quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Capa da 'Economist' mostra Brasil no 'atoleiro'

Para revista, país passa por pior momento desde o início dos anos de 1990.

Publicação havia previsto que Brasil decolaria em 2010, mas voltou atrás.

Do G1, em São Paulo

Capa da 'Economist' desta semana diz que Brasilo está no atoleiro. (Foto: Reproduçao/Economist)Capa da 'Economist' desta semana diz que Brasil está
no atoleiro. (Foto: Reproduçao/Economist)
A economia brasileira está uma "bagunça" e enfrentará dificuldades para sair do "atoleiro" onde se encontra. Assim definiu a última edição semanal da revista britânica "The Economist", que dedicou uma matéria de capa sobre os atuais desafios do governo para retomar o crescimento. Leia mais.
De acordo com a publicação, os problemas econômicos do país são bem maiores do que o governo possa admitir ou que os investidores pareçam perceber. "A estagnação adormecida na qual o país caiu em 2013 está se tornando uma completa – e provavelmente prolongada – recessão, uma vez que a inflação pressiona os salários e a capacidade de pagamento das dívidas do consumidor", diz a revista.
Em 2009, a "Economist" publicou uma matéria de capa ilustrada com a imagem do Cristo Redentor decolando como um foguete, sinalizando para um rumo promissor da economia. Mas a revista voltou atrás em 2013, mostrando o mesmo Cristo desgovernado, dando conta de que o país teria perdido a direção.
De acordo com a revista britânica, dois meses após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, os brasileiros "estão percebendo que compraram falsas promessas". A publicação citou o aperto fiscal para equilibrar as contas públicas, os cortes de benefícios previdenciários e a elevação de impostos e preços que estavam represados, além da redução de subsídios a bancos públicos que antes eram repassados a setores e empresas.
A revista também mencionou o escândalo da Petrobras como uma das fragilidades do segundo mandato de Dilma. "Um vasto escândalo de corrupção na Petrobras, a gigante estatal, complicou a situação de diversas das maiores construtoras e paralisou os investimentos na economia, pelo menos até que os promotores e auditores tenham cumprido seu trabalho", diz a revista.
Ainda segundo a publicação, o país enfrenta seu maior desafio desde o início da década de 1990. "Os riscos são claros. Recessão e queda na arrecadação podem minar os ajustes do [ ministro da Fazenda] Joaquim Levy". Para a publicação, qualquer recuo nos indicadores econômicos pode ocasionar, este momento, uma fuga da moeda e um rebaixamento da nota de crédito do Brasil.
Para o país voltar a crescer, é preciso fazer mais do que tem sido feito, diz a publicação. "Pode ser demais esperar de Dilma que reformule as arcaicas leis trabalhistas que ajudaram a retardar a produtividade, mas ela deveria ao menos tentar simplificar os impostos e cortar burocracias desnecessárias", sugere.
A 'Economist' destacou também que há sinais de tentativas de que o governo vai recuar de sua política de incentivo à indústria e encorajar mais o comércio internacional "no que resta de uma economia super protegida".
A publicação amenizou a crise comparando o país com a atual situação econômica da Rússia, citando que o Brasil possui um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas  robustas. "A hora de colocar tudo no lugar é agora", finaliza
.

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