Helena Lobato destaca «ponto de viragem» na sua vida
Setúbal, 04 abr 2015 (Ecclesia) – A portuguesa Helena Lobato, da Diocese de Setúbal, vai ser hoje batizada pelo Papa, durante a vigília pascal a que Francisco preside na Basílica de São Pedro.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a pintora de 44 anos confessa-se com “nervoso miudinho” pela “cerimónia pública”, mas mostra-se calma e entusiasmada em relação ao encontro com o Papa e à receção do sacramento, um “momento particular, seu”.
“Acho que vai ser um dia muito feliz, uma reorientação, um ponto de viragem na vida, com uma nova maneira de estar, mais acompanhada e com mais ferramentas para seguir caminho”, confidencia a artista.
Tudo começou há mais de um ano, quando Helena Lobato decidiu escrever uma carta a Francisco, numa altura em que atravessava um período mais difícil.
Apesar de não estar ligada à Igreja, a maneira de ser do Papa argentino, simples e próxima dos problemas das pessoas, encorajou-a àquele gesto, quase de forma “inconsciente”, na emoção do momento.
Para a pintora radicada em Setúbal, Francisco era “sinal de uma Igreja diferente”, capaz de ir ao encontro do “sofrimento” das pessoas, no quotidiano.
Um sentimento que confirmou com a resposta do Papa argentino, que a convidou a acolher uma nova “luz”, sendo batizada por ele em Roma.
“É essa a esperança que o Papa nos passa, por vezes na Igreja havia um distanciamento que levava as pessoas a esmorecer. Aquilo que aconteceu comigo acho que seria impensável em outra fase da Igreja. Esta abertura, a receção que o Papa faz a muitas pessoas, a sua postura toca almas e corações e puxa, tem um magnetismo muito grande”, realça a catecúmena.
Uma vez em Roma, Helena Lobato vai sábado de manhã à Basílica de São Pedro para conhecer e familiarizar-se com os procedimentos da cerimónia de batismo, que começará depois da homilia de Francisco.
A acompanhá-la vai estar o padre José Gil Pinheiro, pároco da Cova da Piedade, onde Helena se preparou para receber o sacramento da iniciação cristã, e que vai ser também padrinho da artista.
O sacerdote destaca uma “história de conversão, de alguém que foi tocado por Deus e que se aproximou da Igreja”.
“Graças a Deus a Igreja tem tido várias experiências destas. O que faz a história da Helena ser diferente é ela ter escrito ao Papa e ele responder com um convite. É um sinal de uma Igreja que está aberta e que convida a descobrir Jesus”, apontou.
Já José Peneda, um dos coordenadores do grupo de preparação para o batismo de adultos que acolheuHelena Lobato, sublinha o facto de “cada vez mais pessoas procurarem a Igreja na idade adulta”.
“Há uma semente, um sentimento dentro delas, e nós alimentamos esta semente”, frisa aquele responsável.
Sobre o gesto do Papa, o formador acredita que ele contém “muitos ensinamentos”, assim saiba a Igreja Católica “descodifica-los e pensá-los”.
JCP
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