17/11/2014 | domtotal.com
O cometa que agora cavalgamos é um elogio à paciência de que todos nós precisamos.
Por Ricardo Soares*
Uma máquina de lavar roupa (ou quase) altamente tecnológica pousa em um cometa em movimento no espaço. Aterrissa, espia em volta e, com os olhos da humanidade, o que vemos? Nada. "Perdidos no espaço". E aí me lembro do lendário seriado da ficção cientifica da minha infância e de grandes questionamentos filosóficos do menino Will Robinson que, apesar de perdido e no espaço, fazia a apologia da inocência e da ética diante das vilanices do doutor Zachary Smith.
É, pousamos em um cometa em movimento e, nessa velocidade da informação, eu não soube para onde ele vai. Será que vai parar em algum ponto aqui no Butantã, São Paulo. Será que sobe a avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte? Será que ele dá carona? Aceita passe? Para onde ele vai? Para onde for, levará os olhares da humanidade já que o robô voyeur máquina de lavar promete fotografar tudo.
Não vou fazer aqui aquele discurso manjado sobre o paradoxo entre nossa avançada tecnologia em contraponto com nossa barbárie civilizatória atual, questão definitivamente bem posta no clássico filme "Blade Runner". Mas cabe uma reflexãozinha.
Essa carona no cometa demorou dez anos para ser levada a termo. Dez anos onde muitos profissionais notáveis se empenharam para não errar, para que chegássemos a esse feito notável. Foram precisos dez anos de muita paciência. Para mim, essa é a grande lição desse feito. Fazer com que a humanidade, viciada em pressa e velocidade, parasse pra pensar que, às vezes, é preciso muito tempo para efetivar um grande feito. O cometa que agora cavalgamos é um elogio à paciência de que todos nós precisamos.
Uma máquina de lavar roupa (ou quase) altamente tecnológica pousa em um cometa em movimento no espaço. Aterrissa, espia em volta e, com os olhos da humanidade, o que vemos? Nada. "Perdidos no espaço". E aí me lembro do lendário seriado da ficção cientifica da minha infância e de grandes questionamentos filosóficos do menino Will Robinson que, apesar de perdido e no espaço, fazia a apologia da inocência e da ética diante das vilanices do doutor Zachary Smith.
É, pousamos em um cometa em movimento e, nessa velocidade da informação, eu não soube para onde ele vai. Será que vai parar em algum ponto aqui no Butantã, São Paulo. Será que sobe a avenida Cristiano Machado, em Belo Horizonte? Será que ele dá carona? Aceita passe? Para onde ele vai? Para onde for, levará os olhares da humanidade já que o robô voyeur máquina de lavar promete fotografar tudo.
Não vou fazer aqui aquele discurso manjado sobre o paradoxo entre nossa avançada tecnologia em contraponto com nossa barbárie civilizatória atual, questão definitivamente bem posta no clássico filme "Blade Runner". Mas cabe uma reflexãozinha.
Essa carona no cometa demorou dez anos para ser levada a termo. Dez anos onde muitos profissionais notáveis se empenharam para não errar, para que chegássemos a esse feito notável. Foram precisos dez anos de muita paciência. Para mim, essa é a grande lição desse feito. Fazer com que a humanidade, viciada em pressa e velocidade, parasse pra pensar que, às vezes, é preciso muito tempo para efetivar um grande feito. O cometa que agora cavalgamos é um elogio à paciência de que todos nós precisamos.
*Ricardo Soares é escritor, jornalista, roteirista e diretor de TV. Publicou, entre outros, o romance "Cinevertigem" e os infanto-juvenis "Valentão", "O Brasil é feito por nós?" e “Dia de Submarino”. Titular do blog todoprosa.blogspot.com.
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