sábado, 3 de janeiro de 2015

Retrospectiva: O esporte brasileiro em 2014

Apesar do bom ano do nas competições mundo afora, Brasil registrou resultados ruins e tropeços inesperados.

Dá para se dizer que o esporte brasileiro em 2014 foi positivo, com diversas vitórias importantes, títulos mundiais e conquistas inéditas. Mas, como sempre, nem tudo saiu como desejado. Os fracassos, as derrotas doloridas e alguns resultados ruins também fizeram parte do script, e arrancaram lágrimas de tristeza dos próprios atletas e dos torcedores mais apaixonados.

Os tropeços aconteceram nas mais diversas modalidades: vôlei, basquete, automobilismo e UFC, entre outras. Mas se elas trouxeram decepção neste ano, poderão resultar também em vitórias no futuro.

Relembre dez fracassos, resultados ruins e tropeços do Brasil em 2014:

1) BASQUETE FEMININO

A Seleção Brasileira feminina de basquete protagonizou um dos piores momentos do país em 2014. Vinte anos depois de ser campeã mundial na Austrália, a equipe fez uma campanha fraca no Campeonato Mundial da República Tcheca. O time foi eliminado na segunda fase, ao perder da França nos mata-matas. O elenco comandado por Luiz Augusto Zanon somou apenas uma vitória em quatro jogos. Venceu o frágil Japão, e foi superado pelas donas da casa, as francesas e a Espanha.

2) VÔLEI FEMININO

A derrota da Seleção Brasileira na semifinal do Campeonato Mundial da Itália para os Estados Unidos é daquelas para se classificar mais como um revés dolorido do que um fracasso propriamente dito. A equipe do técnico José Roberto Guimarães chegou à competição como favorita ao título, depois de ser campeã do Grand Prix. Na Itália, a moral continuou alta, já que o grupo se classificou para a semi sem perder um jogo sequer. Mas no duelo contra as americanas por uma vaga na decisão, as adversárias foram melhores e venceram por 3 a 0. A conquista do título mundial inédito por parte do Brasil ficou para depois, mais uma vez. O time ficou com a medalha de bronze, e um sentimento de frustração.

3) VÔLEI MASCULINO

É bem verdade que a Seleção Brasileira masculina de vôlei teve algo a comemorar: chegou na final nos dois torneios mais importantes do ano. Mas é fato também que a equipe de Bernardinho perdeu ambas. Na decisão da Liga Mundial, o revés foi para os Estados Unidos. Semanas depois, a equipe foi superada pela Polônia na disputa pela medalha de ouro no Campeonato Mundial, na casa do adversário. Foram duas pratas com um sabor amargo, e que mantiveram um jejum: o Brasil não conquista um título em nível mundial no vôlei masculino desde 2010, depois de anos de domínio internacional na era Bernardinho.

4) AUTOMOBILISMO

O estigma de vice parece perseguir o piloto brasileiro Helio Castroneves na IndyCar. Apesar de uma grande carreira no esporte, a temporada 2014 reservou dois momentos doloridos ao titular da equipe Penske. Na disputa das 500 Milhas de Indianapolis, uma das provas mais tradicionais do automobilismo mundial, Helio liderou 38 das 200 voltas e, na última curva, perdeu a liderança e a vitória para o americano Ryan Hunter-Reay por poucos metros (foto acima). No final do ano, após liderar o campeonato quase de ponta a ponta, teve problemas em seu carro na última prova e viu Will Power ficar com o título. A maré não estava boa...

5) UFC

Em maio deste ano, o brasileiro Renan Barão, campeão dos galos no UFC, entrou no ringue como franco favorito para enfrentar o americano T.J. Dillashaw. Invicto há 33 lutas e nove anos, o potiguar de 27 anos enfrentou o quarto do ranking da organização e o resultado chocou o mundo: nocaute técnico no quinto round. Era o fim do reinado e da hegemonia brasileira na divisão.

6) BRASIL NOS MUNDIAIS DE CLUBES NO VÔLEI

Que a fase do vôlei brasileiro não é boa, todos sabem. Mas neste ano, o Mundial de Clubes provou que talvez não tenhamos mais o melhor vôlei do planeta. Em Belo Horizonte, em maio, o Sada Cruzeiro (então atual campeão mundial e brasileiro) recebeu equipes de diversas partes do mundo para a disputa do torneio intercontinental. Porém, a equipe foi derrotada pelo Al-Rayyan, do Qatar, na semifinal por 3 a 1. Na disputa do bronze, perdeu novamente, desta vez para os argentinos do UPCN. No feminino, a disputa ocorreu na Suíça, com o Sesi-SP e o Molico/Nestlé representando o país. A equipe da capital paulista caiu na semifinal para o Dínamo Kazan (3 a 1), mas venceu a disputa pelo bronze contra o Volero Zurique (3 a 2). O Osasco foi mais longe, até a final, mas caiu para as russas por 3 a 0.

7) CANOAGEM

O baiano Isaquias Queiroz, candidato a ganhar uma medalha na canoagem na Olimpíada Rio-2016, fez um Campeonato Mundial brilhante neste ano em Moscou (RUS), ao conquistar a medalha de ouro no C1 500m e o bronze no C2 200m ao lado de Erlon de Souza. Mas a campanha poderia ser ainda melhor. No C1 1000m, prova que faz parte do programa olímpico, Isaquias disputava centímetro a centímetro a medalha de ouro com o alemão Sebastian Brendel. O brasileiro tentou empurrar o barco para frente com o peso de seu próprio corpo na linha de chegada, mas a manobra deu errado e ele caiu na água. O pódio certo foi por água abaixo, e Isaquias ficou fora do pódio.

8) ATLETISMO

O resultado de Fabiana Murer no Campeonato Mundial Indoor de Atletismo deste ano, em Sopot (POL), pode ser rotulado como "má sorte". Na final do salto com vara, a brasileira conseguiu exatamente o mesmo resultado das três atletas que subiram no pódio, a cubana Yarisley Silva (ouro), a russa Anzhelika Sidorova e a tcheca Jirina Svobodova (ambas ficaram com a prata). As quatro saltaram 4,70m, mas Murer levou a pior no desempate, por ter conseguido passar o sarrafo apenas em sua terceira e última tentativa.

9) BASQUETE MASCULINO

Apesar da falta de grandes resultados nos últimos anos, o Brasil chegou com grande expectativa na Copa do Mundo Masculina de Basquete, na Espanha. Com nomes como Tiago Splitter, Anderson Varejão e Nenê, a Seleção do argentino Rubén Magnano desembarcou na Europa impondo respeito. E este panorama só cresceu no campeonato, já que o Brasil terminou em segundo lugar no "grupo da morte", ao perder apenas da Espanha na primeira fase, e com vitórias sobre as fortíssimas França e Sérvia - que chegariam depois na semifinal. Nas oitavas, outra vitória animadora, desta vez sobre a eterna rival Argentina, de quem o Brasil foi freguês nos últimos grandes torneios. Mas aí chegou as quartas de final, em que a Seleção enfrentou a Sérvia novamente. E a derrota foi doída. O time de Magnano sofreu um "apagão" no segundo tempo e foi eliminada com uma dura derrota por 84 a 56.

10) ARTHUR ZANETTI

Fracasso, decepção, má sorte, frustração... Talvez nenhuma dessas palavras represente a conquista da medalha de prata de Arthur Zanetti na competição de argolas no Campeonato Mundial disputado na China. Afinal, ser vice-campeão mundial é algo que muitos atletas jamais conseguirão na carreira. Mas, por outro lado, não se pode deixar de levar em consideração a derrota do brasileiro para o chinês Yang Liu. Zanetti vinha de um longo período de invencibilidade e de conquistas importantes em sua especialidade, como as medalhas de ouro na Olimpíada de Londres-2012 e o Mundial de 2013.
Lance

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