Embaixador nomeado pelo governo francês para a Santa Sé cria constrangimento para autoridades.
Por Gian Guido Vecchi*
Por trás do silêncio do Vaticano sobre o caso Laurent Stefanini – o embaixador designado por Paris que, para a mídia francesa, não teria o agrado da Santa Se por ser gay – há um caso que parece sem precedentes e está criando embaraço. Em casos semelhantes não há jamais um "não", mas uma ausência de resposta. Ou seja, se diz que o procedimento “ainda está em curso”.
A regra não escrita é que os embaixadores não estejam em situações “irregulares” para a Igreja ou contrariem as posições: ocorreu que não chegasse o “sim” porque divorciados, ligados a uma união civil gay, abortistas.
Mas, Stefanini não está numa situação “irregular”. Católico praticante, apoiado pelo cardeal Vingt-Trois, não contraiu matrimônio ou uniões e não é um ativista gay.
Por fora, como obstáculo, aparece somente a “orientação”. Tinham solicitado ao governo francês um passo para trás. No Vaticano pode ter funcionado o temor de um uso político da nomeação. Mas agora, com o Jubileu da Misericórdia, se arrisca o efeito boomerang. E não será fácil sair dele: “A coisa se precipitou e tudo se torna mais difícil”.
Corriere della Sera, 11-04-2015.
*Tradução de Benno Dischinger.
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