quinta-feira, 5 de março de 2015

PERDÃO: ATO E EXERCÍCIO DE AMOR

Lu Couto*

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Com certa frequência, quase cotidianamente ouvimos a frase: “Perdoei… Mas não esqueci”. Ou seja, na verdade não perdoou. Continua guardando rancor, remoendo angustias e ressentimentos. Assim fica impossível continuar a caminhada da vida e ser feliz com essas feridas abertas na alma. É preciso cicatriza-las com um eficaz e poderoso remédio chamado amor. Não há outro caminho.

É certo que existem pessoas de difícil convívio. Em contrapartida isso pode nos ajudar a desenvolver virtudes como paciência, tolerância, compaixão e compreensão. São termômetros para nós, onde o autoconhecimento nos leva a descobrir o quanto evoluímos e o quanto precisamos para dissolver, extirpar rancores que insistem em habitar nosso coração.

Jamais nutrir pensamentos ruins. Esses momentos de rancor ficam acumulados e geram tensões, tristezas, insônia, agitação, desgosto. Geram dor e sofrimento. Destroem a própria paz. Aquela tão necessária paz interior. Raiva e ódio se deixados sem controle tendem a agravar. E muitos indivíduos não percebem que esses sentimentos são altamente destrutivos. Para superá-los, cultive e exercite a paciência, a tolerância.

Precisamos analisar com calma os acontecimentos negativos porventura ocorridos. Reconhecer que passado é passado e que nada vai mudar o acontecido. A culpa, o remorso e o arrependimento são inimigos constantes do ser humano. Trazem junto humilhação, vergonha. Medo. Consequentemente a sensação de autopunição.

O Perdão! O perdão é uma semente que plantada no terreno fértil do coração rende inúmeros frutos, sempre bons. Cada ofensa recebida pode ser uma oportunidade de exercitar a capacidade de perdoar – essencial para uma vida feliz e equilibrada.

A capacidade de perdoar – ou não – não advém tão rápida ou facilmente. É virtude que precisa ser cultivada e praticada a todo o momento. Por tempo indeterminado. É preciso buscar força interior, cujo valor resulta em sabedoria e amor, vindos do coração.

Fica mais fácil perdoar quando não potencializamos ou multiplicamos ofensas sofridas. Não é de bom alvitre permitir que a dor aumente. Não se deve ficar revivendo aquilo que de mal lhe fizeram.
Ao perdoar nos permitimos ser bondosos conosco. E a bondade é elevado sentimento da alma. Assim sendo, experimentamos a leveza e proporcionamos tranquilidade à mente, por conseguinte, ao coração.
O perdão é um ato exclusivo do coração – que tem e vive o amor. O perdão abre caminhos para que se possa alcançar a paz… A tão almejada paz interior. É bênção para quem recebe e mais ainda para quem o concede. Aquele que perdoa e não guarda rancores em seu interior verdadeiramente experimenta a paz, a alegria e a leveza da alma.

O ato de perdoar é cura para a maioria das dores. Quem perdoa não gasta energias desnecessárias sentindo raiva, ódio, rancores e alimentando ressentimentos. Quem perdoa é o maior beneficiado. Perdoe. Perdoe e fique em paz… Seja feliz… Perdoe! Perdoe!

*Jornalista, escritora, poetisa e colunista.

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