sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Dom Helder Câmara, Saudade sim, tristeza não.


Hademilton Maia*
Falar sobre Dom Helder é, sem dúvida, algo fascinante. Não tenho aqui a intenção de fazer uma opoteose sobre Dom Helder, nem tão pouco endeusá-lo. Desejo apenas reconhecer sobre a figura carismática de Dom Helder, um homem que foi um autêntico defensor dos mais pobres. Autêntico na força e coragem de resistir, não deixava de lutar nunca, na fé amadurecida e sofrida pelos seus ideais, mas cheia de esperança e paz.
São João Paulo II em visita ao Brasil em 1980, encontrou-se em Recife com Dom Helder e dirigiu-se dizendo “ Irmão dos pobres e meu irmão”, fruto de um reconhecimento do seu trabalho como verdadeiro Pastor da Igreja. Durante toda a sua vida religiosa, gostaria de destacar algumas de muitas atividades sociais. Posso citar a Cruzada São Sebastião e o Banco da Providência, entidades destinadas ao amparo dos mais pobres. Passou a fazer conferências e pregações no exterior, onde desenvolveu intensa atividade contra a exploração e a favor dos mais pobres. Em 1970, fez um pronunciamento em Paris, denunciando pela primeira vez a prática de tortura a presos políticos no Brasil. E por fim no ano 1972 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz. 

Quanta saudade deste grande homem se estivesse hoje entre nós estaria completando 106 anos, transmitindo experiência, sabedoria e servindo como exemplo de um verdadeiro ser humano que teve a coragem de lutar sempre em favor dos mais necessitados, que a nossa sociedade chama de pobre.

*Historiador, membro da Pastoral Familiar da Paróquia de Santo Afonso

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