sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Marcha pelos 43 jovens mexicanos desaparecidos termina em confronto

21/11/2014 06h02

Grupo denominado anarquista entrou em choque com a polícia.

País vive onde de protestos após sumiço de estudantes em setembro.

Da EFE
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Grupo entra em conflito com a polícia próximo ao palácio do governo mexicano. Presidente é pressionado em meio ao desaparecimento de 43 jovens  (Foto: YURI CORTEZ/AFP)Grupo entra em conflito com a polícia próximo ao palácio do governo mexicano. Presidente é pressionado em meio ao desaparecimento de 43 jovens (Foto: YURI CORTEZ/AFP)
Um enfrentamento entre policiais e manifestantes, que protestavam pelo desaparecimento de 43 estudantes, no centro da Cidade do México, terminou na noite desta quinta-feira (20) com 15 detidos, entre eles três mulheres e um estrangeiro.
O incidente foi um choque isolado nas proximidades do Zócalo, a praça principal da Cidade do México, depois de uma manifestação pacífica de protesto pelos 43 estudantes desaparecidos há dois meses na cidade de Iguala, que reuniu milhares de pessoas.
"Há detidos, até o momento tenho o relato de 15, entre os quais três mulheres" e "entre os que atuaram com maior determinação, há um estrangeiro", afirmou o secretário de Governo, Miguel Ángel Osorio Chong, à emissora 'Televisa'.
Osorio disse que seu governo 'respeitou' e 'acompanhou' o que foi, em termos gerais, uma 'manifestação ordenada e pacífica'.
Acrescentou que o governo do presidente Enrique Peña Nieto quer "descobrir a verdade e punir os responsáveis' pelo desaparecimento dos estudantes de magistério da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, no sul do país, que já completa quase dois meses.
Policiais seguem para enfrentar manifestantes perto do aeroporto da Cidade do México (Foto: AP Photo/Marco Ugarte)Policiais seguem para enfrentar manifestantes perto do aeroporto da Cidade do México (Foto: AP Photo/Marco Ugarte)
No entanto, lembrou que, no final das grandes manifestações desta quinta-feira na capital, "grupos alheios a este movimento" de protesto, que "se caracterizam por sua violência" e "agrediram e atacaram às forças de segurança", por isso o Estado teve que agir "com firmeza e determinação".

"Não vamos permitir que causem danos a terceiros, que causem danos às instituições", advertiu Osorio, que reiterou que "de nenhuma maneira houve repressão" contra os manifestantes.
A Agência Efe constatou que o confronto, iniciado por um grupo de encapuzados, aconteceu depois que a maioria dos manifestantes já tinha deixado o local, entre eles familiares das vítimas.

Durante mais de meia hora, ocorreram tentativas de agressão à polícia por parte dos manifestantes radicais, que utilizaram sprays inflamáveis e isqueiros para lançar chamas contra os agentes.
Em resposta, as forças policiais usaram extintores e, finalmente, investiram com seus escudos e cassetetes contra a multidão, que foi obrigada recuar e acabou se dispersando.
Pela manhã, outro incidente isolado aconteceu nas imediações do Aeroporto Internacional da Cidade do México, onde dois policiais ficaram feridos e outros 15 jovens foram detidos quando um grupo tentou invadir o terminal aéreo.

Desaparecimento
Esta foi a quarta rodada de manifestações para exigir o retorno dos 43 jovens que desapareceram em 26 de setembro, após de uma série de ataques ordenados pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, nos quais morreram seis pessoas e outras 25 ficaram feridas.

Naquela noite, os 43 jovens foram detidos por policiais municipais e entregues ao cartel Guerreros Unidos, que se encarregou de assassiná-los e incinerá-los para sumir com seus vestígios, segundo o depoimento de três integrantes desse grupo criminoso.
O estudante da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Raúl Romero, disse à Agência Efe que os manifestantes exigem que os 43 alunos sejam entregues com vida, pois não acreditam que estejam mortos.
Romero reiterou que os pais só reconhecerão os resultados das análises dos peritos argentinos sobre a identidade dos restos humanos encontrados em um lixão de Cocula, cidade vizinha a Iguala, onde três membros dos Guerreros Unidos afirmam que os corpos dos estudantes foram incinerados.

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