Padre Geovane
Saraiva*
Na imposição das
cinzas, precedida da oração e bênção, no início da Quaresma, gesto
profundamente simbólico, a Mãe Igreja demonstra sua vontade de que seus filhos
entrem em cheio na observância da quaresma, para que de corações purificados
participem do mistério da Páscoa. Os fiéis se aproximam do sacerdote e
ministros para receberem as cinzas sobre suas cabeças, em uma atitude de grande
piedade, nas seguintes palavras: “Convertei-vos e crede no Evangelho”, sem
esquecer o sinal de cruz, cruz esta sagrada e na qual se encontra a Redenção da
humanidade.
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No contexto da
Quaresma, na nossa caminhada para a Páscoa do Senhor, vamos comemorar neste 13
de março 2015 os dois anos da eleição do Papa Francisco, que ao longo de seu
profícuo pontificado sempre demonstrou, com atitudes concretas seu amor e
apreço pelos empobrecidos, os quais ocupam os últimos lugares, indo às
periferias do mundo, nas suas viagens internacionais, afirmando na Basílica de
São Pedro (15/02/2015), na missa com os novos cardeais que o “Caminho da Igreja
é ir procurar, sem preconceitos e sem medo, os distantes”; finalizou sua
homilia dizendo: “Verdadeiramente é no Evangelho dos marginalizados que se
descobre e revela a nossa credibilidade”.
Constantemente O
Romano Pontífice tem destacado , à luz do Evangelho, inúmeros gestos de amor,
sobretudo quando fala, escreve, celebra na Capela Santa Marta, viaja, recebe
autoridades e procura o diálogo sincero, acalentando no mais íntimo de seu
coração o sonho de um mundo fraterno e solidário, um mundo verdadeiramente de
irmãos, sem esquecer que, pensando em uma vida com maior encanto na face da
terra, no seu sentido mais largo e profundo, nosso querido Papa Francisco está
trabalhando na elaboração de sua nova Encíclica sobre o tema da ecologia, do
meio ambiente, querendo dizer-nos que somos chamados a dialogar com todas as
realidades do planeta, começando com a própria natureza.
Que a Quaresma,
tempo favorável, rico e precioso para nós cristãos, ajude-nos a olhar para o
profeta Elias, que foi exemplo para a humanidade, quando deixou seu local, no
qual habitava, na indicação divina do caminho sagrado, acontecimento relatado, no
livro dos Reis (cf. 17, 1-17), que podemos comparar ao nosso querido Papa
Francisco, também indicado por Deus para missão de assumir o barco de Pedro, se
esforçando para viver dia e noite na presença do Senhor Deus, tendo na mente e
no coração o Horeb, a montanha de Deus e para lá caminha esperançoso! (cf. 1Rs,
19, 8-9). Só assim, a partir da conversão interior, comunitária e social,
penetrando no mistério indizível do Cristo na cruz, do Servo Javé desfigurado,
na mais completa ausência de aparência humana, que o Apóstolo Paulo deixa tudo
muito claro, na seguinte assertiva: “Cristo existindo em condição divina, não
fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas esvaziou-se a si mesmo, assumindo a
condição de servo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto
humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até à morte e morte de
cruz” (cf. Fl 2, 6-8), a nos apontar e dar a clareza para a verdadeira montanha
sagrada, a Páscoa definitiva.
*Escritor,
blogueiro, colunista, vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de
Santo Afonso, Parquelândia, Fortaleza-CE - geovanesaraiva@gmail.com
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