Eles compraram pacote especial de viagem, mas contrato não foi cumprido.
Após ser condenada a pagar indenização, empresa declarou falência, em GO.
Os empresários Bruno do Valle de Carvalho Castellotti, de 31 anos, e Fernanda Cezar Castellotti de Carvalho, de 29, não conseguem esconder a frustração por terem sido enganados por uma agência de turismo em Goiânia. Eles ganharam da empresa uma viagem para qualquer lugar do mundo e compraram outro pacote turístico. Entretanto, nenhum dos contratos foi cumprido. “Foi tudo um golpe. Ficamos sem lua de mel por conta deles”, diz Fernanda. A agência chegou a ser condenada pela Justiça a indenizá-los, mas decretou falência e não pagou o valor determinado.
A empresária conta que em agosto de 2014, ao ir a um evento dedicado a noivas, ela ganhou um sorteio promovido pela empresa LB Turismo, cujo prêmio era um um pacote de viagem. “Nem desconfiamos de nada, porque era um estande grande, dentro de um evento, então achamos que fosse uma companhia séria”, conta.
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Eles foram até o escritório da agência que ficava dentro de um shopping da capital para escolher o destino. Como o pacote era de sete dias de viagem, decidiram usá-lo para a lua de mel e optaram por viajar a Cancun, no México.
Após o acordo, o dono da empresa ofereceu um novo pacote com descontos para os empresários. “Ele nos disse que era o Plano Master. Ele custava R$ 15 mil, mas como tínhamos ganhando o sorteio, teríamos um desconto de 75%. Com esse pacote, nós teríamos, durante seis anos, direito a várias viagens só pagando as taxas em hotéis”, conta Fernanda.
De acordo com a vítima, ela e o marido não desconfiaram que pudesse se tratar de um golpe, pois a estrutura da agência passava credibilidade. Além do estande na feira de noivas, o escritório dentro do shopping era grande e contava com diversos funcionários.
Os empresários aceitaram a proposta e compraram o Plano Master, pagando R$ 3.675. Ao fazer uma viagem para Caldas Novas, no sul goiano, para testar se o pacote adquirido cumpria tudo que prometia, o casal começou a perceber que tudo era um golpe da empresa.
“Eles nos falaram que ficaríamos no melhor hotel e pagaríamos R$ 50 por pessoa por dia e teríamos café da manhã incluso e entrada em um parque. Só que quando fomos reservar, eles sempre nos informavam que não tinha vaga. Aí alugaram um apartamento para a gente que não tinha praticamente nada dentro. E ainda tivemos que pagar R$ 290 pelo aluguel”, relembra Fernanda.
Foi tudo um golpe. Ficamos sem lua de mel por conta deles"
Fernanda de Carvalho, empresária
Ao retornarem do passeio frustrado, eles procuraram a agência para cancelar o pacote e reaver o dinheiro gasto. Entretanto, depois de muitas desculpas, a empresa disse que já tinha repassado os cheques do casal para outras pessoas e não tinha como devolver o valor gasto no plano.
“Foi aí que percebemos que era um golpe. Ficamos sem a nossa lua de mel em outubro, algo tão sonhado, e sem o dinheiro. Foi um barato que saiu caro. Então decidimos entrar na Justiça”, diz Fernanda.
O G1 tenta contato desde o último dia 17 com a LB Turismo pelos telefones que estão disponíveis no site e na página da agência em uma rede social, mas as ligações não foram atendidas até a publicação dessa reportagem.
Indenização
Após ficar sem lua de mel, o casal entrou na Justiça contra a LB Turismo para tentar receber o dinheiro gasto com o plano e ser indenizado pelos danos morais. Eles ganharam a ação no valor de R$ 16 mil, mas Fernanda diz que a quantia não elimina os transtornos. “Não há valor que compense as frustrações e a raiva que a gente passou”, desabafa Fernanda.
Após ficar sem lua de mel, o casal entrou na Justiça contra a LB Turismo para tentar receber o dinheiro gasto com o plano e ser indenizado pelos danos morais. Eles ganharam a ação no valor de R$ 16 mil, mas Fernanda diz que a quantia não elimina os transtornos. “Não há valor que compense as frustrações e a raiva que a gente passou”, desabafa Fernanda.
Mesmo após a condenação, os problemas do casal não terminaram. Após a sentença, um representante da agência de turismo disse que a empresa estava abrindo falência e não tinha como pagar a indenização.
Ainda segundo o casal, a agência de turismo mudou duas vezes de endereço, porém, atualmente, não tem mais loja física. A Justiça chegou a determinar a penhora de bens, mas também não foi possível cumprir a decisão.
“Eu ainda tinha a esperança de que vendessem os bens deles e tivéssemos nosso dinheiro de volta. Só que eles não têm nenhum bem no nome deles, então não adianta nada. Já fomos até à polícia, mas até agora ninguém consegue achar os donos dessa agência”, se revolta a vítima.
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