22/11/2014 | domtotal.com
O filme conta uma história de amor ambientada na Alemanha em 1912, em que falta justamente paixão.
Por Rodrigo Zavala, do Cineweb
Conhecido pela originalidade dos textos, a excentricidade das personagens e a competência técnica de suas realizações, o diretor francês Patrice Leconte (de “O Marido da Cabeleireira”, “Meu Melhor Amigo”, “A Viúva de S. Pierre” e a cínica e humorada animação “A Pequena Loja de Suicídios”), investe aqui em um romance de época praticamente protocolar. O filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba.
Baseado no conto “Viagem ao Passado”, de Stefan Zweig (publicado postumamente), que Leconte adaptou com a ajuda de seu usual colaborador Jérôme Tonnerre, o filme conta uma história de amor ambientada na Alemanha em 1912, em que falta justamente paixão. De forma sintomática, a narrativa carece da emoção e sensualidade (mesmo que um tanto pudica) da obra.
No roteiro, o jovem Friedrich Zeitz (Richard Madden, da série “Game of Thrones”) é contratado para trabalhar na siderúrgica de Karl Hoffmeister (o extraordinário Alan Rickman). Esperto e diligente, o rapaz é logo alçado a secretário pessoal do patrão, que o trata como uma espécie de protegido.
Quando a saúde de Karl degringola, Friedrich passa a conviver na casa do chefe (é até chamado a viver lá) e se torna íntimo da família. Em especial, de Lotte (Rebecca Hall, de “Transcendence”), a jovem esposa de Karl. Entende-se que dali nascerá uma paixão arrebatadora, que fará Friedrich decidir entre a lealdade ao chefe e o seu novo amor.
Embora exista atração, materializada na cena em que o protagonista sente o perfume de Lotta no piano (ela toca incessantemente a “Sonata Patética” de Beethoven), o casal evita expressar seus sentimentos, transparentes para quem assiste. O desejo só ganha forma quando Friedrich é enviado ao México, levando ambos a firmar a tal promessa do título.
Embora o argumento mostre-se correto, o trabalho realizado por Leconte causa certos estranhamentos. O primeiro é a fotografia monótona do português Eduardo Serra (outro colaborador constante do diretor), que torna a relação Friedrich/Lotte ainda mais insípida, graças à falta de empatia entre Madden e Hall. Outro é o irregular tratamento de um ponto chave da trama: a dolorosa passagem do tempo para os possíveis amantes.
Inexplicavelmente, isso não parece fazer efeito sobre as personagens, seja fisicamente, seja nas insossas cartas que Lotte escreve para si mesma, pois é impossível postá-las durante a Primeira Guerra Mundial.
O filme, nesse sentido, não apresenta nenhum dos elementos que marcam o estilo tão original e intenso da filmografia de Leconte – e o tornaram um dos melhores diretores franceses. “Uma Promessa”, assim, mostra-se frustrante.
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Conhecido pela originalidade dos textos, a excentricidade das personagens e a competência técnica de suas realizações, o diretor francês Patrice Leconte (de “O Marido da Cabeleireira”, “Meu Melhor Amigo”, “A Viúva de S. Pierre” e a cínica e humorada animação “A Pequena Loja de Suicídios”), investe aqui em um romance de época praticamente protocolar. O filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba.
Baseado no conto “Viagem ao Passado”, de Stefan Zweig (publicado postumamente), que Leconte adaptou com a ajuda de seu usual colaborador Jérôme Tonnerre, o filme conta uma história de amor ambientada na Alemanha em 1912, em que falta justamente paixão. De forma sintomática, a narrativa carece da emoção e sensualidade (mesmo que um tanto pudica) da obra.
No roteiro, o jovem Friedrich Zeitz (Richard Madden, da série “Game of Thrones”) é contratado para trabalhar na siderúrgica de Karl Hoffmeister (o extraordinário Alan Rickman). Esperto e diligente, o rapaz é logo alçado a secretário pessoal do patrão, que o trata como uma espécie de protegido.
Quando a saúde de Karl degringola, Friedrich passa a conviver na casa do chefe (é até chamado a viver lá) e se torna íntimo da família. Em especial, de Lotte (Rebecca Hall, de “Transcendence”), a jovem esposa de Karl. Entende-se que dali nascerá uma paixão arrebatadora, que fará Friedrich decidir entre a lealdade ao chefe e o seu novo amor.
Embora exista atração, materializada na cena em que o protagonista sente o perfume de Lotta no piano (ela toca incessantemente a “Sonata Patética” de Beethoven), o casal evita expressar seus sentimentos, transparentes para quem assiste. O desejo só ganha forma quando Friedrich é enviado ao México, levando ambos a firmar a tal promessa do título.
Embora o argumento mostre-se correto, o trabalho realizado por Leconte causa certos estranhamentos. O primeiro é a fotografia monótona do português Eduardo Serra (outro colaborador constante do diretor), que torna a relação Friedrich/Lotte ainda mais insípida, graças à falta de empatia entre Madden e Hall. Outro é o irregular tratamento de um ponto chave da trama: a dolorosa passagem do tempo para os possíveis amantes.
Inexplicavelmente, isso não parece fazer efeito sobre as personagens, seja fisicamente, seja nas insossas cartas que Lotte escreve para si mesma, pois é impossível postá-las durante a Primeira Guerra Mundial.
O filme, nesse sentido, não apresenta nenhum dos elementos que marcam o estilo tão original e intenso da filmografia de Leconte – e o tornaram um dos melhores diretores franceses. “Uma Promessa”, assim, mostra-se frustrante.
Clique aqui, assista ao trailer e saiba onde o filme está em cartaz na Agenda Cultural!
Reuters
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