quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Francisco quer visitar os cristãos perseguidos que vivem um «ecumenismo de sangue»

Agência Ecclesia
 
Fundação AIS
Fundação AIS

Mensagem do Papa às igrejas locais

Cidade do Vaticano, 23 dez 2014 (Ecclesia) – O Papa Francisco enviou uma mensagem aos cristãos do Oriente Médio, incluindo outros grupos religiosos e étnicos, onde referiu que quer visitar esta região e lamenta que as notas dos cânticos natalícios sejam “entremeadas de lágrimas e suspiros”.
“A aflição e a tribulação não faltaram, infelizmente, no passado mesmo recente do Médio Oriente mas agravaram-se nos últimos meses por causa dos conflitos que atormentam a Região”, assinalou Francisco referindo-se a uma “organização terrorista” recente e preocupante de “dimensões antes inconcebíveis”.
Entre as pessoas que sofrem a perseguição, o Papa pensa “especialmente” nas crianças, nas mães, nos idosos, nos deslocados e nos refugiados.
“Este sofrimento brada a Deus e faz apelo ao compromisso de todos nós por meio da oração e de todo o tipo de iniciativa. Desejo exprimir a todos unidade e solidariedade, minha e da Igreja, e oferecer uma palavra de consolação e de esperança”, desenvolveu.
O Papa revelou também que espera ter “a graça de ir pessoalmente” visitar e confortar os cristãos do Médio Oriente.
“Quis escrever-vos para vos encorajar e dizer como são preciosas a vossa presença e a vossa missão nessa terra abençoada pelo Senhor. O vosso testemunho faz-me muito bem”, explicou Francisco
Na mensagem de Natal aos Cristãos do Médio Oriente, explica que “não” pode esquecer-se outros grupos religiosos e étnicos que “sofrem de igual modo a perseguição e as consequências de tais conflitos”.
O Papa recorda com “afeto e veneração” os pastores e os fiéis a quem foi pedido o “sacrifício da vida” pelo simples facto de serem cristãos e pensa também nas pessoas sequestradas, incluindo “bispos ortodoxos e sacerdotes de diferentes Ritos”.
Francisco destacou o que considera ser o “ecumenismo do sangue” justificado pelos sofrimentos que motivam “boas relações e colaboração” entre os patriarcas das Igrejas Orientais católicas e ortodoxas e os fiéis das diferentes Igrejas.
O diálogo inter-religioso, segundo o Papa, torna-se “tanto mais necessário” quanto “mais difícil” é a situação e os cristãos do Médio Oriente, cuja maioria vive num ambiente muçulmano, devem ajudar os islâmicos a “apresentarem, com discernimento, uma imagem mais autêntica do Islão”.
Na mensagem Francisco dirigiu-se particularmente aos irmãos patriarcas, bispos, sacerdotes, religiosos e irmãs religiosas, aos jovens, a quem mandou “um paterno abraço”; aos idosos; e encorajou os que trabalham em áreas “muito importantes” a caridade e a educação.
“Continuo a incitar a Comunidade Internacional para que acorra às vossas necessidades e às das outras minorias que sofrem promovendo a paz por meio da negociação e da atividade diplomática”, revelou Francisco manifestando-se contra o tráfico de armas.
“Quanto tempo deverá ainda sofrer o Médio Oriente por carência de paz?”, interrogou defendendo projetos e iniciativas de paz que sejam uma solução global para os problemas da Região.
CB/PR

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