Padre Geovane
Saraiva*
Diante do decreto de autorização para abertura do processo de
beatificação de Dom Helder Câmara, agradecemos ao bom Deus por sua vida como
verdadeira e belíssima obra de arte, pela simplicidade em viver, conviver e
dialogar, indo ao encontro de todos e amando-os indistintamente. Assim dizia
Mahatma Gandhi: “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”.
Deus foi extremamente generoso e de uma bondade sem limites com o artífice da
paz, tornando-o instrumento de seu amor e de sua paz.

Dom Helder, foi
sem dúvidas um homem a frente de seu tempo, sendo um místico profundamente marcado
pela graça de Deus, com dons e talentos colocados a serviço do próximo, homem
dos grandes sonhos e utopias, totalmente voltado para Deus através da realidade
dura das pessoas, com os pés firmes no chão, antevendo e percebendo, de modo
lúcido, os desafios, as exigências e as dificuldades de sua época, sempre com
enorme vontade de superá-las. Como Arcebispo de Olinda e Recife, assim se
expressou: “Quem estiver sofrendo, no corpo ou na alma; quem, pobre ou rico
estiver desesperado, terá lugar no coração do bispo”.
Como místico,
tornou-se conhecido no Brasil e no mundo inteiro, por sua luta em favor de uma
humanidade livre, especialmente, os desafortunados da vida, os empobrecidos, os
"sem voz e sem vez", como ele costumava dizer. Neste momento em que
inicia-se o processo de sua beatificação, saibamos olhá-lo, na sua espiritualidade
genuína e cristalina, quando sua oração ao Deus altíssimo se transforma em ação
e poesia: “Fomos nós, as tuas criaturas que inventamos teu nome!? O nome não é,
não deve ser um rótulo colado sobre as pessoas e sobre as coisas… O nome vem de
dentro das coisas e pessoas, e não deve ser falso… Tem que exprimir o mais
íntimo do íntimo, a própria razão de ser e existir da coisa ou da pessoa
nomeada… Teu nome é e só podia ser amor”.
*Escritor, blogueiro, colunista,
vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso,
Parquelândia, Fortaleza-CE - geovanesaraiva@gmail.com
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