segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Papa tem alta aprovação entre italianos

Segundo pesquisa, 89,6% dos entrevistados creem que Francisco deu novo impulso à Igreja.

Por Giacomo Galeazzi

A opinião positiva em relação ao papado de Francisco "é plebiscitária", com 89,6% dos italianos que concordam com a ideia de que o papa está dando um novo impulso à Igreja Católica, afirma o relatório Italia 2015 do instituto Eurispes. Sete em cada dez italianos veem diminuída a sua confiança nas instituições, mas 90% confia em Francisco. Um efeito Bergoglio sobretudo entre os jovens: consensos duplicados, de 27,1% a 51,1% para jovens entre 18 e 24 anos.

Entre os jovens com idades entre 25 e 34 anos, a popularidade do papa "que veio quase ao fim do mundo" sobe de 34,3% para 53,5%. São principalmente as pessoas que ficaram viúvas (77,3%) e as casadas (69,9%) que atestam – destaca o Eurispes – o seu agrado.

Depois, segue a categoria dos separados/divorciados (63,6%) em relação à qual há novas aberturas por parte da Igreja. E a grande maioria dos italianos considera que o pontífice está dando um novo impulso à Igreja e que poderá arrastá-la ao Terceiro Milênio: 89,6% dos consensos é um dado em aumento de 2,5% em comparação com o ano passado.

Não há diferença, em relação aos consensos sobre o papa, nem mesmo entre pessoas de diferentes filiações políticas e, em alguns casos, o "sim" se aproxima do 100%. Dos entrevistados, 79,2% acreditam que o papa, em relação aos temas éticos, está até mais à frente dos fiéis, e 89% estão convencidos de que ele está mais à frente do que a hierarquia eclesiástica.

Esse sentimento positivo muda apenas quando se procura saber, em relação aos temas éticos, se o papa conseguirá superar as resistências da hierarquia eclesiástica: os céticos são 44%, enquanto os confiantes são 55,6%. Portanto, cresce a popularidade de Francisco.

O secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana, o bispo Nunzio Galantino, se compraz, mas depois adverte: "Se aceitássemos totalmente todas as palavras do papa, deveríamos mudar totalmente também a nós mesmos. Mas, ao contrário, não me parece que isso aconteça. Muitas vezes, seguimos o que nos é mais cômodo".

De acordo com Dom Galantino, é "muito bonito o reconhecimento" tributado a Bergoglio pelas estatísticas, mas "todos nós deveríamos nos sintonizar mais com as necessidades reais das pessoas".

A popularidade recorde do papa Francisco, indicada nessa sexta-feira pela Eurispes, esconde "o risco de que cada um tome apenas a parte que lhe agrada. Se ouvíssemos tudo o que papa Francisco nos diz, deveríamos mudar, mas não vejo toda essa conversão por aí. Também me desagrada que todas as outras instituições na Itália não sejam, hoje, um ponto de referência".

Além disso, entre os cidadãos, emerge uma resignação quase generalizada em relação à política, unida à percepção de que a mudança na presidência da República italiana não vai trazer nenhuma mudança m relação ao andamento da situação italiana (43,4%).

Em paralelo, de acordo com o relatório, o presidente da República cessante reúne um bom grau de consenso (45,3%), embora muitos vejam na sua renúncia um elemento positivo para o país, que, assim, teria a oportunidade para "rejuvenescer" (35,6%).

A taxa de confiança no governo situa-se nos 18,9%, baixa, mas levemente em crescimento em comparação com pesquisas passadas. Ao contrário, continua a diminuição do grau de confiança no Parlamento, que se encontra em 10,1% (-6% em relação a 2014).

Mau ano para o Judiciário, que recua para 28,8%, com uma queda do consenso de 12,6%.
La Stampa, 30-01-2015.

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