sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Papa no Angelus diz que "a paz é possível e a oração é a raiz da paz!"

2015-01-01 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) -  Ao meio-dia deste 1º de janeiro de 2015 o Papa Francisco assomou à janela do apartamento Pontifício para recitar a Oração mariana do Angelus com os milhares de fieis que lotavam a Praça São Pedro, a Praça Pio XII e a Via da Conciliação. Num domingo de clima festivo, céu azul e muito frio, o Papa recordou a maternidade de Maria, nossa filiação divina e que “a paz é possível. A oração é a raiz da paz”.
Na reflexão que precede a oração do Angelus, o Papa ressaltou a expressão paulina “nascido de uma mulher”, que revela de maneira essencial e “por isto ainda mais forte” a “verdadeira humanidade do Filho de Deus”, referindo-se após à expressão “nascido sob a Lei”, extraída da Carta de Paulo aos Gálatas:
“Com esta expressão, ele sublinha que Cristo assumiu a condição humana libertando-a da fechada mentalidade legalista. A lei, de fato, privada de graça, torna-se um jugo insuportável, e ao invés de nos fazer bem, nos faz mal. Eis então porque Deus nos envia o seu Filho à terra, para fazer-se homem: uma finalidade de libertação, antes ainda, de regeneração. De libertação para resgatar os que estavam sob a lei (...), mas sobretudo de regeneração, para que recebéssemos a adoção de filhos”.
A este ponto Francisco recorda que esta “estupenda passagem” de sermos incorporados em Cristo, tornando-nos realmente filhos, ocorre com o Batismo, que nos torna membros vivos em Cristo e nos insere na sua Igreja:
“No início de um novo ano nos fará bem recordar o dia de nosso Batismo. Redescubramos o presente recebido naquele Sacramento que nos regenerou na vida nova, a vida divina. E isto por meio da Mãe Igreja, que tem como modelo a Mãe Maria. Graças ao Batismo fomos introduzidos na comunhão com Deus e não estamos mais sob o poder do mal e do pecado, mas recebemos o amor, a ternura, a misericórdia do Pai celeste”.
O Papa aproveitou a ocasião para repetir um questionamento já feitos em outras oportunidades:
“Vos pergunto novamente: ‘Quem de vocês recorda o dia em que foi batizado? Para aqueles que não recordam a data de seu Batismo, dou uma tarefa para fazer em casa: procurar a data e guardá-la bem no coração. Vocês podem pedir ajuda aos pais, ao padrinho, à madrinha, aos tios, aos avós... O dia no qual fomos batizados é um dia de festa! Recordem ou procurem a data de vosso Batismo, será muito bonito para agradecer a Deus o dom do Batismo”.
O Papa recordou então que a proximidade de Deus da nossa existência nos dá a verdadeira paz, “um dom divino que queremos implorar de forma especial hoje, Dia Mundial da Paz”:
“Eu leio alí: ‘A paz é sempre possível’. Sempre é possível a paz! Devemos buscá-la...E naquela parte leio: ‘Oração é a raiz da paz’. A oração é justamente a raiz da paz. A paz é sempre possível e a nossa oração é a raiz da paz. A oração faz brotar a paz. Hoje é o Dia Mundial da Paz, “Não mais escravos, mas irmãos”: eis a Mensagem deste dia. Porque as guerras nos fazem escravos, sempre. Uma mensagem que nos envolve a todos. Todos somos chamados a combater todo tipo de escravidão e a construir fraternidade. Todos, cada um segundo a sua própria responsabilidade”.
Ao concluir, o Papa apresenta a “Maria Mãe de Deus e Mãe nossa”, todos os nossos propósitos de bem, pedindo que ela “estenda sobre nós em todos os dias do ano novo o manto de sua materna proteção”:
“E vos convido todos a saudar hoje Nossa Senhora como Mãe de Deus. Saudá-la com aquela saudação: ‘Santa Mãe de Deus!’. Como foi aclamada pelos fiéis da cidade de Éfeso, no início do cristianismo, quando na entrada da Igreja gritavam aos seus pastores esta saudação dirigida a maria: ‘Santa Mãe de Deus! Todos juntos repitamos: “Santa Mãe de Deus!”.
Após recitar o Angelus, o Papa dirigiu sua saudação a todos os presentes vindos de várias partes do mundo, em particular, “às dioceses no mundo inteiro que promoveram momentos de oração pela paz”, recordando também as diversas iniciativas pela paz.
Ao final, a Praça São Pedro uniu-se através de um colegamento vídeo com a cidade de Rovereto, no Trentino, onde um grande sino chamado de “Maria Dolens”, confecionado para honrar os caídos em todas as guerras, repicou por alguns minutos. O sino foi abençoado por Paulo VI em 1965. “Que seja um auspício de que nunca mais existam guerras, mas sempre o desejo e empenho de paz e de fraternidade entre os povos”, afirmou o Santo Padre. (JE)

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