A nossa caminhada espiritual segue um calendário que nos convida a fazer um percurso que acompanha os passos de Jesus na sua passagem entre nós. Trata-se do calendário litúrgico, que tem seu início com o tempo de Advento. O significado deste primeiro período está contido na própria palavra, que nos chega pelo latim (adventus) e que significa chegada. Assim, é no essencial um tempo de preparação à chegada. É composto por quatro semanas, em que somos convidados a esperar a dupla vinda de Jesus: a do Natal e a definitiva, no final dos tempos.
O tempo de Advento nos convida a viver em espera e vigilância, atitudes não muito simpáticas e agradáveis, afinal, quem gosta de esperar por um ônibus que não sabe o horário que vai passar? Poderíamos dizer que o Advento é estar prontos para esperar este ônibus, chegue ele a que hora chegar, precisamos estar preparados para seguir viagem, assim que ele se aproximar da nossa parada. Isso requer uma boa dose de atenção e vigilância, para não acontecer que ele passe quando talvez estivermos na padaria comprando algo, porque bateu aquela fome! Corremos o risco de que o ônibus não volte a passar...
A Sagrada Escritura nos oferece vários textos que mostram quais atitudes adotar neste tempo de Advento. Para nossa reflexão, propomos o texto de Marcos 13, 33-37.
Contexto
Estamos em Jerusalém, naquele que é o terceiro dia desde que Jesus chegou à cidade. Um dia marcado por vários ensinamentos e polêmicas com as autoridades religiosas. No final desse dia, já no "Jardim das Oliveiras", Jesus deixa a um grupo de discípulos (Pedro, Tiago, João e André) um amplo e enigmático ensinamento, que ficou conhecido como o "discurso escatológico". O texto descreve a missão da comunidade cristã no período que vai desde a morte de Jesus até ao final da história humana. É um texto difícil, que usa imagens e uma linguagem marcada pelas alusões enigmáticas, bem ao jeito do gênero literário "apocalipse". A missão que Jesus confia à sua comunidade não é fácil... Ele está consciente de que os seus discípulos terão que enfrentar dificuldades, perseguições, tentações que "o mundo" vai colocar em seu caminho. Essa comunidade em marcha pela história necessitará, portanto, de estímulo e alento. É por isso que surge este apelo à fidelidade, à coragem, à vigilância... No horizonte último da caminhada da comunidade, Jesus coloca o final da história humana e o reencontro definitivo dos discípulos com Ele.
Estamos em Jerusalém, naquele que é o terceiro dia desde que Jesus chegou à cidade. Um dia marcado por vários ensinamentos e polêmicas com as autoridades religiosas. No final desse dia, já no "Jardim das Oliveiras", Jesus deixa a um grupo de discípulos (Pedro, Tiago, João e André) um amplo e enigmático ensinamento, que ficou conhecido como o "discurso escatológico". O texto descreve a missão da comunidade cristã no período que vai desde a morte de Jesus até ao final da história humana. É um texto difícil, que usa imagens e uma linguagem marcada pelas alusões enigmáticas, bem ao jeito do gênero literário "apocalipse". A missão que Jesus confia à sua comunidade não é fácil... Ele está consciente de que os seus discípulos terão que enfrentar dificuldades, perseguições, tentações que "o mundo" vai colocar em seu caminho. Essa comunidade em marcha pela história necessitará, portanto, de estímulo e alento. É por isso que surge este apelo à fidelidade, à coragem, à vigilância... No horizonte último da caminhada da comunidade, Jesus coloca o final da história humana e o reencontro definitivo dos discípulos com Ele.
Parábola
O texto proposto para nossa reflexão refere-se diretamente ao final dos tempos e à atitude que os discípulos devem ter frente a esse encontro último e definitivo com Jesus. O seu objetivo não é transmitir informação objetiva acerca do "como" e do "quando", mas formar os discípulos e torná-los capazes de enfrentar a história com determinação e esperança. Para este fim, Jesus conta uma parábola, a do homem que partiu em viagem, distribuiu tarefas aos seus servos e mandou ao porteiro que vigiasse. Conclui com um aviso aos discípulos acerca da atitude correta para esperar o Senhor. Primitivamente, a parábola contada por Jesus seria dirigida aos discípulos e teria como objetivo recordar-lhes o dever de guardar e fazer frutificar os tesouros desse Reino que Ele lhes confiou antes de partir para o Pai. O "dono da casa" da parábola é, evidentemente, Jesus. Ao deixar este mundo para voltar para junto do Pai, Ele confiou aos discípulos a tarefa de construir o "Reino" e de tornar realidade um mundo elaborado de acordo com os valores deste Reino. Os discípulos de Jesus não podem, portanto, cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles têm uma missão. É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é passiva, de quem se limita a deixar passar o tempo até que chegue um final anunciado; mas, é uma espera ativa, que implica um compromisso efetivo com a construção de um mundo mais humano, mais fraterno, mais justo. O porteiro tem responsabilidade acrescida, assim fica a pergunta: quem é o "porteiro?" Sua missão é impedir que a comunidade seja invadida por valores estranhos ao Evangelho e à dinâmica do Reino. A figura do "porteiro" está associada aos responsáveis da comunidade cristã, a quem foi confiada a missão de vigilância e de animação da comunidade. No entanto, todos, "porteiro" e demais, devem estar vigilantes. A palavra-chave do texto é: "vigilância". Contudo, "vigilância" não significará, para os discípulos, o viver à margem da história, mas será viver o dia a dia comprometidos com a construção do Reino, realizando fielmente as tarefas que o Senhor lhes confiou. Essas tarefas passam pelo compromisso com a construção de um mundo novo, um mundo que vive cada vez mais de acordo com os projetos de Deus.
O texto proposto para nossa reflexão refere-se diretamente ao final dos tempos e à atitude que os discípulos devem ter frente a esse encontro último e definitivo com Jesus. O seu objetivo não é transmitir informação objetiva acerca do "como" e do "quando", mas formar os discípulos e torná-los capazes de enfrentar a história com determinação e esperança. Para este fim, Jesus conta uma parábola, a do homem que partiu em viagem, distribuiu tarefas aos seus servos e mandou ao porteiro que vigiasse. Conclui com um aviso aos discípulos acerca da atitude correta para esperar o Senhor. Primitivamente, a parábola contada por Jesus seria dirigida aos discípulos e teria como objetivo recordar-lhes o dever de guardar e fazer frutificar os tesouros desse Reino que Ele lhes confiou antes de partir para o Pai. O "dono da casa" da parábola é, evidentemente, Jesus. Ao deixar este mundo para voltar para junto do Pai, Ele confiou aos discípulos a tarefa de construir o "Reino" e de tornar realidade um mundo elaborado de acordo com os valores deste Reino. Os discípulos de Jesus não podem, portanto, cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles têm uma missão. É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é passiva, de quem se limita a deixar passar o tempo até que chegue um final anunciado; mas, é uma espera ativa, que implica um compromisso efetivo com a construção de um mundo mais humano, mais fraterno, mais justo. O porteiro tem responsabilidade acrescida, assim fica a pergunta: quem é o "porteiro?" Sua missão é impedir que a comunidade seja invadida por valores estranhos ao Evangelho e à dinâmica do Reino. A figura do "porteiro" está associada aos responsáveis da comunidade cristã, a quem foi confiada a missão de vigilância e de animação da comunidade. No entanto, todos, "porteiro" e demais, devem estar vigilantes. A palavra-chave do texto é: "vigilância". Contudo, "vigilância" não significará, para os discípulos, o viver à margem da história, mas será viver o dia a dia comprometidos com a construção do Reino, realizando fielmente as tarefas que o Senhor lhes confiou. Essas tarefas passam pelo compromisso com a construção de um mundo novo, um mundo que vive cada vez mais de acordo com os projetos de Deus.
O Senhor vem
O texto assegura aos discípulos que o objetivo final da história humana é o encontro definitivo e libertador com Jesus. "O Senhor vem", garante-lhes o próprio Cristo; e esta certeza deve animar e dar esperança aos discípulos, sobretudo nos momentos de crise e de confusão. Mesmo que tudo pareça ruir à sua volta, os discípulos são chamados a não perder a esperança e a ver, para além das estruturas velhas que vão caindo, a realidade do mundo novo a nascer. O que os discípulos devem fazer enquanto esperam que irrompa definitivamente esse mundo novo prometido? Devem, com coragem e perseverança, dar a sua contribuição para a edificação do "Reino", sendo testemunhas e arautos da paz, da justiça, do amor, do perdão, da fraternidade, cumprindo dessa forma a missão que Jesus lhes confiou. Boa vigília a todos!
O texto assegura aos discípulos que o objetivo final da história humana é o encontro definitivo e libertador com Jesus. "O Senhor vem", garante-lhes o próprio Cristo; e esta certeza deve animar e dar esperança aos discípulos, sobretudo nos momentos de crise e de confusão. Mesmo que tudo pareça ruir à sua volta, os discípulos são chamados a não perder a esperança e a ver, para além das estruturas velhas que vão caindo, a realidade do mundo novo a nascer. O que os discípulos devem fazer enquanto esperam que irrompa definitivamente esse mundo novo prometido? Devem, com coragem e perseverança, dar a sua contribuição para a edificação do "Reino", sendo testemunhas e arautos da paz, da justiça, do amor, do perdão, da fraternidade, cumprindo dessa forma a missão que Jesus lhes confiou. Boa vigília a todos!
* Patrick Gomes Silva, imc, é missionário da Consolata na Itália.
Publicado na edição Nº11 - Novembro 2012 - Revista Missões.
Fonte: Patrick Gomes Silva / Revista Missões
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