17/11/2014 | domtotal.com
Consequências da propaganda nas crianças podem ser combatidas com educação financeira, diz educador.
Por Reinaldo Domingos*
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi "Publicidade infantil em questão no Brasil". Há diversas opiniões sobre o assunto, algumas até bastante extremistas, no entanto, quero aqui falar sobre como esta questão conversa diretamente com outra muito relevante: a educação financeira, especialmente das crianças.
Nós mesmos não recebemos orientações de como administrar e utilizar os recursos financeiros que ganharíamos ao longo de nossas vidas, isso porque nossos pais e avós também não aprenderam e não puderam transmitir esse conhecimento. Ou seja, educação financeira não é algo cultural, então, crescemos sem entender um princípio básico: poupar antes de gastar.
Se somarmos a isso a publicidade agressiva que vemos na mídia – principalmente na televisão –, temos uma ameaça muito séria às nossas crianças, que, por ainda não possuírem o discernimento necessário, acabam se tornando consumidoras compulsivas e impulsivas. Mas, com educação financeira, que trata a problemática pelo viés comportamental, é possível reverter esse quadro e, assim, formar uma geração de pessoas mais conscientes.
É claro que é importante impor limites nas publicidades, principalmente quando são voltadas ao público infantil, no entanto, o que muitas pessoas – especialmente os pais – não percebem é que acabam transferindo a responsabilidade às empresas, ao governo, a qualquer um, mas não enxerga que também não está cumprindo o seu papel na boa formação de seus filhos.
Qualquer educação começa em casa, e com a financeira não é diferente. As crianças se espelham nas atitudes dos pais, então, se eles tiverem o hábito de se planejar, não gastar mais do que ganha, poupar dinheiro para realização de sonhos, buscar pagar à vista e não parcelar tudo no cartão de crédito, os pequenos terão uma base correta para poder seguir também nesse caminho.
A boa notícia é que a família não está sozinha nessa; mais de 1.300 escolas espalhadas por todo o país entenderam a importância do assunto e adotaram um programa, incluindo em sua grade curricular a disciplina Educação Financeira, antecipando-se a projetos como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), implementada pelo governo federal, com base na proposta de ensino de instituições financeiras nacionais e do Banco Mundial; e a Lei 171/09, que estabelece a obrigatoriedade da educação financeira em escolas públicas e privadas.
Como saber se o filho se tornou consumista?
Um sinal de que a criança está seguindo pelo caminho do consumismo compulsivo é de querer absolutamente tudo o que vê na televisão ou vitrines ou o que os amigos têm e, quando não ganham, fazem birra. Toda criança acaba sendo influenciada, mas alguns comportamentos são muito atípicos.
Se os pequenos ganham algo e logo quebram ou deixam de lado, não querendo mais brincar, ou quando recebem mesada e dificilmente conseguem passar o mês todo com aquele valor, também podem ser indícios. Os pais/responsáveis precisam ficar atentos, observar de perto e, caso esteja acontecendo, devem repensar a educação de seus filhos sobre o assunto, revendo seu próprio nível de letramento financeiro.
Além disso, podem – e devem – limitar ou controlar o acesso das crianças às mensagem publicitárias e conversar sempre com eles. Lembrem-se: se os hábitos e costumes da família forem positivos em relação ao uso do dinheiro, isso tenderá a prevalecer na vida das crianças.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi "Publicidade infantil em questão no Brasil". Há diversas opiniões sobre o assunto, algumas até bastante extremistas, no entanto, quero aqui falar sobre como esta questão conversa diretamente com outra muito relevante: a educação financeira, especialmente das crianças.
Nós mesmos não recebemos orientações de como administrar e utilizar os recursos financeiros que ganharíamos ao longo de nossas vidas, isso porque nossos pais e avós também não aprenderam e não puderam transmitir esse conhecimento. Ou seja, educação financeira não é algo cultural, então, crescemos sem entender um princípio básico: poupar antes de gastar.
Se somarmos a isso a publicidade agressiva que vemos na mídia – principalmente na televisão –, temos uma ameaça muito séria às nossas crianças, que, por ainda não possuírem o discernimento necessário, acabam se tornando consumidoras compulsivas e impulsivas. Mas, com educação financeira, que trata a problemática pelo viés comportamental, é possível reverter esse quadro e, assim, formar uma geração de pessoas mais conscientes.
É claro que é importante impor limites nas publicidades, principalmente quando são voltadas ao público infantil, no entanto, o que muitas pessoas – especialmente os pais – não percebem é que acabam transferindo a responsabilidade às empresas, ao governo, a qualquer um, mas não enxerga que também não está cumprindo o seu papel na boa formação de seus filhos.
Qualquer educação começa em casa, e com a financeira não é diferente. As crianças se espelham nas atitudes dos pais, então, se eles tiverem o hábito de se planejar, não gastar mais do que ganha, poupar dinheiro para realização de sonhos, buscar pagar à vista e não parcelar tudo no cartão de crédito, os pequenos terão uma base correta para poder seguir também nesse caminho.
A boa notícia é que a família não está sozinha nessa; mais de 1.300 escolas espalhadas por todo o país entenderam a importância do assunto e adotaram um programa, incluindo em sua grade curricular a disciplina Educação Financeira, antecipando-se a projetos como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), implementada pelo governo federal, com base na proposta de ensino de instituições financeiras nacionais e do Banco Mundial; e a Lei 171/09, que estabelece a obrigatoriedade da educação financeira em escolas públicas e privadas.
Como saber se o filho se tornou consumista?
Um sinal de que a criança está seguindo pelo caminho do consumismo compulsivo é de querer absolutamente tudo o que vê na televisão ou vitrines ou o que os amigos têm e, quando não ganham, fazem birra. Toda criança acaba sendo influenciada, mas alguns comportamentos são muito atípicos.
Se os pequenos ganham algo e logo quebram ou deixam de lado, não querendo mais brincar, ou quando recebem mesada e dificilmente conseguem passar o mês todo com aquele valor, também podem ser indícios. Os pais/responsáveis precisam ficar atentos, observar de perto e, caso esteja acontecendo, devem repensar a educação de seus filhos sobre o assunto, revendo seu próprio nível de letramento financeiro.
Além disso, podem – e devem – limitar ou controlar o acesso das crianças às mensagem publicitárias e conversar sempre com eles. Lembrem-se: se os hábitos e costumes da família forem positivos em relação ao uso do dinheiro, isso tenderá a prevalecer na vida das crianças.
*Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras.
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