sábado, 17 de janeiro de 2015

Arcebispo fala sobre o Ano da Paz

Santa Maria, RS - Dom Hélio Adelar Rubert, Arcebispo de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, escreveu um artigo sobre o Ano da Paz. Ele afirma que é uma graça abrir o novo ano invocando as bênçãos celestes para um ano de paz na fraternidade e solidariedade. Para ele, a fraternidade é o vínculo fundante da vida familiar e o alicerce da vida social. O Prelado recorda que no livro do Gênesis (Gn 1,27-28), lemos que Deus criou o ser humano como homem e mulher e os abençoou para que crescessem e se multiplicassem. Ele lembra ainda que Caim e Abel são irmãos e, infelizmente, Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas o mata por inveja, cometendo o primeiro fratricídio.
 
Dom Rubert afirma que assim continua a história do pecado na história humana, história dos crimes, escravidões e injustiças. Segundo ele, ao iniciar o ano de 2015 o Papa Francisco tenta ajudar a humanidade, em todas as suas esferas, para uma consciência e ações em favor da paz humana a começar no coração humano, nos relacionamentos pessoais e sociais. Para isso tomou o tema: "Já não escravos, mas irmãos".
 
Ainda de acordo com o Bispo, o Pontífice, primeiramente, faz memória das múltiplas faces da escravidão no passado e nos nossos dias, falando das diversas formas de escravaturas modernas que privam a liberdade e constrangem as pessoas a viverem em condições de escravidão, falando dos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos setores, a nível formal e informal.
 
Ele também cita os muitos migrantes que, ao longo do seu trajeto dramático, padecem a fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente; fala do trabalho escravo, das pessoas obrigadas a se prostituírem, dos menores e adultos que são objeto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para servir de pedintes, para atividades ilegais como produção ou venda de drogas.
 
Por fim, Dom Rubert destaca que o Papa Francisco pensa em todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas. "Algumas causas profundas da escravidão em nossos dias são denominadas como a concepção da pessoa humana tratada como um objeto e não como um ser criado à imagem e semelhança de Deus. Outras causas são a falta de acesso à educação, faltam oportunidades de emprego, a corrupção, os conflitos armados, as violências, a criminalidade e o terrorismo", avalia.
 
O Papa Francisco antes de propor compromissos comuns para vencer a escravidão, enfatiza o enorme trabalho que muitas congregações religiosas, especialmente as femininas, realizam silenciosamente, há tantos anos, a favor das vítimas das escravidões dos traficantes e exploradores, buscando um trabalho comunitário em nível de Países, Estados, organizações intergovernamentais, empresas, sociedade civil e Igrejas, propõe globalizar a fraternidade como um não à escravidão e à indiferença.
 
Para concluir, o Prelado ressalta que são necessários gestos concretos de fraternidade e Deus perguntará a cada um de nós: "Que fizeste do teu irmão"? (cf. Gn 4,9-10). "Todos somos artífices da globalização da solidariedade e da fraternidade que traz esperança, a qual Deus coloca em nossas mãos. Feliz 2015: Ano da Paz", conclui.
SIR/Gaudium Press

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