sexta-feira, 8 de maio de 2015

Atol das Rocas se torna referência em pesquisas sobre vida marinha no país

Mínimo de interferência humana ajuda pesquisas científicas.
Mais de 160 estudos sobre a flora e a fauna já foram realizados no local.

Fred CarvalhoDo G1, no Atol das Rocas (RN) - o repórter viajou a convite do Ministério do Meio Ambiente

Com pesca proibida, lagostas ficam protegidas no Atol das Rocas (Foto: Fred Carvalho/G1)Chefe do Atol, Maurizélia Brito manuseia lagosta, espécie estudada na reserva (Foto: Fred Carvalho/G1)
O Atol das Rocas, localizado a 267 quilômetros da costa do Rio Grande do Norte, tornou-se o principal ponto de estudos sobre a vida marinha no Brasil. Isso se deve, segundo os pesquisadores, ao mínimo de interferência humana no local. Até mesmo o acesso de pesquisadores ao Atol é controlado.
"Aqui, a prioridade é que os animais ajam de forma natural, livres. O manuseio ou captura de peixes, aves, caranguejos, tartarugas e tubarões só são permitidos para fins de pesquisa científica. Fora isso, não é permitido nem mesmo pescar para se alimentar", diz Maurizélia Brito, chefe da reserva biológica Atol das Rocas, que é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
O aratu é um dos predadores das tartarugas-verdes assim que elas nascem (Foto: Maurizélia Brito/G1)O aratu é um dos predadores das tartarugas-verdes assim que elas nascem (Foto: Maurizélia Brito/Arquivo Pessoal)
Esse mínimo de interferência é notado até mesmo quando há predação. "Há muitas pesquisas no Atol. Uma delas é sobre as tartarugas-verdes, espécie ameaçada de extinção, que desova aqui. Quando os filhotes nascem e começam a buscar o mar, são predados por outros animais, como caranguejos, aves e tubarões. Mesmo com vontade de ajudar, não fazemos nada. Aqui, a natureza é respeitada", afirma Maurizélia.
Esse cenário fez crescer a procura por pesquisadores da vida marinha. "Há alguns anos, eram poucos pesquisadores interessados em ficar isolados aqui no Atol. Mas, como há esse ambiente de preservação e quase que totalmente natural, hoje temos até fila de espera para expedições aqui."
O acesso é controlado e só é possível após análise da proposta de pesquisa. "Para vir ao Atol, o pesquisador, que deve ser vinculado a alguma universidade ou instituição de pesquisa, tem que apresentar um requerimento informando os objetivos do estudo e como ele será realizado. Fazemos uma análise e, caso seja aprovada a pesquisa, o cientista entra na fila de espera. Isso se dá porque é permitido apenas o máximo de cinco pesquisadores por vez no Atol." Cada expedição - período em que o cientista fica no Atol - dura entre 20 e 30 dias. Caso seja necessário, o pesquisador pode voltar quantas vezes forem necessárias até a conclusão do estudo.
Assim que o sol nasce, milhares de aves deixam os ninhos no Atol das Rocas para pescar no mar (Foto: Fred Carvalho/G1)Assim que o sol nasce, milhares de aves deixam ninhos no Atol para pescar no mar (Foto: Fred Carvalho/G1
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