Freiras de clausura chegam ao Papa durante missa na Catedral de Nápoles.
NÁPOLES — Acostumado a ser tietado por fiéis por onde passa, o Papa Francisco foi surpreendido por um grupo inusitado de “fãs” em sua visita a Nápoles. Durante seu discurso para a comunidade religiosa, na catedral da cidade, no sábado, o Pontífice foi “atacado” por freiras de clausura, que receberam autorização para assistir à sua apresentação. O alvoroço foi tanto que um cardeal teve de intervir.
“Irmãs, mais tarde. Olhe para isso. Elas irão devorá-lo! Irmãs!”, disse o cardeal Crescenzio Sepe às freiras que tentavam chegar ao Papa para entregar um presente.
Após o tumulto, o Pontífice falou sobre os desafios de viver em uma comunidade religiosa e afirmou que a fofoca nesses grupos é como se fosse um tipo de terrorismo e “um sinal de que não há irmandade no presbitério”.
“A pessoa que fofoca é um terrorista que solta uma bomba”, afirmou o Papa, que também pediu aos religiosos que adotem um espírito de pobreza.
Antes do discurso, o Papa Francisco visitou um dos bairros mais pobres da cidade, dominado pela máfia. O religioso pediu aos moradores que resistam à dominação da Camorra, grupo mafioso que tem o comando da região, e à sedução do dinheiro fácil e desonesto.
Presidiários, Transexuais, Portadores do HIV
No sábado, Francisco visitou o presídio de Nápoles onde almoçou com cerca de 120 detidos, incluindo transexuais e portadores da AIDS selecionados como representantes das respetivas comunidades na prisão napolitana.
Antes da visita à prisão, Francisco conduziu uma missa no centro da cidade, testemunhada por milhares de fiéis. O Sumo Pontíficie apelou aos membros da Camorra, a conhecida máfia napolitana, para virarem costas à violência e assim acabarem com as lágrimas das mães de Nápoles.
“Aos criminosos e aos seus cúmplices, eu, hoje, de forma humilde e como um irmão, repito: convertam-se ao amor e à justiça. É possível regressar à honestidade. As lágrimas das mães de Nápoles estão a pedir-vos isto”, proferiu.
REUTERS
STEFANO RELLANDINI
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