Um grupo de defesa dos direitos de católicos gays, vindo dos Estados Unidos, foi recebido pela primeira vez na audiência semanal do papa Francisco nessa quarta-feira (18), o que seus membros consideram um sinal de mudança na Igreja Católica.
O grupo, porém, foi anunciado como “um grupo de leigos acompanhados por uma irmã”. Não foi mencionado por Francisco, mas foi a primeira vez em que eles puderam participar da cerimônia. Até a menção ao grupo como leigos foi saltada pelo mestre de cerimonial que leu a lista de convidados.
A irmã é Jeannine Gramick, cofundadora do Ministério Novos Rumos, que prega para católicos homossexuais e promove os direitos dos gays na igreja. Ela e o diretor-executivo do grupo, Francis DeBernardo, lideraram uma caravana de 50 católicos homossexuais para a audiência na Praça de São. Pedro.
Em entrevista, disseram que o grupo foi ignorado em visitas anteriores, nos papados de João Paulo II e Bento XVI. Desta vez, um bispo dos EUA e monsenhor Georg Gaenswein, que cuida dos convites para a audiência, apoiaram o pedido, e eles foram recebidos na primeira fila, ao lado de dignitários e grupos católicos.
Bem-vindos
Quando Francisco passou, eles cantaram “Todos São Bem-Vindos”, um hino que simboliza seu desejo por uma igreja mais inclusiva. Uma lista dos convidados, publicada pelo Vaticano, informava que havia “um grupo de leigos acompanhados por uma irmã”, mas não mencionava se tratar de um grupo de defesa dos direitos dos gays.
“O que isto indica é que existem movimentos em nossa igreja para receber pessoas que estão fora”, disse Gramick. Meses antes de sua eleição, Francisco fez sua já famosa declaração sobre como ele não poderia julgar gays que tenham boa vontade e estejam em busca de Deus.
Até agora, porém, ele não deu sinais de que a igreja vá mudar sua doutrina contrária aos atos homossexuais. Em outubro, bispos do mundo inteiro se reuniram em Roma para debater questões relacionadas à família e divulgaram um relatório provisório pedindo maior aceitação dos gays pela igreja.
O trecho foi suavizado na versão final do relatório, depois de reclamações de bispos conservadores. A última reunião sobre questões de família está marcada para outubro deste ano.
DeBernardo disse que casais de gays, lésbicas e de outras famílias não tradicionais deveriam ser convidados para o encontro, conhecido como sínodo, para falar aos bispos sobre sua fé e sua sexualidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário