sexta-feira, 1 de maio de 2015

1.º de Maio: Papa tem sido voz de denúncia «certeira» em defesa do trabalho digno

Agência Ecclesia
 

Carvalho da Silva elogia críticas a situações de exclusão e marginalização

Lisboa, 01 mai 2015 (Ecclesia) – Manuel Carvalho da Silva, antigo líder da CGTP, considera que o Papa Francisco tem assumido uma “denúncia certeira” da “idolatria do dinheiro, da financeirização” em defesa do trabalho digno.
“O Papa Francisco tem contraposto os valores da solidariedade, da tolerância, da valorização e responsabilização da política, do preenchimento digno das nossas vidas, da dignificação do trabalho, da Paz”, escreve, na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA.
Este “contraponto”, segundo o investigador, faz-se em relação à atualidade onde os “poderes dominantes propiciam” a uma minoria a apropriação “desmedida de riqueza” que coloca “cada vez mais povos e países” na miséria ou sob “programas sociais e económicos de emergência”.
Neste contexto, Carvalho da Silva considera que o Papa tem feito também “interessantes abordagens (e combate)” às situações de exclusão e marginalização e à sua “profunda relação” com a ausência de trabalho bem como as “más condições de prestação e retribuição” e cita, entre outras frases: “O trabalho é uma realidade essencial para a sociedade, para as famílias e para os indivíduos”.
O antigo líder sindical assinala que o mundo poderia criar “milhões e milhões” de novos postos de trabalho de “grande utilidade e valor” se utilizasse “mais racionalmente apenas uma parte da riqueza produzida”.
Desta forma, Carvalho da Silva apela ao “esforço redobrado” para reafirmar os valores da solidariedade na “ação concreta” dos trabalhadores no seu contexto laboral.
“Afirmando alternativas, recusando que planos de assistência em emergência se instalem como programas políticos definitivos”, exemplifica.
No artigo de opinião, o atual professor universitário e investigador do Centro de Estudos Sociais, apela ainda à recusa das “instabilidades, precariedades e inseguranças”, ao “brutal” desemprego e à miséria e incentiva à defesa do emprego, ao “direito a salários dignos” e a horários de trabalho que permitam conciliar com a vida pessoal.
CB/OC

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