Padre Geovane
Saraiva*


Que João Batista
nos ajude a perceber a insatisfação e o gemido do planeta. Ele é lembrado como
uma pessoa que viveu com muita seriedade, austeridade e rigor, anunciando
tempos novos, no binômio, verdade e justiça, na promessa do sonho de um futuro
tão esperado para a humanidade. Entendo que a Encíclica do Santo Padre, o Papa
Francisco, no cuidado com a criação, em tempos distantes é claro, está em
estreita sintonia com a manifestação de Deus no seio de Isabel e no nascimento
de João Batista, que causou enorme alegria ao mundo, na realização de sua
promessa, com tempos novos, tempos messiânicos. Foi a esterilidade de seu Pai,
Zacarias, que se transformou em fecundidade e o homem mudo, que passou a ser um
profeta corajoso e exuberante (cf. Lc 1, 57).
Para vivermos
bem e realizados, é necessário que se faça o seguimento de Jesus de Nazaré, a
partir da exigência, que tem origem no seu projeto de amor para conosco,
através da experiência central e decisiva, na obediência ao projeto do Pai em
favor da humanidade, a exemplo de João Batista, que recebeu a imprescindível
missão de testemunhá-Lo como luz e desse modo preparar um povo bem disposto a
acolhê-Lo. Foi ele que preparou o povo para o início da missão pública de
Jesus, dizendo com todas as letras que ele mesmo caminharia à frente do Cristo
Jesus, anunciando que os sinais dos tempos chegaram e as promessas anunciadas
por Zacarias estavam para se realizar. O seu vibrante convite foi o de acordar
o povo do sono, muitas vezes profundo, para reconhecer o Salvador, como o sol
que veio nos visitar. Francisco com sua Encíclica sobre a ecologia, no seu
sentido mais amplo, nos propõe aquele vibrante convite feito por aquele que
batizou O Autor do batismo, há dois mil anos.
No mundo em que
vivemos, diante das prioridades dos projetos megalômanos, muitas vezes em
detrimento da pessoa humana, sem esquecer o meio ambiente, com todo seu
ecossistema, guardemos como ensinamento e inspiração as palavras sábias e
proféticas do glorioso São João Batista: “É necessário que Ele cresça e eu
diminua” (cf. Jo 3, 30). A afirmação de Jesus, “Eis-me aqui, ó Pai, para fazer
a tua vontade” (cf. Hb 10, 9), nos indica o caminho da verdade e da vida,
através do próprio Filho de Deus, que ao Se encarnar e entrar no mundo realiza
a vontade Daquele que O enviou. Daí a importância de olharmos para a grandeza
do precursor, do homem que se alimentava de gafanhotos e mel da selva, figura
humana e divina, que recebeu o maior de todos os elogios do seu Mestre e
Senhor, ao afirmar: “Dos nascidos de mulher, ninguém é maior que João Batista”
(cf. Mt 11, 11). Associados ao mistério da encarnação, saibamos olhar para a
afirmação do Romano Pontífice, sobre a degradação ambiental e acolhê-la com
responsabilidade, conforme sua carinhosa solicitação. Assim seja!
*Escritor, blogueiro, colunista,
vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso,
Parquelândia, Fortaleza-CE – geovanesaraiva@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário