2014-12-24 Rádio Vaticana
O Papa Francisco neste início do Tempo de Natal enviou uma Carta aos cristãos do Médio Oriente com uma palavra de encorajamento para todos: pastores; jovens, idosos, organizações caritativas, cristãos em geral, membros de outros grupos religiosos e étnicos, comunidade internacional. A todos o Santo Padre apelou a não resignarem-se à situação de conflito, mas a dar, isso sim, o próprio contributo para que se possa construir o mosaico da paz. É, afinal, um pedido para que sejam tomadas posições contra o fundamentalismo. A Rádio Vaticano ouviu o comentário do Custódio da Terra Santa, o Padre Pierbattista Pizzaballa sobre a Carta do Papa Francisco aos cristãos do Médio Oriente:
“É uma carta que me tocou muito porque é muito clara no descrever a situação que vivem os cristãos, mas não é pessimista, encoraja a comunidade cristã à sua missão, que é aquela de dar testemunho com uma santidade de vida, chama o mal pelo nome, terrorismo que deve ser condenado. Há depois elementos muito importantes, como o diálogo ecuménico e inter-religioso: perante estas situações não nos devemos fechar, mas temos necessidade ainda mais de olhar para o outro no diálogo e na relação que são essenciais e que não têm alternativa. Não há outro caminho, di-lo expressamente. Portanto, recusar toda a forma de parcialidade que é a condenação desta terra.”
“O diálogo inter-religioso é necessário, porque não há outra escolha. No diálogo inter-religioso é preciso porém pedir aos nossos irmãos muçulmanos clareza no condenar estas formas de degeneração do Islão, porque senão o diálogo seria baseado em qualquer coisa de falso. É uma clareza que é importante, ao mesmo tempo é também importante não ceder ao conflito de civilizações, ao chamamento às armas, porque não têm futuro.”
“Eu creio que já a Carta em si, que não era esperada e que não faz parte de alguma tradição, é um gesto de atenção muito importante que será seguramente muito bem recebido. E depois também uma indicação de método e uma indicação de um caminho a seguir por todas as comunidades cristãs. Perante os dramas que todos estamos a assistir era necessário dar-nos uma indicação e uma chamada de atenção com autoridade e forte. E isto era aquilo que tínhamos mesmo necessidade.”
Na sua Carta aos cristãos do Médio Oriente o Papa encoraja-os a ajudarem a maioria muçulmana, que vive à sua volta, a darem com coragem e firmeza testemunho de um Islão como religião de paz e respeitoso dos direitos humanos. Encoraja-os também a usufruir do direito de participar plenamente na vida e crescimento das suas nações, a serem construtores de paz, reconciliação e desenvolvimento e a construírem pontes segundo o espírito das bem-Aventuranças e a colaborarem com as autoridades nacionais e internacionais.
O Santo Padre conclui a sua Carta recordando “às queridas irmãs e irmãos cristãos do Medio Oriente” que têm uma “grande responsabilidade” e que não estão sozinhos a enfrentá-la”. Exprime também o desejo de “ter a graça de ir pessoalmente” visitá-los e confortá-los. (RS)
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