Essa croniqueta não é uma fala de desesperança. Só uma lembrança de quem afinal nós somos.
Por Ricardo Soares*
Primeiro de janeiro, na nossa cultura de consumo, é quase um quinto elemento. É o dia de começar a não cumprir aquilo que você prometeu horas antes, no dia 31. É o dia de você não estender a mão que você disse que ia estender, o dia de não organizar o que você prometeu organizar, o dia de não parar de fumar já que o último trago que você deu foi horas atrás. Então, afinal, você não fuma desde o ano passado.
Primeiro de janeiro é o dia de você atirar contra o próprio patrimônio pois não começou a dieta, não pegou a bicicleta, não começou o inglês,o francês, o espanhol, o alemão apanhador de limão. É o dia de você saber que não vai cumprir com as resoluções de ano novo. Por isso, um quinto elemento é esse dia 1 de janeiro. É o dia da dimensão paralela. Pois você sabe o que está por ser feito mas para fazer é preciso alcançar esse "algo mais" que está em dimensão paralela.
Essa croniqueta não é uma fala de desesperança. Só uma lembrança de quem afinal nós somos. Seres falíveis, repletos de emoções baratas, imprecisões múltiplas, pródigos em promessas que não vamos cumprir , confusos, inexatos, sempre descontentes. Acreditamos e nos fizeram sempre a promessa de que ser feliz é a meta máxima, o Everest de nossas existências. Só que não somos alpinistas pra tanto e nem temos pernas pra isso. Não seria melhor que nos déssemos conta de que a felicidade é uma imprecisão e que ser feliz é apenas uma questão de ocasião? Eu, por exemplo, estou com calor mas muito feliz por poder escrever isso. Resta saber se eu, emissor, encontrarei empatia entre os meus leitores. Isso me deixaria ainda mais contente. Feliz, daquele jeito, ano novo pra todos.
Primeiro de janeiro, na nossa cultura de consumo, é quase um quinto elemento. É o dia de começar a não cumprir aquilo que você prometeu horas antes, no dia 31. É o dia de você não estender a mão que você disse que ia estender, o dia de não organizar o que você prometeu organizar, o dia de não parar de fumar já que o último trago que você deu foi horas atrás. Então, afinal, você não fuma desde o ano passado.
Primeiro de janeiro é o dia de você atirar contra o próprio patrimônio pois não começou a dieta, não pegou a bicicleta, não começou o inglês,o francês, o espanhol, o alemão apanhador de limão. É o dia de você saber que não vai cumprir com as resoluções de ano novo. Por isso, um quinto elemento é esse dia 1 de janeiro. É o dia da dimensão paralela. Pois você sabe o que está por ser feito mas para fazer é preciso alcançar esse "algo mais" que está em dimensão paralela.
Essa croniqueta não é uma fala de desesperança. Só uma lembrança de quem afinal nós somos. Seres falíveis, repletos de emoções baratas, imprecisões múltiplas, pródigos em promessas que não vamos cumprir , confusos, inexatos, sempre descontentes. Acreditamos e nos fizeram sempre a promessa de que ser feliz é a meta máxima, o Everest de nossas existências. Só que não somos alpinistas pra tanto e nem temos pernas pra isso. Não seria melhor que nos déssemos conta de que a felicidade é uma imprecisão e que ser feliz é apenas uma questão de ocasião? Eu, por exemplo, estou com calor mas muito feliz por poder escrever isso. Resta saber se eu, emissor, encontrarei empatia entre os meus leitores. Isso me deixaria ainda mais contente. Feliz, daquele jeito, ano novo pra todos.
*Ricardo Soares é escritor, diretor de tv, roteirista e jornalista. Autor do romance "Cinevertigem" e dos infanto juvenis "Valentão" , "O Brasil é feito por nós?" e outros livros.
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