Será feliz quem procurar viver em ritmo pascal, ou seja viver uma constante libertação.
Esta semana merece ser vivida em clima de muita oração, contemplação, esforço de conversão e convivência fraterna.
Por Dom Messias dos Reis Silveira*
Mais uma vez, estamos na Semana Santa. O que ela tem de santa? Nada de santa se a nossa vida não se aproximar da vida do Santo Filho de Deus, que morreu e ressuscitou possibilitando a todos saírem de seus túmulos existenciais. Nada de santa se a nossa vida não melhorar. Para algumas pessoas ela será só uma semana como as outras do cotidiano, sem um significado especial, ou será uma semana com feriado prolongado. Mas, quem desejar, perceberá o significado desta semana e procurará viver a mística que dela emana. Nela celebra-se o maior ato de amor de Deus pela humanidade e por tudo o mundo que Ele criou. A humanidade e a natureza a partir do fato central celebrado nesta semana ficou profundamente mergulhada no mistério da redenção. Segue-se uma história dos redimidos pelo amor grande de Deus.
Esta semana merece ser vivida em clima de muita oração, contemplação, esforço de conversão e convivência fraterna. A oração, como disse Paulo VI nos faz respirar na graça. Através dela a leveza de Deus suaviza a vida dos peregrinos. Com esta grande Semana chega-se, para nós, o tempo de rezar contemplando a redenção. Pelo esforço de conversão, o ser humano percebe-se que não está completo. Há um longo caminho a percorrer para todas as pessoas. Como disse Sartre “o ser humano é inacabado, é incompleto do seu nascimento até sua morte”. Pelo esforço de conversão é possível corrigir as deformações pessoais e aquelas que na nossa fragilidade provocamos nos outros e na natureza. Vivendo desta forma pode se dizer que está iniciado, desde já, o processo de convivência fraterna que culminará na eternidade. A vivência entre irmãos que se amam é repleta de ternura. Como é bom os irmãos viverem juntos, numa só fé, com muita esperança e cheios de amor! (Cf Sl 133).
Nesta semana maior da Igreja celebramos o mistério central da nossa fé. Do Domingo de Ramos” até Quinta-feira santa, completamos o grande retiro quaresmal iniciado na Quarta feira de Cinzas e vivido na perspectiva do crescimento cristão. Com a Missa da Ceia do senhor na Quinta-feira à tarde, incia-se o Tríduo pascal da morte e ressurreição do Senhor. O cume de todas as celebrações, desta grande semana, é a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo. Esta Vigília se desdobra na alegria do Domingo da Ressurreição e nos cinqüenta dias do Tempo Pascal até o Pentecostes sagrado. Este tempo pascal é considerado como que um único e grande domingo. O ritmo pascal envolve a todos na dança alegre das pessoas que tem um rosto iluminado pela fé na ressurreição.
Vamos viver cheios de esperanças esta semana especial da Igreja com o desejo de revigorar a vida cristã. Vamos entrar na Páscoa com semblantes de ressuscitados. “No Domingo de Páscoa tem-se a oportunidade para o ser humano se deixar ser tocado pelo triunfo de vida sobre a morte. Cristo venceu a morte. Este é um bom dia para se semear uma flor” (Rubem Alves). Espalhe ondas de amor entre as pessoas de seu convívio e de sua fé e tenha uma feliz semeadura das sementes das flores que exalam o perfume da paz. “Somos da paz”
Após a Semana Santa será feliz quem procurar viver em ritmo pascal, ou seja viver uma constante libertação a partir de Jesus. Vivendo assim, o dom da paz vai crescer em nosso meio e se poderá dizer com esperança que “somos da paz”. A paz é um dom do Ressuscitado. Muitas vezes ele se manifestou desejando a paz. Feliz entrada no ritmo pascal.
CNBB, 30-03-2015.
*Dom Messias dos Reis Silveira é bispo de Uruaçu (GO).
Nenhum comentário:
Postar um comentário