Rui Vieira Nery, antigo secretário de Estado da Cultura, recorda a forma como esta escola definiu a sua «experiência de vida»
Lisboa, 03 dez 2014 (Ecclesia) – A Academia de Música de Santa Cecília (AMSC) em Lisboa, instituição privada de inspiração católica e pioneira no ensino integrado da música em Portugal e na Europa, está a cumprir 50 anos de existência.
Sob o lema “rigor e criatividade, uma escola de dimensão humana”, este projeto tem ajudado a formar ao longo dos anos inúmeras gerações de profissionais e artistas mas também de pessoas com princípios e valores bem enraizados, realça Filipa Pacheco de Carvalho, membro da direção da escola, em entrevista à Agência ECCLESIA.
De acordo com esta responsável, o facto de crianças, adolescentes e jovens, desde o infantil ao ensino secundário, poderem conciliar os seus estudos académicos com a música, “ de contactarem com as grandes criações, as grandes obras”, de as “executarem”, faz com que tenham também “um olhar diferente sobre o mundo”.
Uma perspetiva reforçada por Ana Sofia Albuquerque e Aguilar, professora de português na instituição, para quem o ensino musical, a par do desenvolvimento “de uma série de competências técnicas, de rigor e de disciplina, contribui muito para o desenvolvimento dos alunos enquanto seres humanos”.
Fundada em 1964 pela embaixatriz Vera Franco Nogueira, com o auxílio da professora Gilberta Paiva, a AMSC foi consagrada a Santa Cecília, padroeira dos músicos, e conta atualmente com cerca de 600 alunos entre os 3 e os 17 anos de idade.
Desta escola saiu, por exemplo, Rui Vieira Nery, musicólogo e antigo secretário de Estado da Cultura, que recorda a forma como ela o ajudou aguçar a “sensibilidade e apetência pela música”.
“A música não era um hobby nem uma atividade extraescolar que se faz no fim das aulas, todos nós tocávamos, cantávamos, fazia parte do nosso processo de crescimento, de maturação e da nossa experiência de vida em geral”, salienta o professor universitário.
A importância da disciplina, de conciliar o talento com o trabalho, em todas as áreas do saber, é um repto sempre presente, isto num ambiente que procura ser o mais familiar possível.
“Há uma grande facilidade de comunicação entre as diferentes áreas e portanto torna-se simples”, salienta Filipa Almeida, aluna do 12.º ano da AMSC.
A instituição está instalada num antigo palacete do século XIX na zona da Ameixoeira, em Lisboa, e um dos principais objetivos da direção da escola é apostar na renovação dos espaços disponibilizados aos alunos.
“Não para aumentar o número de alunos nem a capacidade que a escola tem, mas para dar as melhores condições ao desenvolvimento deste modelo de ensino”, frisa a diretora Filipa Pacheco de Carvalho.
Para já foi possível fazer um novo edifício para os alunos do infantil e do primeiro ciclo, mas este esforço é para estender a outras áreas educativas da Academia, que poderá ainda ter no futuro o seu próprio auditório.
PR/JCP
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