terça-feira, 2 de junho de 2015

Religiosa relata drama do estupro na África

CIDADE DO VATICANO  – Na África, as religiosas são mais de 60 mil, enquanto os sacerdotes são 35 mil e os missionários, 3.500. Foi o que afirmou a teóloga congolesa Rita Mboshu Kongo, uma das oradoras mais aplaudidas no congresso internacional “Mulheres, Igreja, Mundo” realizado no último fim de semana, no Vaticano. “Em muitas partes da Terra, a Igreja é para as meninas e as mulheres a única proteção e salvação de abusos e violações”, completou Mboshu.
De sexta (29/) a domingo (31, a Casina Pio IV da Santa Sé hospedou o encontro, organizado pelas jornalistas do jornal vaticano “L’Osservatore Romano”. O Congresso foi encerrado com uma missa presidida pelo Secretário de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin. A irmã congolesa Clotilde Bikafuluka, que trabalha com o Dr. Denis Mukwege contra a "barbárie" dos estupros coletivos como arma de guerra, denunciou que “o corpo feminino é o campo de batalha do século XXI”.
No Congo, mais de 100 mil mulheres foram violentadas nos últimos cinco anos devido à guerra. Essas mulheres, quando sobrevivem à brutalidade dos abusos, são rechaçadas por seus maridos e dão à luz filhos da violência”, denunciou a religiosa. “São mulheres perdidas, de todas as idade, que encontram apoio somente na Igreja e em organizações benéficas. O estupro é desde 1996 (ano da guerra chamada ‘de libertação’ no país) utilizado como arma por todas as partes envolvidas no conflito”, completou.
“Finalizar esta tragédia, afirmou, requer vontade política internacional como nacional. “Nós simplesmente curamos as feridas, o que nos é muito difícil porque o fim da violência não depende de nós”, disse ainda Bikafuluka.
“O mundo religioso tem uma forte liderança moral; a Igreja está chamada a participar, denunciando todos os casos à Justiça. As Organizações não-Governamentais devem continuar exercendo pressão sobre as partes em conflito para por fim a esta crueldade”.
SIR/RV

Nenhum comentário:

Postar um comentário