Natal é um convite feito às pessoas de boa vontade de “participar da
divindade daquele que uniu a Deus nossa humanidade”, manifestando-se como luz,
a iluminar todos os povos no caminho da salvação. No Natal experimentamos
misteriosamente “a troca de dons entre o céu e a terra”, na ternura e na
esperança, sem jamais ter medo da ternura, no dizer do Papa Francisco.
O Menino Jesus, tão pequeno na gruta de Belém,
entrou no mundo como uma criança frágil, vivendo na sociedade de seu tempo,
filho de Maria de Nazaré e do carpinteiro José, querendo, evidentemente,
desmanchar a montanha do orgulho e do egoísmo, amparado pela simbologia do
manto da paz, da justiça, da ternura e da solidariedade. Mas ele, sem que as
pessoas conseguissem perceber, carregava consigo uma profunda marca, a natureza
divina – É o Verbo de Deus que se encarnou e veio se estabelecer entre nós (cf.
Jo 1, 14).
A nós católicos
cabe exultar e, ao mesmo tempo, contemplar associados aos anjos, que povoaram
os céus naquela noite feliz e memorável, no insondável e misterioso coro:
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, para que
sua chegada encontre morada no interior das pessoas, além de causar-nos uma
alegria transbordante, naquele que de modo inexprimível, no dizer de Santo Afonso Maria de Ligório, “desce das estrelas, vindo morar numa gruta, ao frio, ao
gelo”.
Que este Natal
de 2014, a partir dos gestos, atitudes e palavras do nosso querido Papa
Francisco, seja de verdade: festa de paz, amor, justiça e fraternidade. Não
terá nenhum sentido celebrar o Natal do Senhor, sem que aconteça no nosso
interior, profundas mudanças de conversão, aceitando na vida e no dia a dia a
atitude pobre, mansa e humilde, “daquele que se dignou assumir nossa
humanidade”, de Jesus da Nazaré.
Para a humanidade que parece ter perdido o
sentido da vida, eis uma ocasião, a qual não se pode dispensar, para fazer uma
profunda revisão de vida, no Menino que o vemos na manjedoura, pobre e frágil,
simples e humilde, mas que recorda um número infinito de meninos empobrecidos,
cansados de ilusórios presentes. Eles não querem esses ilusórios presentes,
porque estão ávidos é de um futuro, marcado de pequenos gestos, gestos
concretos traduzidos em despojamento, em amor de verdade!
Saibamos, pois, aproveitar do Natal, festa tão
simpática, a qual enche nossos corações de enorme alegria! Alegria mesmo por toda parte! Vamos ficar bem
atentos diante do Evangelho, como palavra de ordem: “Eis que eu anuncio uma
grande alegria, que será para todo o povo” (cf. Lc 2, 10). Mas qual é mesmo a
verdadeira alegria? “Nasceu-vos hoje na cidade de Davi um Salvador, que é o
Cristo Senhor” (cf. Lc 2, 11).
Na tão sonhada esperança indissolúvel, da
terra transformar-se céu e o céu transformar-se terra, é que vos desejo um
feliz Natal! - “Porque um menino nasceu para nós, foi-nos dado um filho; ele
traz aos ombros a marca da realeza; o nome que lhe foi dado é: conselheiro
admirável, Deus forte, pai dos tempos futuros, príncipe da paz” (cf. Is 9,6).
Amém!
*Padre da
Arquidiocese de Fortaleza, escritor, articulista, blogueiro, membro da Academia
Metropolitana de Letras de Fortaleza, da Academia de Letras dos Municípios do
Estado Ceará (ALMECE) e Vice-Presidente da Previdência Sacerdotal - Pároco de
Santo Afonso - geovanesaraiva@gmail.com
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