22/12/2014 | domtotal.com
Registros neste ano de violência contra menores de idade surpreendem autoridades internacionais.
IRBIL, Iraque - Se até a China abriu mão da "Lei do filho único", eu faria a sugestão simbólica às famílias - de todos os tipos - que tenham muitos filhos e cuidem extremamente bem dos pequenos.
Andando pelo Iraque, encontrei crianças descalças, um vazio no olhar e, em muitos casos, a inocência de não saber tudo o que está acontecendo. Os adolescentes e as meninas da minoria étnica yazidis vítimas do radicalismo do Estado Islâmico que viram famílias inteiras dizimadas e se sentem num pesadelo constante sem chances de ser acordados num belo amanhecer.
Sei que eu não precisava sair do Brasil pra conferir a triste realidade de perto, o que me faz ainda mais reforçar o coro.
Na cobertura da ofensiva israelense em Gaza (em julho e agosto), o dado sobre as mais de 300 crianças mortas me chocou fortemente. Para mim, na faixa palestina, foi impossível conter o choro ao ver de perto garotos sobreviventes de cinco a 10 anos que jogavam futebol e agora carregam as sequelas para o resto da vida. O menino israelense atingido na fronteira com Gaza emocionou o país inteiro.
Acompanhei de perto o trabalho do experiente polonês Andrzej Halemba, coordenador dos projetos da Ajuda à Igreja que Sofre (a associação Church In Need).
Halemba que também é padre católico confirmou a questão que ele se depara de frente todos os dias: "Nunca eu vi tantas crianças submetidas a estes níveis de brutalidade: São menores afetados pelos conflitos armados na Síria, refugiados em países vizinhos e, aqui no Iraque, treinadas pelos jihadistas", desabafou o sacerdote olhando para as lonas que abrigam quem escapou do Estado Islâmico.
Quando as organizações internacionais disseram neste mês, que 2014 não foi o ano das crianças, só deixou ainda mais escancarado os maiores atingidos por conflitos e guerras. Ameaças apontadas pela Unicef incluem ainda sequestros, tortura, recrutamento e surto de doenças.
Bastou uma semana do anúncio para novos registros na Austrália, com a morte de oito crianças dentro de casa e no Paquistão, numa atrocidade dentro de uma escola.
Crianças vítimas da epidemia do vírus ebola na África, rotuladas como "novas ameaças" que surgiram nos últimos meses.
Também imigrantes tentando atravessar o Mediterrâneo na fuga do Oriente Médio e dos países norte-africanos, além das incontáveis vítimas - mortas e sobreviventes - no Iraque e na Síria.
Se a paquistanesa Malala, Nobel da Paz de 2014, apontou para a educação, que as escolas devem estar cheias, que sejam instituições em casa, na rua, no colégio e no comportamento diária. Aprendizado, instrução e segurança parecem ter se tornado objetos de luxo.
No Iraque e na Síria
Mais de 7,3 milhões de crianças foram afetadas pelos conflitos armados na Síria, dos quais 1,7 milhões são refugiados em países vizinhos, 2,7 milhões no Iraque e 2,3 milhões na República Centro-africana.
Em Gaza
Durante os dois meses de conflito na Faixa palestina, outras 538 crianças morreram e outras 54 mil seguem desabrigadas.
Na África
São milhares de órfãos e há barreiras para que outros 5 milhões de menores e adolescentes continuem seus estudos na Guiné, Libéria e Serra Leoa - os países mais afetados pelo surto.
No mundo
Cerca de 230 milhões de crianças vivem em países e áreas com conflitos violentos, enquanto 15 milhões foram vítimas diretas dos combates, segundo a Unicef.
Andando pelo Iraque, encontrei crianças descalças, um vazio no olhar e, em muitos casos, a inocência de não saber tudo o que está acontecendo. Os adolescentes e as meninas da minoria étnica yazidis vítimas do radicalismo do Estado Islâmico que viram famílias inteiras dizimadas e se sentem num pesadelo constante sem chances de ser acordados num belo amanhecer.
Sei que eu não precisava sair do Brasil pra conferir a triste realidade de perto, o que me faz ainda mais reforçar o coro.
Na cobertura da ofensiva israelense em Gaza (em julho e agosto), o dado sobre as mais de 300 crianças mortas me chocou fortemente. Para mim, na faixa palestina, foi impossível conter o choro ao ver de perto garotos sobreviventes de cinco a 10 anos que jogavam futebol e agora carregam as sequelas para o resto da vida. O menino israelense atingido na fronteira com Gaza emocionou o país inteiro.
Acompanhei de perto o trabalho do experiente polonês Andrzej Halemba, coordenador dos projetos da Ajuda à Igreja que Sofre (a associação Church In Need).
Halemba que também é padre católico confirmou a questão que ele se depara de frente todos os dias: "Nunca eu vi tantas crianças submetidas a estes níveis de brutalidade: São menores afetados pelos conflitos armados na Síria, refugiados em países vizinhos e, aqui no Iraque, treinadas pelos jihadistas", desabafou o sacerdote olhando para as lonas que abrigam quem escapou do Estado Islâmico.
Quando as organizações internacionais disseram neste mês, que 2014 não foi o ano das crianças, só deixou ainda mais escancarado os maiores atingidos por conflitos e guerras. Ameaças apontadas pela Unicef incluem ainda sequestros, tortura, recrutamento e surto de doenças.
Bastou uma semana do anúncio para novos registros na Austrália, com a morte de oito crianças dentro de casa e no Paquistão, numa atrocidade dentro de uma escola.
Crianças vítimas da epidemia do vírus ebola na África, rotuladas como "novas ameaças" que surgiram nos últimos meses.
Também imigrantes tentando atravessar o Mediterrâneo na fuga do Oriente Médio e dos países norte-africanos, além das incontáveis vítimas - mortas e sobreviventes - no Iraque e na Síria.
Se a paquistanesa Malala, Nobel da Paz de 2014, apontou para a educação, que as escolas devem estar cheias, que sejam instituições em casa, na rua, no colégio e no comportamento diária. Aprendizado, instrução e segurança parecem ter se tornado objetos de luxo.
No Iraque e na Síria
Mais de 7,3 milhões de crianças foram afetadas pelos conflitos armados na Síria, dos quais 1,7 milhões são refugiados em países vizinhos, 2,7 milhões no Iraque e 2,3 milhões na República Centro-africana.
Em Gaza
Durante os dois meses de conflito na Faixa palestina, outras 538 crianças morreram e outras 54 mil seguem desabrigadas.
Na África
São milhares de órfãos e há barreiras para que outros 5 milhões de menores e adolescentes continuem seus estudos na Guiné, Libéria e Serra Leoa - os países mais afetados pelo surto.
No mundo
Cerca de 230 milhões de crianças vivem em países e áreas com conflitos violentos, enquanto 15 milhões foram vítimas diretas dos combates, segundo a Unicef.
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