
O fuzilamento do traficante brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, preso na Indonésia por tráfico de drogas virou assunto nacional. Sua história vai virar filme e, se duvidar, esse rapaz vai virar herói nacional. Ele declarou a um repórter que passou 25 anos traficando drogas pelo mundo e que não sabia fazer outra coisa!
Preso desde 2003 ao tentar entrar com 13 quilos de cocaína no tubo de sua asa delta, o brasileiro foi condenado por tráfico de drogas. A droga foi detectada pelo Raio X do aeroporto. Sabendo que poderia ser apenado com a vida, ele fugiu, sendo preso semanas depois.
E o brasileiro ficou preso, foi julgado, condenado à pena de morte e, ao final, fuzilado. Isto porque, na Indonésia, traficante é apenado com a própria vida.
A presidente Dilma pediu clemência ao presidente da Indonésia. O ex-presidente Lula também intercedeu em seu favor. Até o Papa Francisco foi acionado, para pedir pelo brasileiro. Coisas do Brasil. Liga para fulano, pede para sicrano, que é amigo de beltrano, manda um bilhetinho, uma carta, tudo para dar um jeitinho brasileiro numa situação irremediável.
Muitos se indignaram com a situação do brasileiro. Uma situação que ele mesmo criou. Um risco que ele mesmo produziu e por isso foi punido. Se a punição é justa ou não, isso não cabe a nós avaliar, até mesmo porque, esse rapaz estava sob a jurisdição da Indonésia, sujeito às leis desse país. É claro que se fosse um indonésio preso traficando drogas para o Brasil ele certamente estaria solto, sem precisar de ninguém para interceder pela sua soltura.
Qualquer pessoa que viaje para um país fica sujeita às suas leis, e se ali se aplica a pena de morte, é preciso pensar duas vezes antes de cometer o crime, até porque, nem tudo acaba em pizza como no Brasil.
Sou contra a pena de morte, por vários motivos, em especial porque existem outras formas de punição menos radicais. No Brasil, então, caso fosse aplicada, seria destinada somente a criminosos economicamente desfavorecidos; nunca um político corrupto, um criminoso de colarinho branco seria punido com pena tão extrema. Você duvida?
Sou contra a pena de morte, mas se outros países a aplicam, não cabe a mim julgar sua justeza, pois isso decorre da soberania de cada nação.
Sou contra a pena de morte, mas também sou contra a excessiva benevolência penal àqueles que cometem crimes hediondos em nosso país. Nem tanto ao céu nem tanto à terra.
*Integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza, escritora e promotora de justiça
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