sábado, 21 de março de 2015

Pregação pontifícia de Quaresma

Cidade do Vaticano, 21 mar (SIR) – O Papa participou das meditações da terceira pregação de Quaresma do Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (20/03), na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano. Com o título “Oriente e Ocidente perante o Mistério do Espírito Santo”, Frei Cantalamessa dividiu o tema em três contextos: “Rumo ao acordo sobre o Filioque”, “Rumo a uma nova síntese” e “O Espírito da Verdade e o Espírito da Caridade”.
Na primeira parte, a meditação recorda que o ponto de maior atrito entre Ocidente e Oriente, durante séculos, foi “a doutrina sobre a origem do Espírito Santo no seio da Trindade”. O motivo dos desentendimentos era o conceito de Filioque. Para explicar a origem do termo e suas implicações, Padre Cantalamessa percorre um período histórico que vai desde a definição da fé da Igreja no Espírito Santo no Concílio de Constantinopla, passa pelas discussões sobre o tema no mundo latino – que é quando aparece o termo Filioque – até o atual Catecismo da Igreja Católica.
A seguir, ao propor novos diálogos, Frei Cantalemessa afirma que este não deve limitar-se a resolver dificuldades do passado, e sim abrir novas perspectivas sobre a ciência do Espírito. “A maior novidade na pneumatologia atual não consiste apenas em finalmente se encontrar um acordo sobre o Filioque, mas em partir das Escrituras rumo a uma síntese mais ampla, com uma gama de questões mais ampla e menos condicionada pela história passada”, refletiu o pregador da Casa Pontifícia. As meditações passam ao Novo Testamento para abordar o Espírito da Verdade e da Caridade à luz do Cristo descrito pelos Evangelistas. “Como no caso da doutrina sobre Cristo, também estas diversas ênfases sobre o Espírito Santo permanecem na tradição, e, mais uma vez, o Oriente reflete de modo predominante a perspectiva de João e o Ocidente a de Paulo”, contextualizou Frei Cantalamessa ao enfatizar que no Oriente o “Espírito luz” teve mais destaque enquanto o Ocidente se concentrou no “Espírito amor”.
As meditações enaltecem ainda a capacidade da caridade em multiplicar os carismas e, assim, elevar Cristo ao centro, e não nós mesmos. “Ela é o caminho mais excelente, ela me faz amar o corpo de Cristo”, refletiu o Pregador da Casa Pontifícia. Por fim, sobre a diversidade das Igrejas do Oriente e do Ocidente, as meditações propõe que, se encaradas sob a ótica da caridade, deixa de ser uma ameaça ou erro, mas riqueza que a todos pode alegrar. 
SIR

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