segunda-feira, 1 de junho de 2015

França quer pré-acordo sobre o clima

O futuro acordo de Paris deve estabelecer um marco para a luta contra o aquecimento global.

A França deseja um pré-acordo sobre o clima em outubro, anunciou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, na abertura de uma sessão de negociações em Bonn (Alemanha), preparatória para a conferência de dezembro em Paris.
"A menos de 200 dias da COP21, cada encontro deve constituir um prazo adicional para o acordo", disse Fabius, que estimulou as delegações a "fazer escolha" durante as negociações.
"O objetivo é que alcancemos um pré-acordo no mês de outubro", declarou.
Outras duas sessões de negociação intermediárias estão previsas para acontecer até outubro.
"Neste momento, dispomos de um projeto de acordo, mas é um texto texto longo e que, em vários pontos, não tem escolha", recordou o ministro.
Também anunciou que a França organizará duas reuniões de nível ministerial em Paris, nos dias 20 e 21 de junho e em 7 de setembro, para "permitir avançar nas questões mais delicadas".
O futuro acordo de Paris, que entrará em vigor em 2020, deve estabelecer um marco para a luta contra o aquecimento global com o objetivo de limitá-lo a dois graus centígrados.
Nesta segunda-feira, a ministra francesa da Ecologia, Ségolène Royal, questionou as negociações da convenção da ONU sobre a mudança climática.
"As negociações da ONU são totalmente inadaptadas à urgência climática. De modo privado, todo mundo afirma, todo mundo tem consciência disso, mas a complexidade do processo é tal que continua como se nada acontecesse", afirmou ao jornal Le Monde.
"Tenho a impressão que estão sendo adiadas as decisões que devem ser tomadas", lamentou Royal.
"Esta distância entre o processo da ONU e a urgência climática começa a representar um problema real e a exasperar os países que mais sofrem com a mudança climática", completou.
"Não é necessário interromper as negociações na ONU, mas é necessário que Bonn responda às instruções políticas dos chefes de Estado e de Governo. Caso contrário, os negociadores que estão aí há 15 ou 20 anos continuarão seu folclore", concluiu.
AFP

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