«Confissão não deve ser uma tortura», disse Francisco a participantes de curso sobre sacramento da reconciliação
Cidade do Vaticano, 12 mar 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje, no Vaticano, um grupo de sacerdotes e seminaristas integrados num curso sobre a administração do sacramento da reconciliação, e pediu-lhes para se deixarem “educar para a misericórdia”.
Durante a audiência, acompanhada pela Rádio Vaticano, o Papa argentino frisou que “os sacramentos são o lugar da proximidade e ternura de Deus pelos homens” e destacou o sacramento da reconciliação, que “torna presente” no meio das pessoas “o rosto misericordioso de Deus”.
Nesta perspetiva, prosseguiu Francisco, quem desempenha a missão de confessor tem antes de mais de assumir que “não existe nenhum pecado que Deus não possa perdoar”.
Para isso, é preciso que os sacerdotes se deixem “educar para a misericórdia” e, através dessa abertura, “ajudem” os penitentes “a fazer uma experiência de paz e compreensão humana e cristã”.
“A confissão não deve ser uma tortura. Todos devem sair da confissão com a alegria no coração, com o rosto radiante de esperança, mesmo se às vezes, como sabemos, ele esteja molhado pelas lágrimas da conversão e alegria”, salientou o Papa.
O grupo de sacerdotes e seminaristas, que se encontrou com Francisco na Sala Clementina, está a participar no 26.º curso do Foro Interno da Penitenciária Apostólica da Santa Sé.
Uma formação que tem como objetivo ajudar padres e candidatos ao sacramento da Ordem “a administrarem corretamente o sacramento da Reconciliação”.
Aos participantes, o Papa deixou ainda o desafio de fazerem da confissão, do ato de confessar, uma oportunidade para a realização de um exame de consciência.
“Todos podemos aprender com a conversão e o arrependimento dos nossos irmãos. Eles convidam-nos a fazer um exame de consciência: eu, sacerdote, amo o Senhor que me fez ministro de sua misericórdia? Eu, confessor, estou disponível à mudança, à conversão, como este penitente para o qual fui colocado a serviço?”, interpelou.
Recordou ainda que os sacerdotes são ministros da misericórdia “não por si mesmos, nem pelas suas competências teológicas ou jurídicas, pelas suas qualidades humanas ou psicológicas, mas “apenas pela graça de Deus, gratuitamente, e por amor”.
“Por isso, a Igreja é chamada a educar os seus membros, sacerdotes, religiosos e leigos, para a arte do acompanhamento, a fim de que todos aprendam sempre a tirar as sandálias diante da terra sagrada do outro. Todo o penitente que procura a confissão é 'terra sagrada' que deve ser cultivada com dedicação, zelo e atenção pastoral”, concluiu.
JCP
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