Confira abaixo todos os indicados. A análise na categoria “Melhor filme” é de Gilmar P. da Silva SJ*.
MELHOR FILME
A teoria de tudo
Com o foco na relação de Stephen Hawking e sua esposa, Jane, trata-se da história do físico britânico portador de uma doença neurodegenerativa. O romance é a grande tônica, diluindo as questões existenciais e conflitos de seus personagens. O filme como um todo é bom, tem um certo realismo na relação, boas atuações, boa fotografia etc. Embora tocante e inspirador, não tem nada de genial e, para os mais críticos, cheira a Sessão da Tarde, ainda que não tenha o final feliz dos contos de fada.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Um ator é atormentado pela ausência de relevância no mundo do cinema e tenta recuperar seu status pela montagem de uma peça na Broadway. Repleto de metalinguagem, o filme é crítico à indústria cultural e à cultura do Ego. Por isso, o diretor tenta se diferenciar da produção comum recorrendo à referências artísticas já conhecidas, como o plano sequência que opera. A trilha sonora, composta quase sempre de bateria, o trânsito constante pelos corredores sufocantes do teatro e o excesso de closes dão sensação de cansaço, mas contribuem para a narrativa do filme. Nele Alejandro González Iñárritu, o diretor, tem sido considerado genial por alguns e supervalorizado por outros. De qualquer forma é um “ame ou deixe-o”.
Boyhood
Narra a vida de um menino e sua relação com os pais divorciados à medida em que amadurece. O longa de Richard Linklater é ousado em seu projeto; foram 12 anos acompanhando o mesmo personagem. Sua tessitura fundamental é o tempo e o grande feito está na qualidade narrativa que torna interessante a vida de pessoas comuns. As referências de época geram empatia, como a música “Yelow” de Coldplay, que data o início da história em 2002, possivelmente suscitando recordações pessoais nos expectadores. Não só isso, mas também as experiências do personagem central, Mason, por serem comuns, provocam certa identificação do público. Sem espetacularização ou demasiado rebuscamento, o filme se torna um elogio a vida comum.
O Grande Hotel Budapeste
Uma comédia policial leve e profunda, repleta de camadas e toques de surrealismo, com uma história dentro de outra. O principal se passa entre as duas guerras mundiais em uma localidade fictícia, Zubrowka. No filme de Wes Anderson, o concierge Gustave, do hotel homônimo ao filme, é acusado de um crime e tenta provar sua inocência com a ajuda de um rapaz apelidado de Zero. Embora seja socialmente desprezado (um zero à esquerda), o pobrezinho se constitui no grande herói. O tom humorístico permite contrastes e paradoxos levando o filme a um patamar de sofisticação artística singular. Isso se prova no jogo fino de realidade-ficção que se dá não somente entre um evento histórico (a guerra) e uma geografia inventada (Zubrowka ganhou inclusive um site só para si), mas também nas referências à vida do escritor Stefan Zweig, no perfume desenvolvido para o filme, no doce cuja receita está publicada no Youtube etc. A fotografia é um deslumbre à parte, sem falar do roteiro, trilha sonora, figurino, edição, maquiagem e atuações – tudo elaborado com sofisticação. A genialidade de Anderson se completa no ar de encantamento e fantasia da obra que o permite passar por temas políticos e filosóficos com leveza sem perder a profundidade.
O Jogo da Imitação
O matemático Alan Turing colabora para que as Forças Aliadas decodifiquem as mensagens criptografadas dos nazistas e assim alcancem a vitória. Criador de um dispositivo teórico que culminará na invenção do computador, Turing foi processado por ser homossexual tendo como pena a castração química. Sua desmoralização levou-o à depressão e ao suicídio por cianureto. O longa capta a vida do matemático desde sua adolescência, mostrando como sua sexualidade contribuiu para a construção de seu gênio. Para sustentar o argumento, o diretor recorre ao realismo, seja pelos objetos cênicos ou mesmo pelos sets de filmagem. A objetividade com que trata o filme rouba a empatia que poderia ser gerada pelo espectador com o personagem principal; não é empolgante, ainda que competente do ponto de vista histórico. No conjunto da obra, O Jogo da imitação é bom, particularmente na atuação de Benedict Cumberbatch.
Selma
Com grande dose política, como não podia deixar de ser, a luta de Martin Luther King pela igualdade de direitos é retratada tendo como eixo a histórica marcha que foi da cidade de Selma à capital do Alabama. O evento levou o presidente Johnson a promulgar em 1965 a Lei dos Direitos de Voto. O longa é extremamente relevante à atualidade dada a violência policial estadunidense sobre a população negra, como os eventos em Ferguson que ganharam notoriedade no fim de 2014. A preocupação não é a de romantizar a vida de Luther King, que se torna mais um instrumento narrativo da proposta política do filme que o seu centro, o que fica evidente pelo título que não é seu nome, mas o da cidade onde os conflitos acontecem. Selma é um discurso encarnado e em marcha.
Sniper Americano
Adaptação da biografia do atirador de elite estadunidense Chris Kyle ao cinema. Com 165 mortes confirmadas em sua lista, numa variante que pode chegar a 255, Kyle é considerado o mais letal de sua profissão em seu país. Dirigido por Clint Eastood, a história é a de um homem que se identifica com um cão pastor e encontra nas Forças Armadas o lugar de sua transformação. Aparentemente tentando não fazer juízo de valor sobre a guerra ao terrorismo, o filme se atém ao processo que desumaniza o seu personagem central e o liga a seus companheiros de batalha como um cão fiel. Mais intimista e psicológico, deixa dúvidas se é ou não um elogio ao patriotismo que exalta heróis de guerra. Sobre esse ponto, acabou gerando grande debate acerca da política internacional dos EUA, o que tem sustentado seu sucesso de bilheteria. Seu modo de abordar o conflito no Oriente Médio é semelhante a de um velho Oeste, porém com mais densidade.
Whiplash
Intenso. Um caminho insano rumo à perfeição, sem mapas e somente com um guia louco. Alguém se arriscaria a segui-lo? Whiplash é deliciosamente perturbador. Um rapaz ingressa na melhor escola de música cujo mestre segue métodos nada ortodoxos. Sua exigência pretende alargar limites, requerendo suor e sangue. Professor e aluno travam um duelo tendo o virtuosismo como arma e o elogio como fraqueza. Não há distâncias pedagógicas e a relação entre os personagens centrais é obsessiva. Não se trata apenas de um filme em que alguém se supera graças ao tutor. A violência psicológica exercida ao longo do filme dá intensidade humana e originalidade ao longa, de filmagem econômica e claustrofóbica a corroborar para a potência reverberante dos diálogos e monólogos. Ser o melhor não é projeto do ego mas de ascese, coisa que uma geração mole e que se move somente por gostos não está acostumada. Genial.
MELHOR DIRETOR
Alejandro Gonzáles Iñárritu ("Birdman")
Richard Linklater ("Boyhood")
Bennett Miller ("Foxcatcher: Uma história que chocou o mundo")
Wes Anderson ("O grande hotel Budapeste")
Morten Tyldum ("O jogo da imitação")
MELHOR ATOR
Steve Carell ("Foxcatcher")
Bradley Cooper ("Sniper americano")
Benedict Cumbertatch ("O jogo da imitação")
Michael Keaton ("Birdman")
Eddie Redmayne ("A teoria de tudo")
Melhor ator coadjuvante
Robert Duvall ("O juiz")
Ethan Hawke ("Boyhood")
Edward Norton ("Birdman")
Mark Ruffalo ("Foxcatcher")
JK Simons ("Whiplash")
MELHOR ATRIZ
Marion Cotillard ("Dois dias, uma noite")
Felicity Jones ("A teoria de tudo")
Julianne Moore ("Para sempre Alice")
Rosamund Pike ("Garota exemplar")
Reese Witherspoon ("Livre")
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette ("Boyhood")
Laura Dern ("Livre")
Keira Knightley ("O jogo da imitação")
Emma Stone ("Birdman")
Meryl Streep ("Caminhos da floresta")
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
"Ida" (Polônia)
"Leviatã" (Rússia)
"Tangerines" (Estônia)
"Timbuktu" (Mauritânia)
"Relatos selvagens" (Argentina)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
"O sal da terra"
"CitizenFour"
"Finding Vivian Maier"
"Last days"
"Virunga"
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"Crisis Hotline: Veterans Press 1"
"Joanna"
"Our curse"
“The reaper (La Parka)"
"White earth"
MELHOR ANIMAÇÃO
"Operação Big Hero"
"Como treinar o seu dragão 2"
"Os Boxtrolls"
"Song of the sea"
"The Tale of the Princess Kaguya"
MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA-METRAGEM
"The bigger picture"
"The dam keeper"
"Feast"
"Me and my moulton"
"A single life"
MELHOR CURTA-METRAGEM EM 'LIVE-ACTION'
"Aya"
"Boogaloo and Graham"
"Butter lamp (La lampe au beurre de Yak)"
"Parvaneh"
"The phone call"
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo ("Birdman"
Richard Linklater ("Boyhood")
E. Max Frye e Dan Futterman ("Foxcatcher")
Wes Anderson e Hugo Guinness ("O grande hotel Budapeste")
Dan Gilroy ("O abutre")
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Jason Hall ("Sniper americano")
Graham Moore ("O jogo da imitação")
Paul Thomas Anderson ("Vício inerente")
Anthony McCarten ("A teoria de tudo")
Damien Chazelle ("Whiplash")
MELHOR FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki ("Birdman")
Robert Yeoman ("O grande hotel Budapeste")
Lukasz Zal e Ryszard Lenczewski ("Ida")
Dick Pope ("Sr. Turner")
Roger Deakins ("Invencível")
MELHOR EDIÇÃO
Joel Cox e Gary D. Roach ("Sniper americano")
Sandra Adair ("Boyhood")
Barney Pilling ("O grande hotel Budapeste")
William Goldenberg ("O jogo da imitação")
Tom Cross ("Whiplash")
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
"O grande hotel Budapeste"
"O jogo da imitação"
"Interestelar"
"Caminhos da floresta"
"Sr. Turner"
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Dan DeLeeuw, Russell Earl, Bryan Grill e Dan Sudick ("Capitão América 2: O soldado invernal")
Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist ("Planeta dos macacos: O confronto")
Stephane Ceretti, Nicolas Aithadi, Jonathan Fawkner e Paul Corbould ("Guardiões da Galáxia")
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")
Richard Stammers, Lou Pecora, Tim Crosbie e Cameron Waldbauer ("X-Men: Dias de um futuro esquecido")
MELHOR FIGURINO
Milena Canonero ("O grande hotel Budapeste")
Mark Bridges ("Vício inerente")
Colleen Atwood ("Caminhos da floresta")
Anna B. Sheppard e Jane Clive ("Malévola")
Jacqueline Durran ("Sr. Turner")
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
Bill Corso e Dennis Liddiard ("Foxcatcher")
Frances Hannon e Mark Coulier ("O grande hotel Budapeste")
Elizabeth Yianni-Georgiou e David White ("Guardiões da Galáxia")
MELHOR TRILHA SONORA
Alexandre Desplat ("O grande hotel Budapeste")
Alexandre Desplat ("O jogo da imitação")
Hans Zimmer ("Interestelar")
Gary Yershon ("Sr. Turner")
Jóhann Jóhannsson ("A teoria de tudo")
MELHOR CANÇÃO
"Everything is awesome", de Shawn Patterson ("Uma aventura Lego")
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn ("Selma")
"Grateful", de Diane Warren ("Além das luzes")
"I'm not gonna miss you", de Glen Campbell e Julian Raymond ("Glen Campbell…I'll be me")
"Lost Stars", de Gregg Alexander e Danielle Brisebois ("Mesmo se nada der certo")
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Alan Robert Murray e Bub Asman ("Sniper americano")
Martín Hernández e Aaron Glascock ("Birdman")
Brent Burge e Jason Canovas ("O hobbit: A batalha dos cinco exércitos")
Richard King ("Interestelar")
Becky Sullivan e Andrew DeCristofaro ("Invencível")
MELHOR MIXAGEM DE SOM
John Reitz, Gregg Rudloff e Walt Martin ("Sniper americano")
Jon Taylor, Frank A. Montaño e Thomas Varga ("Birdman")
Gary A. Rizzo, Gregg Landaker e Mark Weingarten ("Interestelar")
Jon Taylor, Frank A. Montaño e David Lee ("Invencível")
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")
A teoria de tudo
Com o foco na relação de Stephen Hawking e sua esposa, Jane, trata-se da história do físico britânico portador de uma doença neurodegenerativa. O romance é a grande tônica, diluindo as questões existenciais e conflitos de seus personagens. O filme como um todo é bom, tem um certo realismo na relação, boas atuações, boa fotografia etc. Embora tocante e inspirador, não tem nada de genial e, para os mais críticos, cheira a Sessão da Tarde, ainda que não tenha o final feliz dos contos de fada.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Um ator é atormentado pela ausência de relevância no mundo do cinema e tenta recuperar seu status pela montagem de uma peça na Broadway. Repleto de metalinguagem, o filme é crítico à indústria cultural e à cultura do Ego. Por isso, o diretor tenta se diferenciar da produção comum recorrendo à referências artísticas já conhecidas, como o plano sequência que opera. A trilha sonora, composta quase sempre de bateria, o trânsito constante pelos corredores sufocantes do teatro e o excesso de closes dão sensação de cansaço, mas contribuem para a narrativa do filme. Nele Alejandro González Iñárritu, o diretor, tem sido considerado genial por alguns e supervalorizado por outros. De qualquer forma é um “ame ou deixe-o”.
Boyhood
Narra a vida de um menino e sua relação com os pais divorciados à medida em que amadurece. O longa de Richard Linklater é ousado em seu projeto; foram 12 anos acompanhando o mesmo personagem. Sua tessitura fundamental é o tempo e o grande feito está na qualidade narrativa que torna interessante a vida de pessoas comuns. As referências de época geram empatia, como a música “Yelow” de Coldplay, que data o início da história em 2002, possivelmente suscitando recordações pessoais nos expectadores. Não só isso, mas também as experiências do personagem central, Mason, por serem comuns, provocam certa identificação do público. Sem espetacularização ou demasiado rebuscamento, o filme se torna um elogio a vida comum.
O Grande Hotel Budapeste
Uma comédia policial leve e profunda, repleta de camadas e toques de surrealismo, com uma história dentro de outra. O principal se passa entre as duas guerras mundiais em uma localidade fictícia, Zubrowka. No filme de Wes Anderson, o concierge Gustave, do hotel homônimo ao filme, é acusado de um crime e tenta provar sua inocência com a ajuda de um rapaz apelidado de Zero. Embora seja socialmente desprezado (um zero à esquerda), o pobrezinho se constitui no grande herói. O tom humorístico permite contrastes e paradoxos levando o filme a um patamar de sofisticação artística singular. Isso se prova no jogo fino de realidade-ficção que se dá não somente entre um evento histórico (a guerra) e uma geografia inventada (Zubrowka ganhou inclusive um site só para si), mas também nas referências à vida do escritor Stefan Zweig, no perfume desenvolvido para o filme, no doce cuja receita está publicada no Youtube etc. A fotografia é um deslumbre à parte, sem falar do roteiro, trilha sonora, figurino, edição, maquiagem e atuações – tudo elaborado com sofisticação. A genialidade de Anderson se completa no ar de encantamento e fantasia da obra que o permite passar por temas políticos e filosóficos com leveza sem perder a profundidade.
O Jogo da Imitação
O matemático Alan Turing colabora para que as Forças Aliadas decodifiquem as mensagens criptografadas dos nazistas e assim alcancem a vitória. Criador de um dispositivo teórico que culminará na invenção do computador, Turing foi processado por ser homossexual tendo como pena a castração química. Sua desmoralização levou-o à depressão e ao suicídio por cianureto. O longa capta a vida do matemático desde sua adolescência, mostrando como sua sexualidade contribuiu para a construção de seu gênio. Para sustentar o argumento, o diretor recorre ao realismo, seja pelos objetos cênicos ou mesmo pelos sets de filmagem. A objetividade com que trata o filme rouba a empatia que poderia ser gerada pelo espectador com o personagem principal; não é empolgante, ainda que competente do ponto de vista histórico. No conjunto da obra, O Jogo da imitação é bom, particularmente na atuação de Benedict Cumberbatch.
Selma
Com grande dose política, como não podia deixar de ser, a luta de Martin Luther King pela igualdade de direitos é retratada tendo como eixo a histórica marcha que foi da cidade de Selma à capital do Alabama. O evento levou o presidente Johnson a promulgar em 1965 a Lei dos Direitos de Voto. O longa é extremamente relevante à atualidade dada a violência policial estadunidense sobre a população negra, como os eventos em Ferguson que ganharam notoriedade no fim de 2014. A preocupação não é a de romantizar a vida de Luther King, que se torna mais um instrumento narrativo da proposta política do filme que o seu centro, o que fica evidente pelo título que não é seu nome, mas o da cidade onde os conflitos acontecem. Selma é um discurso encarnado e em marcha.
Sniper Americano
Adaptação da biografia do atirador de elite estadunidense Chris Kyle ao cinema. Com 165 mortes confirmadas em sua lista, numa variante que pode chegar a 255, Kyle é considerado o mais letal de sua profissão em seu país. Dirigido por Clint Eastood, a história é a de um homem que se identifica com um cão pastor e encontra nas Forças Armadas o lugar de sua transformação. Aparentemente tentando não fazer juízo de valor sobre a guerra ao terrorismo, o filme se atém ao processo que desumaniza o seu personagem central e o liga a seus companheiros de batalha como um cão fiel. Mais intimista e psicológico, deixa dúvidas se é ou não um elogio ao patriotismo que exalta heróis de guerra. Sobre esse ponto, acabou gerando grande debate acerca da política internacional dos EUA, o que tem sustentado seu sucesso de bilheteria. Seu modo de abordar o conflito no Oriente Médio é semelhante a de um velho Oeste, porém com mais densidade.
Whiplash
Intenso. Um caminho insano rumo à perfeição, sem mapas e somente com um guia louco. Alguém se arriscaria a segui-lo? Whiplash é deliciosamente perturbador. Um rapaz ingressa na melhor escola de música cujo mestre segue métodos nada ortodoxos. Sua exigência pretende alargar limites, requerendo suor e sangue. Professor e aluno travam um duelo tendo o virtuosismo como arma e o elogio como fraqueza. Não há distâncias pedagógicas e a relação entre os personagens centrais é obsessiva. Não se trata apenas de um filme em que alguém se supera graças ao tutor. A violência psicológica exercida ao longo do filme dá intensidade humana e originalidade ao longa, de filmagem econômica e claustrofóbica a corroborar para a potência reverberante dos diálogos e monólogos. Ser o melhor não é projeto do ego mas de ascese, coisa que uma geração mole e que se move somente por gostos não está acostumada. Genial.
MELHOR DIRETOR
Alejandro Gonzáles Iñárritu ("Birdman")
Richard Linklater ("Boyhood")
Bennett Miller ("Foxcatcher: Uma história que chocou o mundo")
Wes Anderson ("O grande hotel Budapeste")
Morten Tyldum ("O jogo da imitação")
MELHOR ATOR
Steve Carell ("Foxcatcher")
Bradley Cooper ("Sniper americano")
Benedict Cumbertatch ("O jogo da imitação")
Michael Keaton ("Birdman")
Eddie Redmayne ("A teoria de tudo")
Melhor ator coadjuvante
Robert Duvall ("O juiz")
Ethan Hawke ("Boyhood")
Edward Norton ("Birdman")
Mark Ruffalo ("Foxcatcher")
JK Simons ("Whiplash")
MELHOR ATRIZ
Marion Cotillard ("Dois dias, uma noite")
Felicity Jones ("A teoria de tudo")
Julianne Moore ("Para sempre Alice")
Rosamund Pike ("Garota exemplar")
Reese Witherspoon ("Livre")
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Patricia Arquette ("Boyhood")
Laura Dern ("Livre")
Keira Knightley ("O jogo da imitação")
Emma Stone ("Birdman")
Meryl Streep ("Caminhos da floresta")
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA
"Ida" (Polônia)
"Leviatã" (Rússia)
"Tangerines" (Estônia)
"Timbuktu" (Mauritânia)
"Relatos selvagens" (Argentina)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
"O sal da terra"
"CitizenFour"
"Finding Vivian Maier"
"Last days"
"Virunga"
MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
"Crisis Hotline: Veterans Press 1"
"Joanna"
"Our curse"
“The reaper (La Parka)"
"White earth"
MELHOR ANIMAÇÃO
"Operação Big Hero"
"Como treinar o seu dragão 2"
"Os Boxtrolls"
"Song of the sea"
"The Tale of the Princess Kaguya"
MELHOR ANIMAÇÃO EM CURTA-METRAGEM
"The bigger picture"
"The dam keeper"
"Feast"
"Me and my moulton"
"A single life"
MELHOR CURTA-METRAGEM EM 'LIVE-ACTION'
"Aya"
"Boogaloo and Graham"
"Butter lamp (La lampe au beurre de Yak)"
"Parvaneh"
"The phone call"
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Alejandro G. Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris Jr. e Armando Bo ("Birdman"
Richard Linklater ("Boyhood")
E. Max Frye e Dan Futterman ("Foxcatcher")
Wes Anderson e Hugo Guinness ("O grande hotel Budapeste")
Dan Gilroy ("O abutre")
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO
Jason Hall ("Sniper americano")
Graham Moore ("O jogo da imitação")
Paul Thomas Anderson ("Vício inerente")
Anthony McCarten ("A teoria de tudo")
Damien Chazelle ("Whiplash")
MELHOR FOTOGRAFIA
Emmanuel Lubezki ("Birdman")
Robert Yeoman ("O grande hotel Budapeste")
Lukasz Zal e Ryszard Lenczewski ("Ida")
Dick Pope ("Sr. Turner")
Roger Deakins ("Invencível")
MELHOR EDIÇÃO
Joel Cox e Gary D. Roach ("Sniper americano")
Sandra Adair ("Boyhood")
Barney Pilling ("O grande hotel Budapeste")
William Goldenberg ("O jogo da imitação")
Tom Cross ("Whiplash")
MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO
"O grande hotel Budapeste"
"O jogo da imitação"
"Interestelar"
"Caminhos da floresta"
"Sr. Turner"
MELHORES EFEITOS VISUAIS
Dan DeLeeuw, Russell Earl, Bryan Grill e Dan Sudick ("Capitão América 2: O soldado invernal")
Joe Letteri, Dan Lemmon, Daniel Barrett e Erik Winquist ("Planeta dos macacos: O confronto")
Stephane Ceretti, Nicolas Aithadi, Jonathan Fawkner e Paul Corbould ("Guardiões da Galáxia")
Paul Franklin, Andrew Lockley, Ian Hunter e Scott Fisher ("Interestelar")
Richard Stammers, Lou Pecora, Tim Crosbie e Cameron Waldbauer ("X-Men: Dias de um futuro esquecido")
MELHOR FIGURINO
Milena Canonero ("O grande hotel Budapeste")
Mark Bridges ("Vício inerente")
Colleen Atwood ("Caminhos da floresta")
Anna B. Sheppard e Jane Clive ("Malévola")
Jacqueline Durran ("Sr. Turner")
MELHOR MAQUIAGEM E CABELO
Bill Corso e Dennis Liddiard ("Foxcatcher")
Frances Hannon e Mark Coulier ("O grande hotel Budapeste")
Elizabeth Yianni-Georgiou e David White ("Guardiões da Galáxia")
MELHOR TRILHA SONORA
Alexandre Desplat ("O grande hotel Budapeste")
Alexandre Desplat ("O jogo da imitação")
Hans Zimmer ("Interestelar")
Gary Yershon ("Sr. Turner")
Jóhann Jóhannsson ("A teoria de tudo")
MELHOR CANÇÃO
"Everything is awesome", de Shawn Patterson ("Uma aventura Lego")
"Glory", de John Stephens e Lonnie Lynn ("Selma")
"Grateful", de Diane Warren ("Além das luzes")
"I'm not gonna miss you", de Glen Campbell e Julian Raymond ("Glen Campbell…I'll be me")
"Lost Stars", de Gregg Alexander e Danielle Brisebois ("Mesmo se nada der certo")
MELHOR EDIÇÃO DE SOM
Alan Robert Murray e Bub Asman ("Sniper americano")
Martín Hernández e Aaron Glascock ("Birdman")
Brent Burge e Jason Canovas ("O hobbit: A batalha dos cinco exércitos")
Richard King ("Interestelar")
Becky Sullivan e Andrew DeCristofaro ("Invencível")
MELHOR MIXAGEM DE SOM
John Reitz, Gregg Rudloff e Walt Martin ("Sniper americano")
Jon Taylor, Frank A. Montaño e Thomas Varga ("Birdman")
Gary A. Rizzo, Gregg Landaker e Mark Weingarten ("Interestelar")
Jon Taylor, Frank A. Montaño e David Lee ("Invencível")
Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley ("Whiplash")
* Mestrado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, com pesquisa em Signo e Significação nas Mídias, Cultura e Ambientes Midiáticos. Graduação em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Possui Graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. Experiência na área de Filosofia, com ênfase na filosofia kierkegaardian
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