dias em empresas e na residência de Sócrates em Lisboa, em busca de provas de operações bancárias fraudulentas, informou o ministério público.
Segundo a imprensa portuguesa, uma denúncia procedente da estatal Caixa Geral de Depósitos levou à polícia a investigar altas somas transferidas para a conta de Sócrates, incompatíveis com a renda do ex-premier e com suas declarações ao fisco.
A Justiça se concentra em um apartamento em Paris, avaliado em três milhões de euros, no qual Sócrates morou em 2012 durante um curso de Ciências Políticas na França.
'Não tenho capital ou contas no exterior. Sempre vivi do meu trabalho', disse Sócrates em julho, quando foi envolvido pela imprensa em um caso de lavagem de dinheiro.
Preocupado com a repercussão do caso, o porta-voz dos deputados do partido governista PSD, Luis Montenegro, estimou nesta segunda-feira que a imagem do país está manchada "por tudo o que ocorreu nestes últimos dias".
O caso respinga no prefeito de Lisboa, Antonio Costa, que foi ministro do Interior de Sócrates e agora é o novo secretário-geral do Partido Socialista português.
Perguntado sobre esta herança política de Sócrates, Costa se manteve solidário e declarou que 'o PS não adota as práticas estalinistas de apagar as fotos' de seus antigos dirigentes.
José Sócrates anunciou sua demissão como primeiro-ministro em março de 2011, após o Parlamento rejeitar seu novo programa de austeridade orçamentária.
Pouco depois, Portugal - à beira da falência - se viu forçado a pedir uma ajuda financeira de 78 bilhões de euros à União Europeia e ao Fundo Monetário Internacional, que exigiu um programa de austeridade de três anos, concluído em maio passado
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